quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"O BANQUETE!"

Para uma festa da alta sociedade fui convidado
para animar as senhoras e os senhores
a todos os outros convidados  fui apresentado
com os meus versos populares, simples, rimadores
Assim comecei a rimar...Vejo tanta  fartura neste banquete
tanta canalha que não trabalha, mas muito tem para comer
trabalha o povo a para a canalha, e come a açorda sem azeite.
Pensavam eles que com a minha humildade os iria divertir
depois de terem ouvido a seguinte rima, diz o convidador
estás dispensado... poeta conspirador, podes sair
vai-te embora...vagabundo estupor
não sabes o que estás p'raí  a dizer.
Minha presença os incomodava...
meus versos populares jamais os fazia rir
a canalha, para os banquetes me convidava
para com as minhas simples rimas os divertir...
 meus poemas...contras suas ideias não agradaram
simples versos ditos a rimar não os animou
por dizer as verdades, do banquete me expulsaram
a canalha que come por canta de quem trabalha
a comer e a beber no banquete lá ficou!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 4 de novembro de 2012

"AO NASCER DO DIA!"

No Alentejo
junto ao Rio Sado
a pastar no brejo
andava um cágado.

Vi a arvela
e a cotovia
armei a esparrela 
ao nascer do dia.

Numa árvore pousado
o estorninho 
no céu azulado
o torto a voar
a rola no seu ninho
e o caco a cantar.

O pisco muito zangado
apareceu o picanço 
encostei-me ao cajado
fiquei no descanso.

A subir o caracol
vinha muito irritado 
à água lancei o anzol
pesquei um sardo.

A seguir o papa figo 
na água uma pardelha
vi a caminho da eira
uma carroça carregada de trigo
puxada por um parelha!

sábado, 3 de novembro de 2012

"SEM ÁGUA NA FONTE!"

Esperança de falsa promessa
antes feita na incerteza
desbravada charneca
contra as leis da natureza.

Feita com vontade
de poder subir ao monte
sem água fonte
longe da realidade.

Mar profundo
sacrifício prolongado
barco parado no fundo
em todo o mundo habitante
português noutro país emigrado
da sua pátria distante!

sábado, 27 de outubro de 2012

"RETRATO DE FAMÍLIA!"

Fala de mansinho Gaspar
Arrogante o Coelho
Cínico Portas exaltar
Cavaco dá conselho.
A saúde a piorar
Falta na Educação
Na Defesa Aguiar
Segurança Social vacilante
Economia a cair
Relvas irritante
Segurança Interna ameaça
Para o pagode acalmar
Cristas elegante.
Na oposição
Diz Jerónimo
O povo está com fome
Deste governo  pandemónio
O socialista Seguro
quer ficar bem na fotografia
A dizer aparece Louçã
Isto é um ataque à democracia!

domingo, 14 de outubro de 2012

"A FORMIGA E A CIGARRA!"

O povo as formigas
os políticos as cigarras
cantando suas cantigas
ao povo deitando as garras.
Num vai e vem sem parar,
as formigas todo o ano
para o armazém a carregar
sempre trabalhando,
e a cigarra sem se preocupar
a cantar todo o ano!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"NO PENSAMENTO DA REALIDADE!"

Tantos anos se passaram
muito ficou por fazer
vários caminhos se trilharam
muita gente sem pão para comer.

Neste mundo habita gente ingrata
que vive para o mal fazer
com filosofia barata
só mentiras sabe dizer.

Sem saber o que quer
a qualquer um mal faz
em tudo tenta meter a colher
provocando a guerra, afastando a paz
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

"A DOR QUE A MINHA ALMA TEM!"

Vaga, no azul  amplo solta,
vai uma nuvem errando.
O meu pensamento não volta.
Não é o que estou chorando.

O que choro é diferente. 
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
a nuvem flutua calma.

e isto lembra uma tristeza
e a lembrança é que entristece,
deu à saudade a riqueza
de emoção que a hora tece.

Mas, em verdade, o que chora
na minha amarga ansiedade
mais alto que a nuvem mora,
está para além da saudade.

Não sei o que é nem consinto
à alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto,
dor que a minha alma tem.
(Fernando Pessoa)

domingo, 16 de setembro de 2012

"ENTRE A VIDA E A MORTE!"

Coligação ligada à máquina
combalida continua a sobreviver
segundo opinião de Paulo Baldaia.
Paulo Portas, decidiu escolher
entre a vida e a morte,
embora dizendo não concordar
ditou para o povo a má sorte
fazendo-se passar por anjinho
disse o ter feito em nome do interesse nacional
com tanta pena do povo coitadinho
e tanta arte para lançar o fogo artificial,
querendo na mó de cima ficar
e do do povo defensor.
Diz com o aumento do TSU, discordar
todavia das medidas do primeiro-ministro a favor 
pretendendo ficar de fora, e assim se desculpar
uns contra outros contrapor
diz que é cedo para no divórcio pensar.
Com o amor a fracassar
e as flores no jardim
começarem a murchar
e o casamento a chegar ao fim,
mas ainda falta o copo de água pagar
enquanto continuar assim, 
o dinheiro continuará a não chegar
às mãos dos mais pobres
porquanto governados
por quem só pensa em cobres!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"DESCONTENTE!"

Chegadas e partidas
acontecem a qualquer hora,
das tristes despedidas
quem fica com saudades chora
quem parte consigo, também, as leva
guardadas no coração.
Quando à sua aldeia regressa
encontra alegria e alguma desilusão
depois de forçosamente,
sua aldeia ter deixado
descontente.
Erradamente aconselhado
a procurar melhor vida
noutro país emigrar
longe de sua família
e da pátria que o viu nascer.
Mesmo sendo pobre
 como o nosso outro não haver
país só com gente nobre
a trabalhar o desenvolver.

(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"INVENTOR NÃO NASCEU!"

No Alentejo nasceu
 pobre, sem agasalho
  no trabalho, de manhã apareceu
com frio e da chuva todo molhado,
com o calor também aconteceu
lá no campo todo suado
inventor não nasceu
nada disto foi inventado.
Se refere ao Alentejo,
em todo o território terá acontecido
nas beiras e no Ribatejo, 
muita gente de fome terá sofrido.
No Minho e Trás-os-Montes
com certeza tiveram igual sorte
governados por brutamontes
desde o Algarve sul até ao norte!

(Edduardo Maria Nunes)