quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

"FALA-NOS DE CARROS"

Não são palavras esquisitas!
Cidadão português do norte
Para escrever estas coisitas 
Tintinaine me deu o mote!

Para não falar de futebol
Falas-nos de carros
Sem pressa vai o caracol
Descalço pelos cardos!

Os carros gastam pneus,
E consumem petróleo
No tempo dos Fariseus
Seria outro o negócio!

Como eles viveriam,
Por cá também se viveu
E como se alimentariam
Isso dizer não sei eu!

Um mundo novo sem carros,
Para não haver tanta cobiça
Se não houvessem chaparros
Não haviam rolhas de cortiça!

Sem políticos há menos asneiras,
Sem alentejanos não há anedotas
Se não houvessem azinheiras,
Também não haviam bolotas!
(Eduardo Maria Nunes)

4 comentários:

  1. Gostei dos teus versos
    da cortiça e da bolota
    da comida do fariseu
    que num deserto de areia
    cheio de cabras e ovelhas
    só comia com certeza
    tâmaras e leite e mel
    ou pão sem fermento
    quando havia farinha!

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  2. No deserto, não sei não,
    Se o trigo lá pode nascer
    Da farinha se faz o pão
    Para quem tem fome comer
    Também se comem as bolotas
    As cabras e as ovelhas
    os alentejanos contam anedotas
    colocam-se os brincos nas orelhas
    Nos narizes as argolas
    Nos dedos os anéis
    No focinho das porcas
    O vinho nos tonéis
    Tantas coisas chiça
    Dos chaparros para a lareira
    A lenha e não a cortiça
    Para atiçar a fogueira
    Na herdade da Lagariça
    Se apanha a carquejeira.

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  3. Adoro a sua forma de versejar, Eduardo!
    E nasci no Alentejo!

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  4. Boa! Gostei muito.

    Beijo meu amigo Eduardo.

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