No seu burrico se montou
Todo o caminho a trotear
Quando à noitinha chegou
Ao eléctrico amarelo da carris
Preso pela arriata o deixou...
Depois de um dia feliz
Uma pensão para dormir procurou
Próximo do local, onde tinha
Deixado preso, o seu burrico
Quando no quarto da pensão entrou
Que por sua dona indicado tinha sido
Para os lençóis brancos olhou...
Para os não sujar
Debaixo da cama se deitou
Toda a noite no seu burrico a pensar
Mais tarde um casalinho
Em lua de mel, na mesma pensão
Um quarto procurou
E a dona da pensão
O quarto do alentejano indicou.
A cama estava vazia
Para debaixo da cama não olhou
Que ele lá estava, ela não sabia.
O casalinho, na cama se deitou
A coisa começa a aquecer
No jogo do mete e tira
E torna a meter
A moça a delirar
Começa a gemer
Ai, ai, ai querido
Lisboa inteira, estou a ver...
Debaixo da cama diz o alentejano
Atã, vomecê tás a ver a casa amarela
Onde meu burrinho deixei preso!...