domingo, 18 de janeiro de 2015

"FUI HOJE AO ALENTEJO"


Fui hoje ao Alentejo e vi paisagens
De fome, de secura, de desalento
Nenhuma alma dali sonha as viagens
Que ao brilho de um sol d’oiro faz o vento
De fome, de secura, de desalento

Meu Deus que gente é esta, que degredo
Vive este povo ao Sul, que nada clama
Há rugas de azinheiras nos seus dedos
Mas não há nossas senhoras sobre a rama
Deste meu povo ao Sul, que nada clama

Olhem que céu azul com nuvens de poejo
Que veio morar aqui no Alentejo
Enxada a querer tirar do coração
A terra onde me sofro e me revejo;
Malteses meus irmãos, baixem-me o sol de agosto
Venham cantar-me modas ao sol-posto
A este povo honesto é que eu pertenço
A este mar de orgulho de amor imenso

Fui hoje ao Alentejo e vim chorando
Eu que sou feita em pedra da mais dura
Meu povo, minha esperança em fogo brando
Quando é que fazes tua, a tua altura
Quando é que fazes tua a tua altura

Fui hoje ao Alentejo e percebi
Porque é que de Além-Tejo há só o nome
Porque é que há tantos deuses por aí
Enquanto tanta gente aqui tem fome
Porque é que de Além-Tejo és só o nome

Autor da Letra: Eduardo Olí­mpio
Autor da Música: Paco Bandeira
Repertório: Luí­sa Basto.

8 comentários:

  1. Andas a fazer muitas viagens ao Alentejo! não teras tu mas é comprado por lá algum Monte daquelas Herdades abandonadas?
    Um abraço.

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  2. Um belo poema sobre o Alentejo. Já nem me recordava dessa música. Pena que quem compôs a música, o alentejano Paco Bandeira, fosse para além de um grande cantor e compositor ultimamente condenado por violência doméstica. É muito triste.
    xx

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  3. Tenho tantas saudades de visitar o Alentejo

    r: Muito obrigada :)

    Beijinho e boa semana*

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  4. Boa noite Eduardo
    Uma bela e triste melodia. Um retrato da dor e da desilusão. O vídeo é soberbo.
    Uma ótima semana para você
    Beijos

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  5. O Alentejo, essa inspiração sempre presente.

    Bela partilha.

    Beijinhos

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  6. parabéns pelo magnífico post, caro amigo Eduardo!

    O Alentejo é sempre esquecido: inclusivamente o mirandês foi tornado língua oficial por Jorge Sampaio e o barranquenho ninguém cuida dele !

    Boa semana

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  7. Lindo poema sobre o nosso Alentejo!
    É pena que seja despresado por tanta gente!!
    Tenha uma boa semana amigo.
    Fraterno abraço em Cristo!

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