Vim ao mundo, não sabia
O que iria encontrar
De olhos fechados não via
Ao abri-los, sem perceber
Como seria o meu caminhar
Pequeno, doente e franzino
Do muito padecer
Mais tarde gatinhar
Palavra não sabia dizer
Mas sabia, com dores, chorar
Assim fui crescendo
Até primeiros passos dar
No princípio sem equilíbrio
Com o corpo no chão a malhar
No tempo da escravidão
No campo o meu ofício
No campo o meu ofício
Para os ricos a trabalhar
Arrogantes, de cacete na mão
Para no meu corpo malhar
Eis o motivo porque não
E a razão do meu medo
Poder esse tempo voltar