"ESTÁ INDO EMBORA"

O dia antes de ontem já passou,

vem a caminho o de amanhã

aqui ouvindo o vento estou

zunir nos estores da janela, ã?

Na escola o aluno Barnabé,

disse, estão batendo na porta

a professora vai ver quem é,

depressa ele foi sem demora!

O aluno, é o bento minha senhora,
manda entrar o senhor bento
disse para o aluno a professora

 está chovendo e faz frio lá fora,

  respondeu o aluno, não é aquele bento

 que dá beijos nos lábios da senhora!

Com a loucura tonta,

aqui não me abandones,

não quero que vás à monda

nem à ribeira lavar

só quero que me acompanhes

no dia em que me eu casar!

(Edumanes)

"SEM FESTANÇA"

(FOTO GOOGLE)

Nada do que há ignoro,

seja com ou sem vontade 

aqui no sítio onde moro

na Quinta da Piedade!

Olhando para o rio

vejo na água claridade

 enquanto bebo não assobio

posso beber à vontade!

Caminhando cada vez mais perto,

do fim do prazo de validade

num caminho sem retrocesso

para onde não haverá vida como esta

o coração para festejos não tem vontade

hoje é dia do meu aniversário sem festa!

(Edumanes)

"8 DE MARÇO"

Porque és tu Mulher a razão,

 da nossa permanência no mundo

pelos teus filhos sentes no coração

como Mãe, sentimento profundo!

Tu, Mulher apaixonada,

aqueces como lenha a arder

depois de ardida fica em brasa

para o homem se aquecer!

Não deixa essa fogueira se apagar,

mantêm-a acesa com abraços e beijos

em prazer tu Mulher possas consumar

com ternura todos os teus desejos!

Sentindo-se bem amada,

Mulher feliz e satisfeita

meiga, na cama deitada

 mantém a candeia acesa!

Pelo homem bem amada,

coração de Mulher sem dor,

com amor, seja, acariciada 

do mundo a mais linda flor!

(Edumanes)

"LÁ NO CERRO"

Mote para continuar,
muita gente por ela chora
sem ter teta para mamar
neste pais pior foi outrora!

No Alentejo o pastor,

com os alforges vazios

amendoeiras em flor

há nos cerros algarvios!

Teimar já não adianta,

na prateleira guardada

está a gaita ferrugenta

já não toca como tocava!

Antes de virar à direita,

sinal de perigosa curva

pelo mundo passageira

sendo esta vida tão curta!

Desejo felizes madrugadas,
para quem no coração sente
escrevi estas cinco quadras
 para você, carinhosamente!

(Edumanes)

"FÓIA"

Subi a Serra de Monchique,
 mais a cima até à Fóia
 para lá encontrar a poesia
dançando na festa algarvia
toda a noite na ramboia
o resto que se trompique!

Nos corações mais se sente,
enquanto o amor connosco habita
saber, porquanto não dura sempre

carinhosamente, dentro do peito

aproveitar o que há de bom na vida

  para que tudo seja mais perfeito!

Para Silves, seguimos depois,
juntos, ao romper da bela aurora
para o pequeno-almoço de nós dois

 café com leite e sonhos de abóbora!

Sendo vivida com amor,

a vida é sempre mais bela

acompanhada de felicidade

foi lá que vi as estevas em flor

 no outro dia ao fim da tarde

não pintadas em aguarela

nas margens do Rio Arade!
(Edumanes)

"ALÉM DO OUTRO LADO"

Para pesquisar no computa,

de todas a mais bela poesia,

aqui na Póvoa de Santa Iria,

está uma tarde de sol e chuva!

Sendo, portanto, um privilégio,

para a terra, ressequida, amolecer
 assim seja, também, no Alentejo,
como vejo de manhã o sol nascer

 além do outro lado do Rio Tejo!

Venha água com fartura,

mas, sem danos causar

para ver de noite ao luar

a terra coberta de verdura!

São Pedro, nunca se esquece,

de nos enviar esse líquido, tão, precioso

para a paisagem verde continuar agradece

 gente boa deste mundo maravilhoso!

(Edumanes)

"ACASALANDO"

Das quatro estações do ano,

mais perfume nos dá em vida

tenho a certeza não me engano

de todas ela é a mais bonita!

 Colorindo a primavera,

quero ver a paisagem florida

das nuvens caindo na terra

gotas de água dão vida à vida!

Ainda sem transbordar,

já corre, água, nos regatos

para acasalar os pássaros

a primavera está a chegar!

Sem duvidas no pensamento,

 em Portugal, a menos de um mês

a primavera estaremos recebendo

sinto orgulho em ser Português!

Aqui bem me sinto escrevendo,

 sendo verdade! Não será talvez?

pouca verdura, ainda, se está vendo

 neste chão, sagrado, que Deus fez!
(Edumanes)

"ZÉ DA FISGA"

Já reparado o farol esquerdo,

aqui à geringonça estou voltando

falta ainda reparar o farol direito

da reparação estou gostando!

Na aldeia ao Zé da fisga chamavam maluco,

ele respondia, sou maluco mas não sou parvo

sou contra todos aqueles que vivem com tudo

à conta do trabalhador, por eles, explorado!

Desta, aqui,  me lembrei agora,

para a qual penso haver solução

por não ser nenhum disparate

 bem inventado foi o jogo de bola

porquanto, nenhum maluco bate

de propósito com a tola no chão!

 Celeiro desta nação,

Alentejo foi outrora

 será que se foi embora

zangado com a revolução?

A ditadura não sabendo bem,

 como lidar com a democracia

no mundo quem a barriga cheia tem

não se lembra de quem a tem vazia!

Não sendo só de agora,

desde sempre assim terá sido

não estaria falando d'outrora

se daqui já tivesse partido!

Todavia, disso estou convencido,

 com o que outros outrora não tinham

este mundo como está sendo destruído

de que bons ventos não se avizinham!
(Edumanes)

" PASSEIO À BARRAGEM DO ALQUEVA"

O compadre Toino de Canhestros,  num passeio à Barragem do Alqueva encontrou lá o compadre Zéi de Messajana!

Atã compadre Zéi também por aqui, é verdade compadre Toino.  Atã compadre Zéi como é que vai essa moenga? Vamos andando compadre toino!

Atã o compadre Zéi já sabe? Já sei o quê compadre Toino. O Manel,  filho da  comadre Chica, da Sonega vai casar! Vai casar  com quem compadre Toino? 

Atã o compadre Zéi não sabe. Vai casar com uma mulher. Atã quem é a magana compadre Toino? É aquela moça toda cheia de nove horas, filha da comadre Angélica de Panoias!

"AVES MIGRATÓRIAS"

Por minha vontade aqui ficava,

eternamente, no peito sem aflição

  sentindo as batidas do coração

escrevo o que me vai na alma!

Em toda a minha vida,

na qual estou pensando

triste será a despedida

desta vida desandando!

O melhor que se puder,

sempre se deve aproveitar

enquanto mal não fizer

um bom tinto saborear!

Não adianta recusar,

o que hoje se pode beber

amanhã posso cá não estar

para, como foi, vos dizer!

Todavia, não fiquem pensando,

no que eu aqui pensando estou

vi um bando de pássaros voando

no Alentejo de onde natural sou!

 Nunca aprendi a tocar realejo.

 falo do Alentejo porque lá nasci

sinto saudades quando o não vejo

acreditem, na vida nunca menti!

Não sei, contudo, lá para onde irei,

 como aqui se lá encontrarei ou não

 por mails de lá enviados os informarei

como se regem as leis daquela nação?

(Edumanes)