quarta-feira, 4 de março de 2015

"O MAL - HUMORADO"

Noutros tempos descontente!
não por o trabalho ser o seu destino
cantava o alentejano alegremente
sem nunca ter perdido o tino.

Porque só um é pouco!
para tanto espaço ocupar
onde está um, falta outro
para um sozinho não estar.

A rusga continua, mais serão detidos,
não se desfaz o que, ainda, não se fez
não tem os cinco alqueires bem medidos
muito menos pinta de bom português

O mal - humorado, sem moralidade,
pode pensar que gente sensível acredita
quando se faz de inocente sem maldade
como garoto livre, brinca, salta e grita.

Dela, não se aproveitar para jogo nogento,
com a vida das pessoas não se deve brincar
neste país com dignidade para o seu sustento
saibam ao menos, quem trabalha, respeitar!
(Edumanes)

segunda-feira, 2 de março de 2015

"OBSCURO"

(Imagem Google) 
Sem mezinha para a cura!
no caminho por onde vai
feito de cal e pedra dura,
por isso, não diz ui nem ai
 teimando seguir no obscuro
como hoje amanhã se afigura
 sem luz caminhando no escuro
 não sendo de ninguém a culpa
de alguém será, certamente
não é do sol, não é da lua
nem da estrela cadente.
 Pois, nem cozida nem crua
para comer muita gente
não tem um naco de carne
com fome, tristemente,
enquanto tanto alarve
vive a vida alegremente.
Chegou, vindo do Algarve
pisou a terra aletenjana
lá quis deixar a ruindade
espalhada pela savana.
Gente séria não afetou
antes havia conquistado
com promessas e mentiras
porque o povo acordou,
já perdeu a popularidade.
Concordante de duras medidas
abandomou amendoeiras em flor
para subir ao mais alto cargo,
 pensa, até, ser ilustre libertador
deste país por todos eles endividado
por ser, talvez, péssimo economista
não deu e não dá conta do recado
apoiante dum governo direitista
para manter o povo abaralhado
fica calado quando deveria falar
fala quando deveria estar calado
palavras de mau humor para o ar
 ser a sua principal especialidade
 não gosta de ser incomodado
quem será a personalidade?
(Edumanes)

sábado, 28 de fevereiro de 2015

"NA LUA"

(Imagem Google)
Vence a força da razão!
de favores não precisa
de esmolas também não,
seja de noite ou de dia
para tudo procura solução
 ser impossível imaginaria
mais rápido que foguetão
sem fazer zumbaria
com determinação
 faz uso da sabedoria,
para não magoar o coração
não é o que estão pensando
na lua sem a sua companheira
o que lá faria um alentejano
sem a sombra da azinheira,
coitado, morria de calor
nos confins da ilusão
longe da terra sem amor
só mesmo com imaginação?
(Edumanes)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

"DEVAGAR ESTÁ INDO EMBORA"

Da maneira como entrar!
não gostei, mas ela assim quis
se ela para mim não mais voltar
na vida serei, sim, mais feliz.

Não pense coisas sem saber,
a ninguém me estou a referir
 porque tudo o que nos faz sofrer 
no mundo não deveria existir.

Quem com saudades chora,
porque de nada adianta ralhar
para mais não me apoquentar
devagar está indo embora!

Não ser o caso aqui referido,
porque ninguém tem saudades
de quem não merece castigo
constipações são maldades. 

Nada mais me ocorria,
ter esperança vale a pena
se eu fosse poeta escrevia
todos os dias um poema!
(Edumanes)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

«BEM HAJAM»

Estou de volta para agradecer a todas as amigas e amigos, pelas vossas visitas aqui no blog, nasci no Alentejo, desejando-me rápidas melhoras. Foi uma forte constipação, ainda não estou, totalmente, livre dela. Todavia, depois de ter tomado um comprimido antibiótico por dia, durante três dias e um frasco de xarope receitados pela médica assistente já estou muito melhor. De referir também que está a contribuir muito para isso o precioso xarope caseiro de agriões com mel e o precioso chá de limão com muito gingibre e mel, indicados pelas amigas Elvira e Laura Santos, respectivamente. bem hajam!

sábado, 21 de fevereiro de 2015

"MUITA TOSSE"

Por uma constipação, estou a ser evadido!
que me impede a vontade de escrever
nem de pé, nem sentado, nem estendido
para a mandar embora não sei como fazer?

