sexta-feira, 17 de julho de 2015

"NUMA NOITE DE LUAR"

Tão apressado, tropecei!
escorreguei no desejo
com ele me acorcovei.

Bem no fundo do prazer,
nos lábios sinto um beijo
de faminto, o ouvi gemer.

Mergulhei com esperança,
nas loucas ondas do mar
emergi em segurança
junto de uma sereia a boiar.

Não estou não ficando louco,
também não estou a inventar
louca percorrendo todo o corpo,
sensação, querendo nele acoitar.

Adormecido na ternura do amor,
quem me dera o sonho fosse realidade
nas pétalas perfumadas duma flor
imaginando a felicidade!
(Edumanes)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

"ESTÃO P'RAÍ FALANDO"

Há menos galhofa!
sem metal tilintando
agora é só mini volta
estão p'raí falando.

Não será sortilégio,
atrás da bicicleta à nora
não passa como outrora,
no Cercal do Alentejo.

Tanta desgraça não quisera,
mais, neste mundo acontecer
a volta a Portugal em bicicleta
no futuro assim poderá ser?
(Edumanes)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

"DENTRO D'UM CORNO"

Para se deitar à noitinha!
no vil catre uma enxerga de palha
quando para comer nada tinha 
toda a noite o estômago ralhava.

Nos pés calçava as chancas,
assim o sustendo do povo
meia dúzia de azeitonas
levava dentro d'um corno.

P'ro trabalho ia cedinho,
cantando alegremente,
com esperanças no futuro
pão e uma nesga de toucinho
naquela terra de rica gente
 gente rica tinha de tudo!
(Edumanes)

terça-feira, 14 de julho de 2015

"TOMBOU"

Se ao menos quisesse!
para encher o gorpelha
quem pegasse não tivesse
no cabo da forquilha.

Pior do que centopeia,
prometedor esfaimado
colhe quem semeia
a pregar no proletariado.

Por demais no saco embutir,
 não rebentou pelas costuras, tombou
para não ver de barriga cheia sorrir
alguém que com fome já chorou!
(Edumanes)

domingo, 12 de julho de 2015

"BOCADINHOS DE ESPERANÇA"

Dos montes onde outrora!
pelas chaminés deitavam fumo
muitos deles em ruínas agora
quantos não sei, muitos presumo
dispersos pelo campo à noitinha
no inverno chuvoso e friorento
ardia a lenha na lareira
pão com azeitonas o sustento
assada na braseira
às vezes metade d'uma sardinha
 não duvidem, foi mesmo assim
eu cá, não invento tristezas
porque são dolorosas sim
quando muitas incertezas
 tantas pareciam não ter fim!
Por veredas e caminhos
palmilhava léguas e léguas
para encontrar os carinhos
que faziam minhas esperas
eram de esperança bocadinhos
encontrá-los tanto eu quisera!
(Edumanes)

"NA PERNA"

Por que não sou egoísta!
estou, sim, sendo sincero
 tenho guelra e não crista
tudo o que eu mais quero
é que sejas feliz na vida.

Recuperei duma queda,
sem ser para - quedista
vi na perna da moça bela
uma tatuagem grafista.

Quando olhava para ela,
derrapei num buraco
 no chão bati com a testa
  na cabeça ouvi cantar o galo!
(Edumanes)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

"O RICO E O POBRE"

