(Imagem Google)
No lugar do se ajeite!
estava uma bela sortuda
assim dizia ela, mete, mete
mais, empurra, empurra.
Pelo buraco da agulha,
enfiando a ponta da linha
com os dedos empurra
é para coser a bainha
das calças que tu usa!
Olhou para o barro vidrento!
com ele fez um púcaro vidrado
no tempo com ele água bebendo
o poeta, pela arte apaixonado.
Bebe a água mais fria,
diferente do cocharro
descansa durante o dia
à sombra do chaparro.
Com ele vive no tempo,
no tempo por ele bebe água
bem conservado se mantendo
diz, vale mais do que nada.
Sem pressa no tempo,
naquele sítio apetecido
lugar de contentamento
seja no tempo bem vivido.
Alvoro, no vale do paraíso,
tem na paisagem camuflada
na fonte do desejo proibido
sopra o vento, nasce água!
(Eduardo Maria Nunes)