Para uma festa da alta sociedade fui convidado
para animar as senhoras e os senhores
a todos os outros convidados fui apresentado
com os meus versos populares, simples, rimadores
Assim comecei a rimar...Vejo tanta fartura neste banquete
tanta canalha que não trabalha, mas muito tem para comer
trabalha o povo a para a canalha, e come a açorda sem azeite.
Pensavam eles que com a minha humildade os iria divertir
depois de terem ouvido a seguinte rima, diz o convidador
estás dispensado... poeta conspirador, podes sair
vai-te embora...vagabundo estupor
não sabes o que estás p'raí a dizer.
Minha presença os incomodava...
meus versos populares jamais os fazia rir
a canalha, para os banquetes me convidava
para com as minhas simples rimas os divertir...
meus poemas...contras suas ideias não agradaram
simples versos ditos a rimar não os animou
por dizer as verdades, do banquete me expulsaram
a canalha que come por canta de quem trabalha
a comer e a beber no banquete lá ficou!
(Eduardo Maria Nunes)