Motivo pelo qual não tenho visitado, nem comentado,
nos blogs dos meus seguidores e seguidoras.
Voltarei a fazê-lo logo que possível!

Para amigas/os, desejo um bom domingo!
(Edumanes)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"A PAISAGEM NA TERRA FLORESÇA"

 Há muitos anos o não vejo!
 pode não ser um lugar qualquer
porque sinto saudades, desejo
 ainda lá voltar se Deus quiser.

  Do destino não se foge,
 a paisagem na terra floresça
 se ontem estaria aqui hoje
  disso, não tinha a certeza.

 Porque a vida é mesmo assim,
não me serve de nada lamentar
a chorar ninguém tem pena de mim
se quiser, terei de o fazer a cantar!

Seja ou não seja de encantar,
ultrapassar obstáculos consegui
com o destino na vida a caminhar
sempre à humildade me rendi.

Por não ser só na imaginação,
na realidade ninguém o deseja
dentro do peito magoado o coração
sem razão evadido pela tristeza,

Se bem me lembro aprendi,
a não desrespeitar a liberdade
por que não se compra, feliz a vi
conquistada com dignidade!
(Edumanes)

domingo, 15 de fevereiro de 2015

"EFEITOS DA GUERRA"

Não foi não, paródia!
foi uma ideia de loucos
já e em força para Angola
matem e sejam mortos?

Assim será a teimosia,
dos que defendem a austeridade
continuarei o que antes não podia
escrever agora em liberdade.

Lutarei contra os exploradores,
sem pisar as pedras gastas e nuas
sou sim contra todos os ditadores
por que não defendo ditaduras.

Comi pão sem conduto,
para a guerra destacado
aproveitado em adulto
em criança explorado!
(Edumanes)

sábado, 14 de fevereiro de 2015

"VERSOS, FLORES E LÁGRIMAS"

 Porque hoje é o dia dos namorados!
com tudo o que na vida tem mais valor
sejam verdadeiros beijinhos e abraços
vivido seja com muito carinho e amor.

Nos versos lágrimas contendo!
não mais o tempo as devolveu
sem destino perdidas no tempo
com saudades o poeta escreveu.

Sobre a campa sepultadas,
paisagens floridas na terra
pela luz do sol iluminadas
nascem flores na primavera,
das sementes, antes, semeadas
nas verdes plantas sem cateta
 não mais foram encontradas 
lágrimas sem morada certa!

As lágrimas do sofrimento!
deixaram mágoas no coração
dos olhos não caíram no chão
livres terão voado no vento?
(Edumanes)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

"FLOR ABANDONADA"

Será que só um deles percebe?
que estão todos a ser enganados
por isso todos têm que lhe obedecer
do que trinta verdades dos subordinados
tem mais valor uma mentira do chefe
sempre tenho ouvido dizer!

A quem nos quer enganar,
bater o pé no chão e dizer não
quem falso pretende dialogar
sorrindo com uma flor na mão.

Lutar sempre com razão,
para, nunca, a não perder
porque sem alimentação
 ninguém é possível viver.

Como também não uma flor,
abandonada sem assistência
nem mesmo com muita paciência
será possível aturar falso amor.

Chegam com, mansas, palavras,
para convencer que está tudo bem
dos olhos faz cair, no chão, lágrimas
de quem no amor esperanças tem.

Com sorrisos e palavras carinhosas,
muito têm de tudo menos sinceridade
carregadas de promessas defeituosas
 causam mais perturbação à felicidade!
(Edumanes)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

"SÃO MAIS DO QUE MUITOS"

É o Dia da Internet mais Segura!
para quem a não quiser deixar fugir
 será possível com palavras de amargura
alguém conseguir fazer alguém sorrir?

Por todo o mundo, estão, arraigados,
preciso é denunciá-los sem demora
para que não sejamos mais enganados
pontapear aldrabões daqui para fora.

Saibamos armar as esparrelas,
para os apanhar nelas entalados
para que só se possam livrar delas
com os impostos regularizados.

