Não está não a prosa!
perdida no meio da poesia
vermelha esta linda rosa
perfumada de alegria.
A olhar para o Rio Tejo,
aqui da Póvoa de Santa Iria
com saudades do Alentejo
água fresca da fonte bebia.
Não importa se é desértico,
é mais plano do que o norte
fico contente quando o vejo
de chaparros tem um fartote.
No passado terra de Mouros!
outros povos por lá passaram
ainda lá estão os alentejanos
aqueles que não emigraram.
Ainda vivem no Baixo Alentejo,
lá no sítio das Fornalhas Velhas
dizem más línguas que é um deserto
quando sentem o colar nas orelhas.
Do norte, vão para o Algarve,
lá passar umas belíssimas férias
atravessam o deserto da saudade
com piadinhas e outras lerias.
Perus, galos, galinhas e patos,
no inverno haviam pardelhas
na água que corria nos regatos
porcos, mulas, cabras e ovelhas
descalços brincavam os gaiatos!
O que já vi não esquece!..
não me canso de escrever
dizer, cada vez mais me apetece
basta, não nos façam mais sofrer!
(Eduardo Maria Nunes)