No Alentejo
junto ao Rio Sado
a pastar no brejo
andava um cágado.
Vi a arvela
e a cotovia
armei a esparrela
ao nascer do dia.
Numa árvore pousado
o estorninho
no céu azulado
o torto a voar
a rola no seu ninho
e o caco a cantar.
O pisco muito zangado
apareceu o picanço
encostei-me ao cajado
fiquei no descanso.
A subir o caracol
vinha muito irritado
à água lancei o anzol
pesquei um sardo.
A seguir o papa figo
na água uma pardelha
vi a caminho da eira
uma carroça carregada de trigo
puxada por um parelha!