Vivem à conta de quem trabalha,
não pagam os impostos devidos
porque são apoiados pela canalha
no dolo, pelas leis são protegidos!

 Todos devem ser denunciados!
 mais do que muitos, não são poucos
 até mais não, tanto enchem os bolsos
com os milhões não declarados!
(Edumanes)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

"RECUSA"

Noticia, podia ser mas não é anedota. Neste mundo há coisas levadas da breca, no mar navegam à tona, no vento deslocam-se à toa. O Tribunal de Execução de Penas recusou o pedido de liberdade condicional dum detido, no âmbito do processo x, considerando que não interiorizou a culpa nem mostrou arrependimento. Que raio de interpretação essa, se o detido sempre disse ser inocente, como é que podia mostrar arrependimento dum crime que sempre disse não ter cometido!
Outra notícia. Intervenção policial causa indignação na Cova da Moura.
Após um carro, da Polícia de Segurança Pública, identificado, ter sido apedrejado, cujo o autor do apedrejamento foi conduzido para a Esquadra de Alfragide, a qual de seguida foi evadida por presumíveis compinchas do prevaricador. Tendo a população do bairro acusado as autoridades de excesso de força. Constou-se também terem acusado os policias de racismo, Por que não vão eles apedrejar os carros da policia em Angola. Vão para lá apedrejar os carros e evadir as esquadras de policia que eles tratam-vos da saúde, sem racismo, com abraços e beijinhos!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

"POR NÃO SER INTELIGENTE"

Ninguém respondeu à seguinte pergunta:- 
O que é que a mula e o cavalo de D. José, têm em comum?
Acabar com a guerra!
não matar mais gente
para aqui na terra,
 poder viver em paz
por não ser inteligente
o homem não é capaz.

 Em Trás-os-Montes, alheira,
na Grécia Tsipras,  bem quer,
mas, há quem não queira
na Alemanha, uma mulher!

Não agrada a um qualquer,
muito pior do que uma gula
nem para dar palha à mula
no Alentejo a gente a quer!
(Edumanes)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"PROIBIDO CIRCULAR"

Carro velho poluidor!
 na cidade, proibido circular
deste país, jardim em flor
Lisboa, cidade capital,
Pela cidade andei a pé,
para melhor, poder, observar
o que, ainda, temos em Portugal,
 o Parque florestal de Monsanto
integrado no Património Nacional
a estação de comboios no Cais do Sodré
 no teatro de revista a atriz Rosa do canto
 entre muitos ilustres o fadista Camané.
Junto do Rio Tejo, no Terreiro do Paço,
lá continua a estátua de Dom José,
no Rossio a de Dom Pedro quarto
ao cimo da Avenida da liberdade
a estátua de Marquês de Pombal,
com a sua bem alta personalidade
que as não trespassem tenho fé!
Temos o Castelo de São Jorge,
no Chiado a estátua de Camões
onde em liberdade se envolve
o povo em manifestações.
Temos o Jardim da Estrela,
mais abaixo com a sua escadaria
 S. Bento, em liberdade na Assembleia,
onde se ditam as leis da democracia.
Para em Belém serem ou não aprovadas
no palácio residência oficial do presidente,
penso não serem precisas mais palavras
para dizer que a nação está doente
 o seu povo está tão cansado
da política indolente!
(Edumanes)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

"SEM PRESSA"

Daqui olhei para o Rio Tejo,
do outro lado não vi nascer o sol
imaginei o caminho p'ro Alentejo
tão apressado como o caracol!

Para que eu o pudesse ver,
se nenhuma nuvem o tapou
 no céu de manhã o vejo nascer
 a sonhar, acordado, não estou.

Deixa o trabalho voar no vento,
dorme a folga à sombra do chaparro
causou fenómeno no Entroncamento
ao passar, o alentejano apressado.

Falar do povo que conheço,
do Alentejo sou oriundo
meter a colher onde não devo
falar só por falar, não costumo!

Não faço nenhuma promessa,
 sem antes saber se a posso cumprir
seguidores do blog, Nasci no Alentejo
no tempo possamos continuar a sorrir
para amigas e amigos, sem pressa
um bom fim de semana desejo!
(Edumanes)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"MANGONHA"

Digo sempre a verdade
em defesa desta Nação
porque amo a liberdade
proveniente da revolução.

