Vaga, no azul amplo solta,
vai uma nuvem errando.
O meu pensamento não volta.
Não é o que estou chorando.
O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
a nuvem flutua calma.
e isto lembra uma tristeza
e a lembrança é que entristece,
deu à saudade a riqueza
da emoção que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
na minha amarga ansiedade
mais alto que a nuvem mora,
está para além da saudade.
Não sei o que é nem consinto
à alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto,
dor que a minha alma tem.
(Poesias de Fernando Pessoa)
(Poesias de Fernando Pessoa)
Caro amigo poeta Eduardo, Pessoa é o meu poeta predileto.
ResponderEliminarUm abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um ótimo dia.
Amigo Eduardo,uma poesia tão triste!
ResponderEliminarFique com Deus.
Bjs-Carmen Lúcia.
Como não sou muito de poesias, não conheço nada do Fernando Pessoa. Paciência!!!
ResponderEliminarO pouco que conheço de Fernando Pessoa, só sei que era Pessoa solitária, vivia rodeado de tristezas e esse modo de vida ele transcrevia para o papel, como podemos ler em todas as suas poesias, não lhe retirando o mérito de ter sido um dos grandes poetas portugueses.
ResponderEliminarCom o meu abraço amigo Eduardo.
Uma bela poesia de Fernando Pessoa, apesar de triste.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.