Nuns lindos olhos encontrei!
a esperança que andava perdida
não digo de quem são mas sei
que são duma moça bonita.
Só não sei onde ela mora,
não me quis dizer onde habita
procurando ela ando à nora
agora, não sei onde está metida.
Continuando as investigações
para o seu paradeiro descobrir
segundo, recebidas, informações
a caminho da praia ia a fugir.
Oh! Pernas para que te quero,
atrás dum desejo fui a correr
na areia por causa dum beijo
onde estaria fiquei sem saber.
Tropecei num caranguejo,
que se meteu à minha frente
bati com a tola num seixo
a sangrar, fiquei de repente
não do pé, mas sim do joelho.
Há dias de muito azar,
daquela praia fui a sorte
para o campo procurar
porque subi numa azinheira
cai em cima dum cavalo a trote
arre macho disse na brincadeira.
Não era macho, não era mula,
porque era burro
também não foi aventura
nem aconteceu no escuro.
A correr me deitou abaixo,
lá fiquei estatelado no chão
com muitas dores num braço
aflito batia o meu coração.
O mariola do burro ouviu,
deu dois coices no vento
desapareceu naquele momento
nunca mais ninguém o viu!
(Edumanes)