Descansa o angolano,
debaixo do embondeiro
à sombra do chaparro
sem ser mangonheiro
descansa o alentejano,
bebe água pelo cocharro
p'ro trabalho vai cantando.

 Levanta-se da tarimba,
coloca água dentro da bacia
de manhã, muito cedo ainda,
com as mãos lava a fronha
lá no campo ao romper do dia
 corta o feno com a gadanha.

Trabalhar não é vergonha,
come açorda com dente d'alho
quem for alérgico ao trabalho
passava a vida na mangonha!
(Edumanes)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

"PELA FORÇA DO VENTO!

 Será, talvez, o perfume das flores!
mais leve, por isso é que voa no vento
 de inutilidade tantos atrapalhadores
 não sei o que fazem no parlamento?

Atrás delas o sol escondido,
nas nuvens voam promessas
nenhum cumpre o prometido
 escurecidas noites nas vielas.

Ruas estreitas, largas avenidas,
árvores caídas pela força do vento
no campo verdes plantas floridas
no mundo continua o sofrimento,

 Porquanto não há volta a dar,
dizer não sei, quem o não deseja
a seu bem querer mais descontrolar
de tanta extravagância boceja!
(Edumanes)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"O PERFUMES DAS FLORES"

Se eu tivesse o que não tenho!
não sei se seria diferente a minha vida
senão pudesse fazer tudo o que penso
a escrever agora aqui não estaria.

 Não digo tudo o que penso,
 se foi ou não efectuado estudo
o perfume das flores voa no vento
o que penso não escrevo tudo.

Por quem terá sido, dizer não sei,
também se o li, onde não me recordo
que isso acontecesse nunca imaginei
batalharei contra tudo o que discordo.

Com os versos na imaginação os deixei,
distantes dos meus tempos de criança,
devagar ou correr, até onde puder irei,
porquanto na vida, na vida há esperança!
(Edumanes)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

"À SEGUNDA-FEIRA, FAVOS DE MEL"

 Palavras em rima escrevendo!
coisa fácil, de resolver, não impossível
de todo aquele que tenho disponível
a engendrar passo algum tempo.

Parado não tenha pachorra,
de ficar para onde não sei a olhar
no fundo do pote ficou a borra
depois de todo o azeite tirar.

  Vi o talego sem farnel,
de barriga vazia, não cheia
à segunda-feira favos me mel
 tirados, vi, de uma colmeia!

Lindos olhos vi numa mulher!
de noite vi no céu azul a lua cheia
na boca coloquei o fecho ecler
para não falar da vida alheia,

por ela me apaixonei,
olhou para mim de relance
desse olhar nasceu o romance
com ternura a abracei!
(Edumanes)

domingo, 25 de janeiro de 2015

"A PINHA"

Cidadão, alentejano!
terá partido do Alentejo
nas pegadas do gás propano
descobriu senão me engano
o Vale Pinto no Ribatejo.
Mas, que pinta tinha ela
com a cara bem pintada
 perfumada estava mais bela
da cor de uma rosa encarnada
num vaso uma roseira plantada
colocado no parapeito da janela.
Terá o pinhão caído da pinha?
 A pinha é filha do pinheiro,
o pinheiro nasceu do pinhão
sendo o pinhão filho da pinha
qual terá nascido primeiro
terá sido o ovo ou a galinha?
(Edumanes)

sábado, 24 de janeiro de 2015

"FAISÃO"

Na memória guardada!
não declarada intenção
vive a pessoa apaixonada
com segredos no coração?

Sem resposta fiquei,
a falar com os meus botões
a mim mesmo perguntei
porque tanto ladram os cães.

 Alguma razão tem de haver,
mesmo que ele seja muito gordo
para todos não chega um só faisão
que Deus proteja da miséria o povo
quando o amor não se entender
mais faz sofrer o coração.

Já foi terra que deu trigo,
o Alentejo soalheiro no verão
por lá procuram ouro escondido
sem saber se o encontrarão.

