terça-feira, 22 de dezembro de 2015

"MANAJEIRO"

O manajeiro, do patrão defensor!
 camponês lavrando a terra com o arado
no inverno, das intempéries a rigor
o pastor encostado ao cajado.

À chuva e ao frio,
atrás das nuvens o sol
batia-se os dentes a fio
por causa do briol.

Com os dedos das mãos engalinhados,
naquele tempo não haviam outras maneiras
dentro das botas os pés mal aconchegados
nas orelhas incomodavam as frieiras!
(Edumanes)

domingo, 20 de dezembro de 2015

"NÃO PEDI PARA NASCER"

Da laranjeira colhi uma laranja!
por na vida dar à vida mais valor
ao passar na planície alentejana
no campo colhi uma linda flor.
Porque, sentido não fazia,
não pedi para nascer
pois, tinha de acontecer 
por ser fenómeno natural
naquele lugar onde nasci,
quando, ainda, não havia
liberdade em Portugal.
A caminhar, eu, aprendi
andando pela estrada fora
olhei para trás acenando
com pena de vir embora.
Disse adeus ao Alentejo,
mas, não foi para sempre
porque lá estou voltando
 como quem saudades sente
eu sinto quando o não vejo,
 sendo assim, tem mais valor
neste mundo a vida passageira
saúde, paz, carinho e amor
felicidade p'ra vida inteira!
(Edumanes)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"IMAGINAÇÃO"

Tudo o que seja proibido!
mais procurado será sempre
quem ama e é correspondido
 no coração felicidade sente.

Onde penetra a imaginação,
em silêncio para não incomodar
quando ao serviço da investigação
tem, sempre, liberdade para entrar
não precisa de pedir autorização.

Corpo nu, com tudo à mostra,
quem o mira tem curiosidade
acredito que toda a gente gosta
  de comer quando tem vontade.

Numa noite de, verdadeira, loucura,
de amor e paixão louca tempestade
adormeceu na cama beijando a ternura
 na cama acordou abraçando a felicidade!
(Edumenes)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

"COM O PÉ NO ESTRIBO"

Poeta apaixonado!
com o pé no estribo
caiu do burro abaixo
no meio do, loiro, trigo.
Poeta apaixonado,
pela equitação
com o pé no estribo
 para montar no macho
perdeu o equilíbrio
 bateu com o cu no chão.
 Das mãos largou a arreata
tendo ficado presa na foice
 em cima do cabo da enxada.
A mula deu violenta coice
foi acertar no martelo
que estilhaçou a vidraça!
Para descascar alaranja,
não encontrou o cutelo,
dos olhos, no chão, deixou
 caída uma lágrima tristonha!
 Não foi nenhuma desgraça
o que naquele dia aconteceu
tudo o que o poeta imaginou
com uma pena escreveu!...
(Edumanes)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"CAI ÁGUA NA TERRA"

No inverno faz frio, é preciso!
ainda, vem lá longe a primavera
atrás das nuvens, o sol, escondido
está a chover, cai água na terra.

Nem tudo se pode ter, ao mesmo tempo,
então, que venha uma coisa de cada vez
todas elas carregadas de contentamento
para este mui Nobre Povo Português!

Sem esquecer o povo de todo o mundo,
mais ainda os que tentam fugir da morte
crianças, mulheres e homens no mar fundo
 morrem, habitantes do mundo sem sorte!
(Edumanes)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

"ERVILHEIRA"

Dentro da casa dela!
num momento atribulado
comendo pirão de mandioca
com galinha acompanhado
estava uma garota bela,
por causa duma coisa torta
fez tamanho espalhafato,
o vento fechou a porta
entalou o rabo do gato.

Na horta a ervilheira,
agachada estava perto
debaixo duma laranjeira
num buraco a céu aberto.

Tinham feito o dito buraco,
para enterrar a laranja podre
dentro dele foi cair o bicho lagarto
antes de ter comido as falhas da couve.

A correr foi à ervilheira verde, apanhar ervilha,
sem ter tido qualquer atenção onde punha os pezinhos
por causa disso é que terá pisado os dentes da forquilha
levou com o cabo na testa, nos lábios sentiu beijinhos!

Caminhando aos zig - zag, com o seu mini vestido,
 chegou ao fim, dessa aventura, livre de qualquer lesão
a pesar de tudo isso, até foi um dia bastante divertido
por ter sido, segundo disse vivido com muita emoção!
(Edumanes)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"SÃO BEM DIFERENTES"

Neste dia, tão, importante!
ainda, de todos não esquecido
porque se julga o mais chibante
com todos a regalias ter nascido.

 Aqueles que pensam ter, mas não têm,
querem que todos os outros lhe obedeçam
sem tão pouco terem inteligência, porém
fazem com que por sua causa padeçam.

Verdadeira causa das desigualdades,
porquanto mais aumenta a exploração
tanto se ouve por aí falar em igualdades
nas imagens, bem à vista de todos estão!
(Edumanes)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

"NÃ SÊ"

Chegaram à cidade do Barreiro,  dois alentejanos, oriundos do Alentejo! Quando numa rua passavam junto de um prédio muito alto! Um deles diz para o outro! Quando eu era pequeno,  cai lá do último andar desse prédio! Perguntou o outro,  atã nã morreste? Nã sê, há tanto tempo, já nã me lembro!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

"GAIATO ALENTEJANO"

Nos anos 50 do século passado, um gaiato alentejano, num dia de domingo, foi assistir à missa lá na igreja da aldeia...Todos os crentes que assistiam à dita missa...Em silêncio, escutavam as palavras do Senhor Prior, que dizia. Sabeis caros irmãos de que para o trigo nascer, na terra tem de se enterrar a semente, bem como o milho, o feijão, o centeio etc, etc. Ouvindo aquelas palavras, o gaiato perguntou!
Atã; Senhor Prior, para a gente nascer também foi preciso se enterrar alguma coisa?

domingo, 6 de dezembro de 2015

"FUGINDO"

Contigo levas a inspiração!
porque estás com ela fugindo
a falta que me faz a imaginação
aqui me deixas ficar sentindo?

Não desisto, estou voltando,
onde estão ninguém me disse
nada disso estou inventando
não ser minha pantominice
das duas estou precisando!
(Edumanes)