Por aí calcorreando,
abalei do Alentejo 
para trás olhando,
de Cacilhas num cacilheiro
atravessei o Rio Tejo
 com destino a Lisboa,
de olho vivo e pé ligeiro
 cheguei ao Terreiro do Paço.
Para as obras fui trabalhar
lá para as bandas da Estrela,
sem saber do compasso
mas eu cá não me atrapalhei
inventei um mal encabado,
até o encarregado percebeu
de que eu precisava do ordenado,
próximo do palácio salazarento
 em aumentá-lo se atreveu,
não remando contra o vento,
  nunca procurei a vida à toa
 nem em busca dela ando 
não de qualquer maneira
sempre pensei um dia voltar
uma moda abençoada cantado!
Por quem foste esquecido,
outrora, não te queriam ver assim
com as tuas flores, lindo jardim
meu Alentejo querido!
(Edumanes)









