sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"VERSOS ALENTEJANOS DOUTOR À RELVAS!"

Já tenho licenciatura
Agora sou um doutor,
Tenho montes de cultura
Vou ser Ministro...se fôr...

Inscrevi-me ao fim do dia
Naquela universidade
Dos diplomas de inverdade
P'ra testar o que sabia;
Já de manhã, mal se via,

De maneira prematura 
Eu fiz muitomá figura
Mas mesmo sem saber nada
Formei-me na Tabuada
Já tenho licenciatura!
Dei cem erros no ditado
E agora o mais curioso:
Por estar muito nervoso
À recta chamei quadrado!

Quando me foi perguntado
Se conhecia o Reitor
Respondi que não senhor
Embora fosse meu tio...
Disse mentiras a fio
Agora sou um doutor!
Com mesquinhez e com tudo
Puxei das equivalências
Juntei outras mil valências
Deram-me mais um canudo;
Com diplomas e com tudo

Era fácil a leitura:
Deixei de ser um pendura
Sou político afamado
Sou falado em todo o lado
Tenho montes de cultura
Já sou Mestre em Corrupção
A todos sei enganar
Habituei-me a roubar
Tirei curso de aldrabão;
E agora, queiram ou não,

Mesmo sem nenhum valor
Eu falo que é um primor
Na Assembleia sentado
Para já sou deputado,
Vou ser Ministro...se fôr...
Autor: desconhecido.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"LÁ NO LAGO A TARTARUGA!"

Português incomodado
por um qualquer maltês
com o que fazes tem cuidado
não falhes na próxima vez.

Português trabalhador
quem não deve não teme
governado por explorador 
caso português coelho não lebre.

Já Bocage o previa
tudo isto vir a acontecer
nos seus poemas escrevia 
muita canalha neste país haver.

Com ele tenho que concordar
Lá no lago do jardim, ele dizia
Quando o Rei lhe perguntar
Nada cabrão, Bocage sabia.

Era uma tartaruga a nadar
quando a Rainha curiosa
ao Bocage foi perguntar
Nada puta, Bocage respondia!.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"TRAIÇÃO!"

Função pública azarada
grande corte levou
ficou com quase nada
Tróika, subsídios roubou!

Bocage escreveu o seguinte:
Levando um velho avarento 
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um  repolho.

Certo doutor, não das dúzias
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.

«Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso»