Rei Pintor, foi ao baile!
na noite de consoada
embrulhado num xaile
só voltou de madrugada.
na noite de consoada
embrulhado num xaile
só voltou de madrugada.
Perdeu as chanatas,
enfiou os pés nas chancas
tropeçou nas alpercatas
fez arranhão as ancas.
Pôs mercúrio no algodão,
sobre o arranhão, colocou
não magoou o coração
mas, da sena triste ficou.
Foi para a cama dormir,
toda a noite a sonhar
terá ouvido o galo grunhir
no curral, o porco a ladrar?
Só faltava, mais, esta,
para na história mencionar
havia barulho na floresta
antes do dia começar!
Não se sabe, porém,
se o arranhão já sarou
para o que não pintou
continuar, diz que tem!
(Edumanes)