quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

"GABAROLA"

Apascentando as ovelhas no brejo,
não deve qualquer camelo as afugentar
porque foi recambiado para o Alentejo
não se cansa agora de tanto reclamar!

Queixa-se de tudo e de todos,
se por acaso não fez nenhum mal
no mundo são muitos não poucos
a sobrevoar o território nacional.

Não o tiram de lá para fora,
porque têm medo dele fugir
tinha tanto amor à camisola
mais ninguém a podia vestir.

O espertalhão gabarola!
dêem-lhe pão com toucinho
está precisando de esmola
Deus perdoe o pobrezinho
coitadinho, sofre da tola?
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

"NO NINHO"

Era preciso ter muita pachorra!
para se ficar calado de algo estranho
sem azeite havia gente comia açorda
o pastor dormia junto do rebanho.

Nunca mais será recuperado,
a retalhos está sendo vendido
milhões pelo serviço prestado
alguém de alguém terá recebido?

Até lhe crescerem as penas das asas!
cortaram-lhe as pontas para não voar
o pássaro com as penas das asas cortadas
por causa disso no ninho irá continuar?
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 30 de novembro de 2014

"NO CERRO DA GUARITA"

Lá no cerro da guarita!
tinha tojos e muitas carquejas
nos corgos gente sem guarida
junto de floridas estevas

Do outro lado, Vale Travesso,
 tinha bois, vacas, bestas e um feitor
de todos, não era o mais esperto
tudo pertencia a um só senhor.

 A seguir no Monte da Estrada!
todas as moças eram bonitas
tinha no Pego d'altinho uma vala,
nas bermas cobertas de silvas.

O caminho para Vale Estacas,
 de terra batida, todo esburacado
atravessavam as ovelhas e as cabras
também lá havia o gado bravo.

Raposas,  lebres e coelhos,
 pardais, picanços e piscos
rastejantes os escaravelhos
 não de trampa bons petiscos.

Com eles se regozijam,
fazem uma bola a rebolar
do bom e do melhor petiscam
deixam a conta para o Zé pagar!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

"AGORA JÁ ÉI"

O compadri Zéi, montado na burrita!
foi com ela à feira de Garvão
antes passou por Santa Luzia
para saber quanto ela valia 
ofereceram meio tostão
com direito a demasia.

Encontrou no caminho,
o compdri Antóino
montado no seu burrinho
atã já sabe do patrimóino?

Dessa novidade!
não será mesmo engano
vamos saber a verdade
os dois dialogando
 ao fim da tarde.

Que não seja alarvidade,
vamos compadri a Lisboa
ora essa ai! Jesus
atravessamos o Rio Tejo na canoa
vamos ver o estádio do Benfica na Luz
e o estádio do Sporting, em Alvalade

No monte do Vale Burro,
a sul de Alvalade Sado
porque eles levaram tudo
deixaram o país endividado.

Um desertou para Bruxelas, vida bela,
recentemente, pelo presidente, condecorado
o outro foi de férias para Paris, já foi engavetado
agora hospedado no hotel presídio em Évora.

Valeu a pena a luta,
a lutar cantando a realidade
derrubaram a ditadura
em nome da liberdade

Moços dum cabresto,
receberam a noticia cantanto
foi reconhecido pela Unesco
obrigado pela generosidade
agora já éi o cante alentejano
Patrimóino Imaterial da Humanidade!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

"RELÓGIO DE PAREDE"

Duas jovens, moças, apaixonadas, não uma pela outra, resolveram partir muna viagem em busca dos seus príncipes encantados, num royce descapotável. Às tantas da matina, depois de percorridos centenas de quilómetros de asfalto, chegaram numa localidade, onde o silêncio e a magia eram predominantes. Dirigiram-se a uma hospedaria e perguntaram ao recepcionista da mesma se tinha um quarto para as duas, tenho o mesmo respondido, a resposta está daquele relógio pendurado na parede. Que horas eram?

domingo, 23 de novembro de 2014

"VIAJANDO NA IMAGINAÇÃO"

(Imagem Google)
Ao romper da aurora,
agitação, no local havia
nos arbustos à sua volta
quando o vento os bulia.

voava o perfume no vento,
da verde paisagem florida
caminhava de noite ao relento
 por uma vereda desconhecida.

Como os olhos que a via,
correr pelo Vale da Ternura
da nascente, lá no cerro, corria
para a fonte água pura.

Da fonte para o mar,
viajando na imaginação
para porto seguro a navegar
numa luxuosa embarcação
sem saber quando iria chegar
a viajar no fundo do porão
onde pensava encontrar
o amor de sua paixão!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

"ALGURES, EM LISBOA!

Um alfacinha e um alentejano, num bar-restaurante, algures em Lisboa.  Cada um sentado à sua mesa!
Quando à noitinha entrou uma jovem, encantadora, mulher, de mini saia, cabelos escuros, olhos castanhos, pele morena...
Dirigiu-se para a mesa do alentejano e sentou-se numa cadeira a seu lado!
O alfacinha disse:
Bravo echo lima oscar, mike alfa tango alfa charlie oscar, echo lima alfa, tango echo mike...Tradução - Belo mataco ela tem!
O alentejano repostou:
mike alfa sierra, november alfa oscar, echo, papa alfa romeo alfa, tango uniform, oscar, alfa papa alfa lima papa alfa romeo echo sierra...Tradução - Mas não é para tu o apalpares!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

"ZÉ NINGUÉM"

Quem na vida nada tem!
não terá desgostos da vida
de cabelos ao vento, o zé ninguém
sem eira nem beira, nem guarida
rebolou na ribanceira
caiu dentro da ribeira
fez na tola uma ferida.
Quando a sorte não ajuda
todos os caminhos têm obstáculo
no galho canta o mocho e a coruja
 as rãs, cantam, dentro do charco.
No pé esquerdo um sapato
no pé direito uma bota
por não saber cantar o fado
de tronco nu sem camisola
sem guitarra e sem viola
foi pedir trabalho ao circo.
O elefante não gostou, só visto
com a tromba no tejadilho do carro
tentando da porta abrir o vidro
assustado, pilintra sem pataco
lá dentro do carro com cagaço
aqui, palhaço desconhecido
não tem direito a visto dourado!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

"PAZ"

Não será fácil, mas é possível!
tem de haver força de vontade
para impedir a sua continuidade
temos que vencer o monstro vil.

Antes ou depois não sei quando,
esperança e fé traz-nos a primavera
sem se poder parar em frente caminhando
do que o passado e o presente quisera
sem guerras, o futuro risonho.

 A vida que Deus nos dera,
por ser tão bela nos satisfaz
 no mundo acabar com a guerra
sejamos capazes aqui na terra
para que no céu haja paz!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"O SILÊNCIO É MUDO"

 Segredos por revelar!
em algures escondidos
dos tojos no verão ardidos
continua fumo a pairar.

 Nascem entre as rochas,
estevas, na terra enraizadas
no mundo coisas maravilhosas
há belezas desencantadas.

 Será o amor louco?
utensílios em desuso
atirados no fosso
o silêncio é mudo.

Não sabe onde está,
 alguém quando anda perdido
não mais se apanhará
um desejo foragido!
(Eduardo Maria Nunes)