segunda-feira, 22 de maio de 2017

"ABELA"

Fui à feira da Abela,
p'ra comprar uns sapatos
olhei e vi na cara dela
os olhos remelados.

Nos lábios um sorriso,
com cheiro a pau de canela
ouvi um barulhento grito
era do namorado dela.

O moço ficou ciumento,
ao mesmo tempo amuado
fez tamanho pé de vento
da cabana abanou o telhado.

Com tanta confusão,
não comprei os sapatos
voltei com o dinheiro na mão
e no chão os pés descalços!

Num calhau dei uma topada,
da vereda o magano não se arredou
lá ficou com a teimosia arrecadada
o meu dedo doeu que se fartou!

Nem tudo isto foi inventado,
 a feira é Outubro e não em Agosto,
a quem não sabe digo também
não é a Bela e o Monstro.
Abela é uma freguesia 
do Concelho de Santiago do Cacém.

Não é peta, nem mentira,
há muito tempo, eu era gaiato
não me lembro quantos anos tinha?

É verdade, fui mesmo à feira da Abela,
não para comprar um par de sapatos
nem tão pouco para ver se na cara dela
 àquela hora tinha os olhos remelados!
(Edumanes)

domingo, 21 de maio de 2017

"ONTEM NA CIDADE RIVAL"

Não sendo eu de nenhuma,
gosto de todas as cores
com esperança, tenho fé,
quando torço por alguma
no corpo sentir dores
isso é que coisa boa não é!

Porque, ser benfiquista,
é pois ser, bem, vermelho
não é nenhuma mentira
porque, gosta da bola
mas, só não a rebola
como faz o escaravelho.

Sofre e até às vezes chora,
quando se perde um jogo
tanta alegria, olha agora
nos festejos do Glorioso.

Quando o sofrimento,
mais as unhas faz roer
durante algum tempo
 não consegue esquecer.

Para, logo, se recompor,
depois da derrota sofrida
porquanto, o faz por amor
mais feliz se sente na vida,

Com a sua graça tanta,
a vida tem mais valor
canta, canta benfiquista;
quem canta seu mal espanta
para mais uma conquista
no Estádio Nacional do Jamor!
(Edumanes)

sábado, 20 de maio de 2017

"COM UM BALDE"

Não sou poeta louco,
escrevo imaginando
na cabeça sem gorro
a loucura cantando!

Não sou poeta louco,
escrevo a imaginar
quando no lado oposto
ouvi a loucura gritar.

Não sou poeta louco,
gosto de navegar na loucura
olhando para despido corpo
cuja a visão me perturba.

Não sou poeta louco,
nem consigo disfarçar
quando nu vejo um corpo
de mulher me provocar!

Não sou poeta louco,
mas tenho que me conter
esperando mais um pouco
para a loucura acontecer.

Não sou poeta louco,
não sei se nasci duma loucura
sei que sou oriundo dum povo
que lutou contra a ditadura.

Não sou poeta louco,
nem sou contra a loucura
contento-me com pouco
de nada tenho fartura.

Não sou poeta louco,
apoquenta-me a preguiça
com um balde tirei do poço
 água para regar a nabiça.

Não sou poeta louco,
daqui não quero abalar
eu sei que não encontro
do que este melhor lugar.

Não sou poeta louco,
a verdade, estou a dizer
gosto muito e não pouco
de neste mundo viver!
(Edumanes)

sexta-feira, 19 de maio de 2017

"ONDE O CÉU É MAIS AZUL"

A tentação me atenta,
 não me canso de te olhar
diz-me lá, então, qual é o tema
para antes do entusiasmo se quedar
quero escrever para ti um poema!

Diz o mote também,
porque sendo escolha tua
quantas sílabas é que tem
a palavra mulher nua!

Se escrita no teu corpo,
está,  não sou capaz de a ler
só de olhar para ele fico louco
nem as virgulas consigo ver!

Vogando  no som da melodia,
como se nas nuvens estivesse voando
essa tua fonte,  geradora, de energia
calor no meu corpo inoculando!
(Edumanes)

quinta-feira, 18 de maio de 2017

"PORTO COVO"

Praça do Marquês,
Alentejo-Porto Covo
oriundo daquele povo
sou cidadão português!