Todos os dias, jornais, rádios e televisões, nos intoxicam com a crise grega, não se cansam de, tanto, bater, continuamente, na mesma tecla. Todos os países da "desunião" estão contra o governo grego, por estar do lado do seu povo e lutar em defesa dos seus direitos. Será que merece ser condenado por causa isso? Ao contrário do governo português, que nada de nada fez em defesa do povo português. Concordou com todas as medidas de austeridade impostas pela maldita Tróika. Foi mais fácil cortar ordenados e pensões e dizer custe o que custar,  do que tentar defender pelo menos aqueles com menos recursos financeiros.   Será que todos os governos dos países da União Europeia estão certos e só o governo grego  é que está errado por defender os direitos do seu povo contra os "vândalos" credores desumanos e não aceitar de qualquer maneira tudo aquilo que eles querem que ele aceite? Porque será que a maioria defende os ricos e não os pobres? Até mesmo os pobres, pobres de "espírito"  defendem os ricos! Só podem, mesmo, é estar cegos, de ilusões, pelas falsas promessas, nas campanhas eleitorais para caçarem votos! É desumano tirar a quem tem menos para dar a quem mais já tem. A riqueza provém do trabalho dos pobres, porque os ricos exploram, por isso é que eles estão ricos. Ninguém enriquece do seu próprio suor, mas sim à custa do suor de muitos outros. Não me parece que o governo grego seja assim tão estúpido ao ponto de não saber com o que pode contar. Tenho a impressão de que nem tudo estará perdido, cujo  seu esforço será compensado. Todo aquele que luta, humildemente,  pelos seus direitos, não deve por isso ser condenado, deve ser sim visto como pessoa de bem! Era isso que alguns governos deveriam ser e não são! Não estou defendendo o governo grego, estou sim do lado de todos aqueles que lutam por justa causa!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

"BORBOLETAS A VOAR"

(Imagem Google)
Para as flores a olhar!
por amor, estão unidos
verdes campos floridos
borboletas a voar,

Acarinhai a bela nua,
 olhando para as estrelas
no céu à volta da Lua.

Adorai o seu olhar,
acarinhai por bem
no corpo para te dar
a beleza que ela tem!
(Edumanes)

terça-feira, 7 de julho de 2015

"ROSAS VERMELHAS"

Dentro d'um canteiro!
a dois palmos do chão
no jardim da paixão
vive o caracol, jardineiro.
A seu lado a verde roseira,
lindas rosas vermelhas tem
junto dela numa flor também
pousou a cigarra cantadeira,
cantando cantigas de amor.
Foi convidado, o grilo pianista
 com o gafanhoto galanteador
a charmosa joaninha, vocalista
também o melro ensaiador,
com a estilista, borboleta
a lagartixa apresentadora
chegou o papagaio guitarrista.
Reunidas todas as condições
formaram uma orquestra
acenderam-se os lampiões,
assim que começou a festa.
 Louva-a-deus, incomodada
pediu silêncio no auditório,
na poltrona bem acomodada
 tendo continuado o falatório.
Com tenção ouvia a bicharada
muda de cor constantemente
de transparente não tem nada
o senhor camaleão presidente!
(Edumanes)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

"UM CARANGUEJO NA AREIA!

Nuns lindos olhos encontrei!
a esperança que andava perdida
não digo de quem são mas sei
que são duma moça bonita.

Só não sei onde ela mora,
não me quis dizer onde habita
procurando ela ando à nora
agora, não sei onde está metida.

Continuando as investigações
para o seu paradeiro descobrir
segundo, recebidas, informações 
a caminho da praia ia a fugir.

Oh! Pernas para que te quero,
atrás dum desejo fui a correr
na areia por causa dum beijo
onde estaria fiquei sem saber.

Tropecei num caranguejo,
que se meteu à minha frente
bati com a tola num seixo
a sangrar, fiquei de repente
não do pé, mas sim do joelho.

Há dias de muito azar,
 daquela praia fui a sorte
 para o campo procurar
porque subi numa azinheira
cai em cima dum cavalo a trote
arre macho disse na brincadeira.

Não era macho, não era mula,
porque era burro
também não foi aventura
nem aconteceu no escuro.

A correr me deitou abaixo,
lá fiquei estatelado no chão
com muitas dores num braço
 aflito batia o meu coração.

O mariola do burro ouviu,
deu dois coices no vento
desapareceu naquele momento
nunca mais ninguém o viu!
(Edumanes)