domingo, 30 de novembro de 2014

"NO CERRO DA GUARITA"

Lá no cerro da guarita!
tinha tojos e muitas carquejas
nos corgos gente sem guarida
junto de floridas estevas

Do outro lado, Vale Travesso,
 tinha bois, vacas, bestas e um feitor
de todos, não era o mais esperto
tudo pertencia a um só senhor.

 A seguir no Monte da Estrada!
todas as moças eram bonitas
tinha no Pego d'altinho uma vala,
nas bermas cobertas de silvas.

O caminho para Vale Estacas,
 de terra batida, todo esburacado
atravessavam as ovelhas e as cabras
também lá havia o gado bravo.

Raposas,  lebres e coelhos,
 pardais, picanços e piscos
rastejantes os escaravelhos
 não de trampa bons petiscos.

Com eles se regozijam,
fazem uma bola a rebolar
do bom e do melhor petiscam
deixam a conta para o Zé pagar!
(Eduardo Maria Nunes)

10 comentários:

  1. Olá. Eduardo
    Bom tudo.

    Vim, desejar-te, um dia domingo, bem bom.
    Muita Paz. Desejos de alegria. Certeza sim, que independente da tua religiosidade, o Criador, está sempre de plantão, olhando por mim e por ti, e nos convidando, a refletir sempre, que o melhor do mundo, somos nós, os seres humanos. Por isso, somos humanos e, criados, à sua semelhança.
    Dito isto, te convido a vim " cumê' um "manuê" cá no meu blogue.
    Um abraço.

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  2. Um poema muito alentejano.
    Eu em criança tinha tanta curiosidade ao ver os escaravelhos a fazer as suas bolas que passava tempos em fim a vê-los! :-)
    xx

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  3. Também de lembra de andar com os manos atrás dos escaravelhos que rebolavam bolas maiores que eles.
    Um abraço e uma boa semana

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  4. E só o Zé é que paga?
    O Eduardo fica isento?
    Andas a lembrar-te muito dos tempos da infancia! das moças bonitas lá da aldeia não é!
    um abraço.

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  5. Eles deixam a conta para o Zé pagar ... essa é que é essa. E além do Zé paga também o Eduardo, o Manel e os outros todos que não conseguem livrar-se desse fado nem dos ladrões que tudo nos roubam.
    As memórias da nossa infância e as moças bonitas do Monte da Estrada, essas são coisas que não nos podem roubar

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  6. Gosta colorido e em qualquer tonalidade! rs!

    Seu poema me faz visualizar algo novo, que nunca vi.

    Ótimo domingo, Eduardo!

    Beijo! ^^

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  7. O Zé, só se for o "Povinho", o outro não paga impostos nem o comer que come!
    Deviam-lhe dar as bolas dos escaravelhos!-:))
    O meu abraço

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  8. Amigo Eduardo, aqui no Brasil dir-se-ia que o teu poema (uma ode à natureza) tem cheiro de campo. Aqui, sempre que se fala de natureza, de vida rural, se diz, vida de campo.
    Poemas assim são bons para lembrar a nós citadinos, que além das cidades, existe vida.
    Um abração daqui do sul do Brasil. Tenhas uma ótima semana.

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  9. Gostei muito!

    r: Obrigada :)
    Espero que tenha um excelente mês

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