terça-feira, 29 de março de 2016

"ENCOBERTO"

 Arrimado ao bordão,
para ver o sol mais perto
subi para cima dum torrão
mais valia ter ficado quieto
aqui na Póvoa de Santa Iria,
com as nuvens encoberto
embrulhada numa colcha
não nos mostra simpatia
 esta primavera chocha!
(Edumanes)

sexta-feira, 25 de março de 2016

"A QUEM POR AQUI PASSA"!

Seguindo em frente,
a quem por aqui passa
 desejo a essa boa gente
  Feliz Domingo de Páscoa.

Que o seu caminho,
seja de livre circulação
com saúde, amor e carinho
no seu bondoso coração.

Para que possa circular,
sem obstáculos, livremente,
em paz, onde deseja chegar,
alcançar o que pretende!

perfumando o ambiente,
 o perfume das flores a pairar
 gente boa que no coração sente
o amor com esperança no olhar.

Abraçando a vida risonha,
felicidade protegendo a alegria
com o amor que vos acompanha
emanando do rosto simpatia!
(Edumanes)

quarta-feira, 23 de março de 2016

"TERROR SEM FRONTEIRAS"

 Por terem expulsado os seus antecedentes,
com o auxílio das espadas, para fora da Europa
carregados de crueldade, os seus descendentes
para a reconquistarem estão voltando agora!

Terror, sem fronteiras,
ninguém o consegue deter
nem as construídas barreiras
que na Europa estão a erguer.

Viaja com os mandões,
sem precisar de se esconder
nos comboios ou nos aviões
suicida-se, mata e faz sofrer.

Quando o diálogo mais não funciona,
violência com violência se combater
nem tão pouco se importa com a "fronha"
faz-se explodir sabendo que vai morrer.

O pior, ainda, estará porvir,
porque, o ódio continua activo
o terror não pára de progredir
na Europa aumenta o perigo!
(Edumanes)

segunda-feira, 21 de março de 2016

"ESPELHO DA CIDADE"

Esperando pelo calor da primavera,
como, na roseira, duas rosas em botão
imaginando os seios duma moça bela
perfumados de amor e doce paixão!

Sem azedume, nem clamor,
para lhe aquecer o coração
guarda dentro do peito o amor
nas margens do Rio Nabão!

 Espelho da cidade de Tomar,
vê as pernas, das moças, ao leu
nas noites de serenatas ao luar
olhando para as estrelas no céu!
(Edumanes)

sábado, 19 de março de 2016

"MALEZA"

No mundo há desperdício,
de miséria há muita fartura
de arrogância só visto
com tristeza tanta penúria!
No mundo há ganância,
muitas dores de cotovelo
inveja com abundância
bandalheira falta de zelo.
Há barulho que perturba,
há no campo e no jardim
lindas flores e verdura.
 Que a pobreza tenha fim
há gente que tem fome
com humildade consente
o egoísmo não tenha dote
nesta terra de boa gente.
Para que o ódio não progrida,
haja, sempre, amor com fartura 
do pólen da maleza protegida
debaixo do vestido e da blusa.
Dando mais entusiasmo à vida
dos olhares escondida beleza
de gente que ama com ternura
 Mui Nobre Nação Portuguesa!
(Edumanes)

quinta-feira, 17 de março de 2016

"NAMORO À JANELA"

 De um lado estão os granjolas,
do lado oposto está a geringonça
 não deixaremos que os gabarolas
nos façam perder a esperança!

A geringonça até ensina,
quem não sabe lavrar a terra
 das uvas se extraí a boa pinga
 que é para lubrificar a goela.

Namorava  com o namorado dela,
outrora, sem lhe tocar na pestana
debruçada no parapeito da janela
dentro do quarto a moça alentejana!
(Edumanes)

sexta-feira, 4 de março de 2016

"COM OS SAPATOS NA MÃO"

No dia em que fui de fato! 
Sem fato! À praia de calção
pela areia descalço
com os sapatos na mão.
 Uma toalha levei,
na areia a estendi
 em cima dela me deitei,
  para as ondas do mar olhando
pensando nelas ver mas não vi
nenhuma sereia nadando.
 Sem protecção adormeci
 num dia de calor intenso
não mais o esquecerei
o sol quente de verão,
sem uma lufado de vento
 apanhei um forte escaldão.
Sendo, sim, verdade minha,
porque, eu não sou mentiroso
aconteceu na Costa Vicentina
 Praia Grande do Porto Covo!
(Edumanes)

quinta-feira, 3 de março de 2016

"MELHORES DIAS VIRÃO"?

Orgulho de alentejano!
ao romper da bela aurora,
não preguiçoso, estava pronto
sempre àquela, mesma, hora
para a labuta lá no campo.

Via, não estava imaginando,
de manhã quando me levantava
desconhecia para onde se deslocava
um bando de pássaros voando!

Melhores dias virão?
Com paciência o esperei,
no futuro esperanças tinha
 por isso é que sempre acreditei
 na indispensável ajuda do coração
 para melhorar a vida minha!
(Edumanes)

quarta-feira, 2 de março de 2016

"MOINHO DE VENTO"


Como era no tempo ido,
em que se fumava de caturro
movido a água ou movido a vento
para os moinhos se levava o trigo 
nas cangalhas colocadas no burro
bem acomodadas com uma cilha
de forma a não magoar a barriga
do animal nem causar ferimento.
 Com segurança e perfeição
não se fazia de qualquer jeito
pelo bem estar do jumento.
Naquele dia sem atenção
com outro pensamento,
porque, um novato sujeito 
sem experiência na profissão
nas cangalhas pendurou o talego
com o contudo para comer com pão
sem jeito, por isso ficou todo desfeito
 sem conserto, estatelado no chão!
(Edumanes)

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

"EM MARÇO CANTA O CUCO"

Quem tem tem!
quem não tem não dá
porque, tudo também
o que começa acabará?
Sem rei na barriga,
com inteligência
trabalha a formiga
para a sobrevivência.
De dia no céu brilha o sol,
enquanto canta a cigarra
barulhenta que se farta
incomoda o caracol.
O gafanhoto aos saltinhos
em cima dum penedo
voam os passarinhos
dos caçadores, com medo.
Em Março canta o cuco
em Abril canta a rola
na porca enrosca o parafuso
no gargalo da garrafa entra a rolha
feita de cortiça, tirado do chaparro
nas mãos do trabalhador faz bolha
o cabo do machado!
Tem mãos finas quem não trabalha,
bem conservadas sem calos
para se fazem os queijos o leite se coalha
na cavalariça, quando têm fome os cavalos
relincham para lhe darem ração, não palha!
As galinhas fora da capoeira
de grão em grão enchem o papo
os políticos para fazerem asneira
recebem um bom ordenado!
 Tem frieiras nas orelhas,
do frio, o camponês,
no campo guardando as ovelhas.
Na taberna entra o freguês
pede ao taberneiro um copo de tinto
fiado, sem guito trabalhador português
diz o taberneiro sorrindo.
Vai a outra porta bater,
sem guito, aqui não há petisco
se quiseres bem na vida viver
 terás de ter um tacho político!
(Edumanes)