domingo, 11 de junho de 2017

"TARRO"

Bebi água no barranco,
vi numa manhã de geada
no chão um manto branco
lavrei a terra não lavrada!

Sem almoço no redondo,
 comia açorda num tarro,
 de cortiça na mão segurando
bebi água por um cocharro!

Barriga meio vazia,
era a ceia do pobre
à noite papas comia
num tacho de cobre!

Usei pelica e safões,
calcei botas de cabedal
fui para a guerra colonial
lutar contra os canhões!

De lá, sem tombar, me safei,
a sós com os meus botões falando
com saudades dos mergulhos que lá dei
continuo no Lago Niassa pensando!
(Edumanes)

5 comentários:

  1. Vida muito dura a do Alentejo na ditadura, eu sei...

    Abraço carinhoso, meu amigo

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  2. A vida era muito dura outrora. E não só no Alentejo. De África ficaram as saudades.
    Abraço

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  3. Parece um tacho de arroz com mexilhões!
    Ou será da minha vista?

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  4. Pronto...agora estás a salvo...
    Sofreste um bocado caramba
    Kis :=}

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  5. Bem feito para não falar demais!
    Agora é açorda alentejana mesmo!

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