quinta-feira, 27 de abril de 2017

"NAQUELE TEMPO"

Na besta a albarda,
presa com a cilha
 para não cair no chão
 quando ia ao rio beber água
levava para a merenda sem pão 
nos alforges um talego vazio.
Um feixe de lenha trazia
quando à noite voltava do rio
para se acender o lume
e aquecer a água para a açorda
 dentro da panela de ferro
onde não havia outra
porque, era costume
assim naquele tempo
no verão e no inverno
 disso ainda me lembro!
(Edumanes)

7 comentários:

  1. Com a tua poesia lá vais descrevendo a vida quotidiana do teu tempo no teu/nosso querido Alentejo, sem poluição das maquinarias modernas! Tempos de calmaria, sem medo de nos cair um avião na cabeça.
    Fica bem com o meu abraço.

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  2. Depois destas tuas palavras acho que descobri porque é que se come açorda no Alentejo. Com o calor que lá faz o pão seca e só se consegue comer juntando-lhe água para o amolecer. Para ganhar algum paladar junta-se-lhe azeite coentros e alho e ... aí está a origem da açorda.
    Estou certo ou estou errado?

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    1. Os coentros me dou fastio,
      profiro uma rola depenada
      com açorda bem temperada
      uma moda cantada ao desafio.

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  3. Ah, que imagem poética de outros tempos!...

    Em seu espaço acabo aprendendo e conhecendo tanto! Uma aula...

    Beijos, amigo Edu! =)

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  4. Um bom retrato poético de outros tempos passados no Alentejo.
    Um abraço e bom fim-de-semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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