domingo, 25 de março de 2012

"ANTES DO SOL NASCER"

Em Março canta o cuco,
em Abril a rola,
já quase não há conduto,
para se comer com a açorda.
Ainda antes do sol nascer,
os passarinhos cataram,
os rios com pouca água por não chover
as pontes retiraram.
Se a esperança era a última a morrer,
por que razão a já mataram,
para o rico mais ter
ao pobre o roubaram?

segunda-feira, 19 de março de 2012

"DE POETA DISFARÇADO"

Puto e pé descalço
caçava pássaros com a esparrela
bebia a água do regato,
comia papas e açorda na tigela.
Camponês, assim, foi crescendo
e lá no campo aprendendo
toda a gente  respeitar.
 Sempre, muito, contrariado
por não querer lá ficar
e ter sido enganado,
triste noite e dia a chorar
assim as verdades vai dizendo
de poeta disfarçado.
 Convencer ninguém pretendendo,
por não ser mal educado
mas pela rima apaixonado
sua infância recordando.
Ainda, sente alguma tristeza
por ter sido algo atribulada
ser tão linda a natureza,
ao romper da madrugada.
Mais um dia, mais uma incerteza
talvez, uma esperança perdida
no pensamento continuava.

quinta-feira, 15 de março de 2012

"INDOLENTE"

Muito forte para com os mais fracos
Muito fraco para com os mais fortes
 Continua a caminhar
Talvez por caminho errado
À pobreza indiferente ficar
Governa preocupado
Mais teimoso do que uma "porta"
Custe o que custar a muita gente
Só com a divida se importa
Continua sem parar
O povo a trabalhar humildemente
Suas palavras vai ouvindo
Muito sereno, mesmo descontente
continua sorrindo?