terça-feira, 11 de novembro de 2014

"A TARDE CLAREOU"

A tarde clareou,
no dia de São Martinho
a chuva agora daqui abalou
foi à adega provar o vinho
pão e castanhas levou
vá lá mais um copinho
bota abaixo com moderação
porque se ficar tontinho
pode, até, cair no chão.
Se passar no Cartaxo
beba um tinto carrascão
não se deixa ir abaixo
mantenha-se bem firme 
continue em frente a caminhar
na direcção onde, ainda, existe
sorria, porque há muito para se amar
não esteja, hoje nem nunca, triste!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 9 de novembro de 2014

"NUMA NOITE DE LUAR"

(Imagem Google)
Para agora o recordar!
de quando eu era puto
 por uma vereda a caminhar
o vento fez abanar o arbusto
apanhei um grande susto
numa noite de luar.

Aqui o digo sem vaidade!
porque eu não sei mentir
bem estar na vida faz sorrir
não é mentira, é verdade.

 Lá no campo não tinha vagar,
a trabalhar quando era criança
 não havia tempo para brincar
 no tempo da minha infância.

 Poder recordar o tempo vivido,
agora, em liberdade me contento
da juventude mais saudades tenho
 do  que no tempo ficou perdido!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

"BOM FIM DE SEMANA"

 Que a felicidade sempre lhes sorria!
seguidoras/os do blog, Nasci no Alentejo
amigas/os muita saúde, paz e alegria
 a todos bom fim de semana desejo.

Quem na vida não vive triste,
amado/a na vida é, na vida ama
onde está ela não sei mas existe
porque quem escrever insiste
sem inspiração não adianta.

 Que a vida nunca seja ferida,
 nada na vida tem mais valor
do que a saúde da própria vida
vivida seja com carinho e amor!
 (Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

"NADA DE ESPECIAL"

Serão essas as menos precisas!
de todas as coisas que no mundo há
queimem os cavacos cortem as silvas,
calor humano, demais nunca será.

 Para fazer a coisa rebitar,
bem as brasas nos aquecerão
se de todos os dedos se cortar
 as unhas não mais arranharão.

 Para não torriscar a caldeirada,
 na panela, não a deixei no fogo a cozer
chovia, fiquei com a farpela molhada
 hoje, de manhã, quando fui correr.

 Digo, nada vi de especial,
que me chamasse a atenção
há muita gente em Portugal
a resmungar sem ter razão!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 2 de novembro de 2014

"LÁ NA RUA DA TORCIDA"

Mote
A bejeca me desafiou!
logo lhe tirei a tampa
libertei aquela tonta
e ela me embriagou?

De mini-saia uma loirinha!
estava e continua na moda
bem amar a boa pinguinha
faz andar a cabeça à roda.

Lá na Rua da Torcida!
havia muita alegria no ar
com a loirinha apetecida
toda a noite a rodopiar.

Na Rua da Carraspana,
 toda a noite não me largou
se agarrou a mim a magana
na cama comigo se deitou.

 Para o seu corpo acariciar,
abandoná-la, ainda, não pensei
por isso é que desejo continuar
 sempre e toda a vida a amei.

Menos vezes  a visito,
mas não deixei de a amar
sempre que a beijo lhe digo
 não penso em te abandonar.

Não sei se perdido andei,
por causa daquela leviana
deitei-me com ela na cama
 na cama com ela acordei

 Impossível foi não a beijar!
 quando a desfeitear-me a vi
 porque à tentação não resisti
 tive mesmo que a violar!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

"SACA-ROLHAS"

Mote
Para acompanhar,
na cepa não há engano
da melhor alentejana
não a trambecar,
bom fim de semana.

Poema, o saca-rolhas!
não é nenhum brinquedo
nas mãos não faz bolhas
quase nunca pára quedo.

Tem como missão libertar,
tinto ou branco engarrafado
por isso não o deixam sossegar
quando e sempre é mais solicitado
na hora do almoço ou do jantar.

 Rolha, feita de cortiça,
comprida, bem torneada
antes do sobreiro tirada
não mete, a rolha, só tira
 do gargalo da garrafa.

 Saca-rolhas, ou abre-latas,
nem tudo que luz será ouro
não calça nos pés alpercatas
 na cabeça não usa gorro!

 Trabalha, sim, não à jorna,
por que não precisa, não recebe
também não mete, só tira a rolha
por não ser gente não percebe!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

"TOMATES ENLATADOS"

(Imagem Google)
Há tantos no parlamento!
disparates sem terem conta
 para a aprovação do orçamento
  o que mais lá há é gente tonta.

 A fazer ou dizer disparates,
será que o povo não percebe
 o dinheiro que aquela gente recebe
a coçar e não só, os tomates!

 Bem à maneira portuguesa!
se diz, estamos com eles entalados
há, em Portugal, quem enriqueça
com os tomates enlatados!

 Mais vale um sorriso nos lábios!
do que «sem milhões na algibeira»
Deus me perdoe todos os pecados
se por acaso disse alguma asneira?
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

"CONTINUAÇÃO"

O galgo teve mais sorte,
vais sim ter continuação
porque encontrei o mote
mas ruínas desta nação!

A caminhar sem prudência,
apressado pôs os pés no charco
elaborado antes sem inteligência
 tinha sido o famoso Pec quatro, 
por ter causado a discordância
pelos contra não foi aprovado.

Houve quem quisesse doutra maneira.
por isso, foi a correr para a presidência
estava o presidente sentado na cadeira
a magicar como resolver a ocorrência.

Quando o risote viu tudo aquilo,
quase que não queria acreditar
logo chamou o ajudante Pirlo
 para a ocorrência testemunhar.

 Foi, então, quando a forte ventania,
abriu as portas para a coelhada entrar
porque a anterior e medonha invernia
 desde essa data veio mesmo para ficar.

Na vida a tempestade que nos inferniza,
 por muito tempo continuará a invernar,
de seis em seis meses vai haver vistoria
até 2035, se mais no tempo não se dilatar!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

"TOJO"

(Imagem Google
Lá no campo vi, é verdade!
quando ainda, eu, era catraio
uma lebre em excesso de velocidade
 a correr à frente dum cão galgo.

A olhar fiquei embasbacado,
o cão galgo não a agarrou
no caminho um chaparro
da lebre não se desviou.

 Não tem graça, contado, só visto,
bateu com a cabeça no tronco, coitada
sim, mais saboroso teria sido o petisco
se na panela tivesse sido cozinhada!

Ainda pensei nisso,
apanhá-la, qual carapuça
continuei a ouvir o ruído
daquela corrida confusa.

 Um monte de tojo estava perto,
de imediato para cima dele saltei
debaixo a correr um coelho esperto,
de lá saiu, a olhar para ele fiquei!

  Sem lebre e sem petisco,
 muito no tempo se transformou
 nos regatos muita água, tem corrido
 só o espertalhão o vento não levou!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"DROMEDÁRIO"

(Imagem Google)
Não foi camelo que passou no Alentejo!
a vaguear, pelo centro, de sul para norte
em Vila Velha de Ródão saltou o Rio Tejo
não foi pequena mas sim a grande sorte.

 Estou só imaginando, não sei ao certo,
como não tinha mais nada para escrever
se fosse o dromedário estaria no deserto
 sem, ou talvez com pouca água para beber.

 Quem lá deveria estar a pregar, eu bem sei,
 dessas coisas hoje pensei e não quero falar
 por causa disso foi que estas palavras inventei
 para não andar por aí sem saber para onde olhar!
(Eduardo Maria Nunes)