Mote
Para acompanhar,
na cepa não há engano
da melhor alentejana
não a trambecar,
bom fim de semana.
Poema, o saca-rolhas!
não é nenhum brinquedo
nas mãos não faz bolhas
quase nunca pára quedo.
Tem como missão libertar,
tinto ou branco engarrafado
por isso não o deixam sossegar
quando e sempre é mais solicitado
na hora do almoço ou do jantar.
Rolha, feita de cortiça,
comprida, bem torneada
antes do sobreiro tirada
não mete, a rolha, só tira
do gargalo da garrafa.
Saca-rolhas, ou abre-latas,
nem tudo que luz será ouro
não calça nos pés alpercatas
na cabeça não usa gorro!
Trabalha, sim, não à jorna,
por que não precisa, não recebe
também não mete, só tira a rolha
por não ser gente não percebe!
(Eduardo Maria Nunes)