Entre Sines e o Sul,
para mim não há igual
 tem beleza mais ainda;
tanto me agrada o litoral
adoro a Costa Vicentina,
onde o céu é mais azul!

Porque me sinto lá bem,
tanto mais dele eu gosto
porquanto, coisas boas tem 
no Alentejo não inóspito!

Nasci lá mas lá não moro,
sem nenhuma languidez
 em dizê-lo não me demoro
vou lá de quando em vez!
(Edumanes)

quarta-feira, 17 de maio de 2017

"NUVENS ALTAS

Daqui não quero abalar,
sem ter para onde ir
porquanto, não posso voar
 aqui na terra posso sorrir.

Em liberdade, não amordaçado,
posso não saber mais o que escrever
 as palavras evaporadas no espaço
nas nuvens altas deixei de as ver
mas, sei muito bem o que faço.

Por enquanto peso à terra,
não a querendo magoar
sem antes me perguntar
o destino me levou à guerra.

De volta me trouxe de lá,
depois do dever cumprido
autorizado, não proibido
não sei por onde é que andará
dos lábios um beijo perdido!

Se alguma morena o encontrar,
nos seus lábios agasalhado
de volta, comigo, o quero ter
com ele estou, muito, preocupado
 faz favor de às origens o devolver!
(Edumanes)

terça-feira, 16 de maio de 2017

"VIDA ALEGRE"

Eu irei, eu irei, mas não quero ir,
não sei quando nem para onde vou
nem quando de lá voltarei a sorrir
sinto-me bem aqui onde estou!

Eu irei, eu irei contra a vontade,
não sei quando, não quero saber
não interessa qual a velocidade
se lá não tenho nada para fazer!

Lá aonde não sei, não sei,
de saber não tenho pressa
porque lá não encontrarei
melhor vida do que esta!

Escrevi este poema,
sem pés, não tem cabeça
viver vale sempre a pena
mesmo que se padeça!

Quem não padece,
a dor não sente
sorrindo, vida alegre
de quem vive contente!
(Edumanes)

segunda-feira, 15 de maio de 2017

"NAQUELE DIA"

Apenas imaginação minha,
 nada sendo mais do que isso
 quando em cima duma rocha ainda,
lá sentado estava distraído!

 Naquele dia a olhar,
não em noite de lua cheia
 vendo as ondas do mar
 desmaiando na areia!

De repente uma onda maluca,
deu-me uma grandessíssima chapada
 alguns segundos com a fronha molhada
lá permaneci sem ver o sol nem a lua!

Só para quem acredita,
e para quem quiser entender
 se cada um nasce para o que quer
  e se para lá da morte houver vida
então, eu nasci para viver!
(Edumanes)

quarta-feira, 10 de maio de 2017

"SAPATINHOS DE LÃ"

Condenada a inocência,
ilibada a prevaricadora
descontente a pachorra
foi embora a paciência.

Não sei se torna a vir,
com sapatinhos de lã pura
para ninguém, antes, a ouvir
de partir para a aventura.

Até agora notícias não deu,
cujo o motivo desconheço
nem uma carta me escreveu
se calhar perdeu o endereço?

Um e-mail vou enviar,
pela modernice sem fio
para ter cuidado ao passar
naquela ponte sem rio!

Sobre a ribeira seca,
sem água a terra gretando
para o céu olhando
apelando à mãe natureza!

Foi ouvida a sua prece,
das nuvens já cai água na terra
se esta vida não me aborrece
mais eu gosto de viver com ela!
(Edumanes)

terça-feira, 9 de maio de 2017

"AZUL, DO COR DO CÉU"

Não correndo atrás da ilusão, 
nem para o norte, nem o para sul
na internet, o jogo da baleia azul
inventado para gerar confusão!

Lá por onde andei quando era pequeno,
há muito tempo que lá não vou
com saudades bem eu ainda me lembro
de quem partiu e nunca mais voltou.

Apegado à vida do campo,
com esperanças do porvir
como seria imaginando
sem do destino poder fugir.

Menos poluição mais sadia,
do que a vida na cidade
nos lábios de quem sorria
com perfume de suavidade
o vento perfumava a alegria!
(Edumanes)