domingo, 15 de junho de 2014

"RIO ABAIXO"

Lá do ponto mais alto!
entre margens de verdura
corre a água doce rio abaixo
à salgada no mar se mistura.

 Corta-se o trigo com a foice,
 o martelo bate na cabeça prego
os fenos guardam-se no palheiro
a mula na parede deu um coice
o vento abanou o marmeleiro
no chão caiu um marmelo.

Com ele fez marmelada!
no chão, caída de uma flor
pisou a pétala perfumada
andava à procura do amor,
no jardim, moça apaixonada.
(Eduardo Maria Nunes)

2 comentários:

  1. Nos primeiros versos há um bucolismo que é mesmo de poeta.
    Nos segundos há Alentejo a espirrar em cada letra.
    E nos últimos um romântico que combina muito bem com tudo o resto.
    Gostei!

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  2. Isso ai, o grande escritor russo, Leon Tostoil, já dizia: universal é aquele que canta sua aldeia.
    Um abraço daqui do país da Copa. Tenhas uma boa tarde/noite.

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