terça-feira, 2 de junho de 2015

"A BEIJAR O CÊ"

 O cê, ela estava a beijar!
no interior duma palhota
numa linda noite de luar
 a cedilha mais famosa.
 Para não engodar,
escrevo sem fazer batota,
cada coisa em seu lugar
numa rua porcalhota
escrita num papel a voar
encontrei essa anedota!
Algo está fazendo confusão,
porque se esqueceu o padeiro
ao datilografar uma requisição
de colocar, no cê, a cedilha.
Em vez de sal o merceeiro,
 de cal, mandou cheia a bilha
destinada a vinagre azedo,
com a cedilha na mão a correr
 descoroçoado, num penedo
que não viu foi embater!
(Edumanes)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

"SEM CUECAS"

Olhou para onde pensava!
o que desejava ver, não viu
só ficou a saber onde estava
quando no chão duro caiu?

 Porque a escuridão é falsa!
 ó! faisca, não tiveste cautela
 entraste pela porta à socapa
 sem cuecas saíste pela janela?

 Foi por causa dessa aventura,
que fugiu com as calças na mão
sem ter tempo de medir a altura
 bateu com o traseiro no chão.

Era mais forte a paixão,
não precisava de esperteza
para responder àquela lição
anelava repetir a proeza?
(Edumanes)

sábado, 30 de maio de 2015

"NAS PÉTALAS DO MALMEQUER"

(IMAGEM GOOGLE)
Amigas e amigos, está fazendo calor!
para todos bom fim de semana desejo
com tudo o que na vida tem mais valor.

para  não magoar os seus pezinhos,
porque junto ao mar terreno rochoso
 se for à praia calça os seus chinelinhos.

Na praia da sensatez,
do calor do sol bronzeada
sonhei lá ter visto a nudez
 na areia escarrapachada!

 Foi esse sonho interrompido,
pelo quebrar de uma onda
por nas rochas ter embatido.

 Naquele lugar, àquela hora,
não era uma melodia qualquer
quem com nada se incomoda
quando só ouve o que quer.

Pousado, o grilo cantava,
nas pétalas do malmequer
dos lábios perfume brotava
lindo sorriso de mulher!
(Edumanes)

quinta-feira, 28 de maio de 2015

"NO PAIS DOS TACHOS"

Fui ontem ao Alentejo?
voltei de lá sorrindo
 vi lá o que aqui não vejo
  saudades estou sentindo.

Quando outra vez lá voltar,
pelo caminho que conheço
sem ter pressa vou devagar
a conduzir não adormeço
para acidentes não causar. 

 Às condições da via tenho,
sempre a máxima atenção
por isso é que vou e venho
 sem quebrar a suspensão.

Sigo pela estrada nacional,
por causa da tal poupança
porque há escolha opcional
também ficará mais em conta
 para gente pobre, em Portugal
 há sempre alguma esperança.

Há pão para toda a gente?
 de lá voltar tenho saudades
mas não para ceifar o trigo
como se ceifava antigamente,
como vi, como o vejo acredito
já não há tantas desigualdades
 o Alentejo, está  diferente!
(Edumanes)

terça-feira, 26 de maio de 2015

"ROSEIRA ESPINHOSA"

Nos espinhos espetado!
o futuro na roseira espinhosa
 nas suas folhas, o imaginei pintado
com a esperança cor de rosa?

Depois do intenso calor,
que se fará sentir este verão
em Portugal, laranjeiras em flor
 laranjas podres vingarão?