Para se pouparem uns tostões,
de fonte segura não é o relatório
teimam continuar as investigações
porque sonham com o petróleo!
(Edumanes)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"DA COR DOS MEUS"

Oriundo de humilde povo,
da província alentejana
feito de carne e osso
não de matéria vulcânica.

Por eles me apaixonei,
dois olhos do cor dos meus vi
devagar irei andando por aí, 
até quando, dizer, não sei,

Não os vi de pernas ao leu,
nem na praia os encontrei
são castanhos bem eu sei
não azuis da cor do céu!
(Edumanes)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

"NAS NUVENS A VOAR"

Amor e carinhos maternais!
se com duas mães há crianças
crianças haverá com dois pais
 outras haverá sem esperanças?

Infelizmente, há coisas brutais,
nos surpreendem a qualquer hora
há imensos campos de arrozais
com fome tanta criança chora.

Dores que magoam o coração,
caem lágrimas dos olhos a chorar
das árvores folhas caídas no chão
quando o dia mais triste chegar.

Com o tempo, no tempo desfeitas,
a vida em cinza será transformada
no céu nuvens negras ou cinzentas
deixam cair na terra gotas de água.

Elas correm velozmente,
às vezes parecem loucas
escondem o sol da gente
muitas vezes, não poucas.

Sem ser poeta, sem imaginação,
engendrei escrever um poema,
mais forte bateu o meu coração
da calhandra que voava uma pena
 desprendida das asas caiu no chão.

 Corri mas a tempo não cheguei,
para do chão aquela pena apanhar
para onde o vento a levou não sei
com pena da pena continuo a sonhar
a olhar para a pena especado fiquei
com pena da pena nas nuvens a voar!
(Edumanes)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"TRIGO LOIRO"

De ter ceifado o trigo loiro!
no Alentejo, bem me lembro
de ter ouvido medonho estoiro
lembranças disso inda tenho.
Mas, não foi lá no Alentejo, não,
foi entre Metangula e Nova Coimbra
 para o Rio Lunho perigosa deslocação
na picada o rebentamento de uma mina,
pela roda da frente do Unimog, accionada
felizmente, nenhuma morte ela causou
o pneu em pequenos pedaços voou
no vento com a poeira esvoaçada!
De uma coisa tenho a certeza
de momento o silêncio alterará
a vida é como uma roleta
tanto rola até que pára...
  Se chover, para a não molhar
com o gorro se protege a tola
 melhor sorrir do que choramingar,
mas, nunca de maneira qualquer
para não causar perturbação
segredos guardados estarão
no coração de uma mulher?
Antecipadamente, se acontecer,
a vida foi, simplesmente, risonha ilusão
só não sei se valerá a pena para aquecer
correr atrás duma fugitiva paixão?
(Edumanes)

domingo, 18 de janeiro de 2015

"FUI HOJE AO ALENTEJO"


Fui hoje ao Alentejo e vi paisagens
De fome, de secura, de desalento
Nenhuma alma dali sonha as viagens
Que ao brilho de um sol d’oiro faz o vento
De fome, de secura, de desalento

Meu Deus que gente é esta, que degredo
Vive este povo ao Sul, que nada clama
Há rugas de azinheiras nos seus dedos
Mas não há nossas senhoras sobre a rama
Deste meu povo ao Sul, que nada clama

Olhem que céu azul com nuvens de poejo
Que veio morar aqui no Alentejo
Enxada a querer tirar do coração
A terra onde me sofro e me revejo;
Malteses meus irmãos, baixem-me o sol de agosto
Venham cantar-me modas ao sol-posto
A este povo honesto é que eu pertenço
A este mar de orgulho de amor imenso

Fui hoje ao Alentejo e vim chorando
Eu que sou feita em pedra da mais dura
Meu povo, minha esperança em fogo brando
Quando é que fazes tua, a tua altura
Quando é que fazes tua a tua altura

Fui hoje ao Alentejo e percebi
Porque é que de Além-Tejo há só o nome
Porque é que há tantos deuses por aí
Enquanto tanta gente aqui tem fome
Porque é que de Além-Tejo és só o nome

Autor da Letra: Eduardo Olí­mpio
Autor da Música: Paco Bandeira
Repertório: Luí­sa Basto.