Bem ou mal rimadas entre si
Em viagens já realizadas
Foi assim que as descrevi.
No Alentejo a viajar,
Pelas praias da costa vicentina
Na charneca, o céu sem neblina
Vi os peneireiros a voar
No Alentejo a viajar,
Pelas praias da costa vicentina
Na charneca, o céu sem neblina
Vi os peneireiros a voar
Imaginei uma onda gigante.
Na praia grande do Porto Covo
Numa rocha não muito distante
Pousava um, preto, corvo.
Real, não imaginação.
Corre a água no Rio Mira
Nasce na Serra do Caldeirão
Pelo vale entre montes
Passa sem parar por Odemira
Desagua em Vila Nova de Mil Fontes.
Entre Vila Nova de Mil fontes e Odemira,
Muito ocupados na pesca das ostras
Num barco a navegar no Rio Mira
Ocupantes, dois moços e três moças.
Porto Covo, Ilha do Pessegueiro,
Há um forte junto à praia, não na ilha
Na ilha, como canta Rui Veloso
Não há nenhum pessegueiro
Plantado por um vizinho de Odemira
Que dizem por amor morreu novo.
(Eduardo Maria Nunes)