Murchas, uma a uma. irão cair no chão,
Portugal, calor intenso este verão esperado
muito menos gotas de água das nuvens cairão
nas pétalas, perfumadas, do cravo encarnado?
(Edumanes)

terça-feira, 19 de maio de 2015

"CASTELO DE GUIMARÃES"

Guimarães, Cidade Berço!
onde a festa começou
cujo o motivo desconheço
porque tanta porrada levou,
cidadão adepto do Glorioso
violentamente, agredido
por um oficial agressor
não terá ele bem acolhido
a vitória do clube vencedor.
Para dialogar, sem inteligência
excessivo poder da força fez uso
um oficial de polícia sem clemência
da maneira como agiu, brutal abuso
contra pessoas e sua livre circulação,
 não sabendo quem terá razão, contudo
sem ofensa posso dar a minha opinião.
Numa festa toda vestida de encarnada
junto à estátua de Marquês de Pombal
em Lisboa, Portugal, foi organizada
por grupo arruaceiro transformada
numa violenta batalha campal!
Na cara lhe ter cuspido disse o oficial,
na Cidade Berço, teve sorte o agredido
 Catarina Eufémia,  na cara lhe ter cuspido
 no tempo da ditadura disse um outro oficial
foi por isso que ele a matou com um tiro!
(Edumanes)

quarta-feira, 13 de maio de 2015

"ESTRADA EMPOEIRADA"

Quando eu era rapazola!
antes de ir para o trabalho
temperada comia açorda
 com azeite e dente d'alho.

Na estrada empoeirada,
redondo como uma bola
dei pontapé no bugalho
levei com ele na tola.

Fez galo, grande bronca,
nesta vida maravilhosa,
o mariola de madrugada
agora todos os dias canta.

 Casqueiro para o farnel.
  menos de tuta-e-meia
fui mal sucedido
quando quis o pincel
molhar em tinta  alheia.

Coentros não aprecio
que os coma quem quiser
desde então por causa disso
nunca mais meti a colher
onde a não devo meter!
(Edumanes)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

"OS TOMATES"

A cigarra a cantar, grilos a grilar?
cavalos a relinchar, porcos a grunhir
burros, são burros a puxar a caravana
 lobos a uivar, gatos a miar, cães a latir 
só em silêncio permanecia a sanfona!

Mas, que tormenta barulheira,
fazem os saxofonistas no parlamento
acordados, não dormir de tanta canseira
tão surdos são ao descontentamento!

Nem nunca nem agora,
o melhor que sabem fazer
que a lambisgóia foi embora
 só mentiras sabem dizer.

São eleitos para nos enganar,
 com promessas falsas nos eludir
são bem pagos para nos burlar
porquanto só sabem mentir.

Porque mentir não sei,
sempre digo as verdades
por isso não me calarei
vermelhos são tomates!
(Edumanes)

domingo, 10 de maio de 2015

"POLUIÇÃO"

Reformas pensadas!
escangalhadas perversas
fazem-nos andar de gatas
 neste mundo às avessas.

Cheiram mal das ventas,
 emanam poluição no vento
 portas, dobradiças ferrugentas
rangem a todo o momento.

Incomodam a vizinhança,
de propósito a lambisgóia
alterou o ritmo da dança
só cagança a qualquer hora.

Perturbante, poluição sonora,
não há ninguém que a detenha
fruto da desenvolvida electrónica
venha ela de onde venha.

Porque a esperança,
continua a ser incerteza
o mar sobre a terra avança
cada vez mais mal cheira.

 Sopra o vento forte na orla,
no mar continua a ondulação
aqui na terra o cheiro da bosta
muita mais vai haver poluição.

Destrambelhada tripulação,
sem rumo, continua a navegar
se continuar naquela direcção
a embarcação irá naufragar!
(Edumanes)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

"NA ANHARA"

(Imagem da net)
Fui à procura da sorte!
numa longa caminhada
só encontrei um pote
numa casa assombrada.

Vazio, nem borras tinha,
tinham levado todo o azeite
bem me lembro, hoje, ainda
de lá ter perdido o barrete.

Foi numa noite muito escura,
por causa das nuvens não vi,
 no céu as estrelas nem a lua
só sei dizer, com medo fugi.

Não perdi os sapatos,
porque nos pés os não tinha
na lama caminhavam descalços
no outro dia à noitinha!

Não sei, parecia tonta,
para onde se dirigindo
com aquela pressa tanta
em Angola vi fugindo,
na anhara uma palanca!
(Edumanes)