quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

" RAÍZES ENVENENADAS"

Com as dores que sente,
chora noite e dia, sem cessar
 porque, o mundo está doente,
a maldade o prantou assim,
não se consegue curar
um mal que não tem fim!
 São as raízes envenenadas,
  propagando o veneno na terra
como falsos profetas embuçados
no mundo os senhores da guerra
heróis, sem o serem, condecorados!
Pelos actos, praticados,  de terror,
por eles à distância comandados
falam de paz como quem fala de amor
 pela destruição, estão, apaixonados!
(Edumanes)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

"FLORES"

Nomeado para uma tarefa,
sem saber por onde começar
foi perguntar a um careca
que o mandou ir passear
para junto do jardineiro,
fazer companhia às flores!
Já com nada se contenta,
perdeu o gosto dos sabores
 antes tudo fazia tão perfeito,
não sei o que pensa o molengão
passa os dias e as noites na molenga
como dantes já não quer fazer serão
só o que quer é mesmo descansar!
Não desconta para a previdência
tem cama e mesa de borla!
Estou a perder a paciência,
porque, já não vai à bola,
 nem à Cova da Piedade?
Apaixonado que era outrora
estava sempre pronto para a folia
cantando e sorrindo de felicidade
nunca se recusava como agora,
nem de noite, nem de dia!
(Edumanes)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

"FUGINDO DO FURÃO"

 Há no mundo tantos enganos!
que uns querem outros não corrigir
o correr, sem pressa, vão os alentejanos
para o trabalho, cantando ou a sorrir?

Não foi com arrogância, foi com paciência,
que se conseguiu recuperar a liberdade
pode até parecer que não foi com inteligência
 para quem no tempo desconhecia a realidade.

 Chegou com o romper da bela aurora,
devolveu alegria a quem a julgava perdida
para não ser surpreendida foi bem cautelosa
sendo por quem a esperava bem recebida!

Para se vingarem a todo o custo,
eles fazem tudo por tudo para voltar
para continuarem a pagar com cuspo
 a quem trabalha, custe o que custar!
(Edumanes)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

"OLHANDO PARA O DECOTE"

Quando chove na terra,
  a ribeira enche de água turva
da semente nasce verde a erva
 num lindo manto de verdura.
Era aquilo que imaginava,
verdadeiro, não ilusão
olhando para o decote,
dentro do peito sentia
as batidas do coração!
Para temperar a açorda,
antes do romper do dia
entornou o azeite do pote
quando a 100 graus fervia
a água dentro da caçoila!
(Edumanes)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

"FLORES E IMAGINAÇÃO"

A vida, não é nenhum jogo!
pode perder-se numa aventura
das nuvens, na terra, cai a chuva
não haverá fumo sem fogo?

Imaginando, um dia à tarde, na matiné,
na plateia, beijando os lábios duma gaiata
com a mão, bem, cheia de esperança e fé
 devolveu cinco hectares de chapada.

Advertindo, são pancadinhas de amor,
com meiguice de garota apaixonada,
deixa lá, não fiques tão triste assim
deverás ter por elas, especial, afeição
são como pétalas, perfumadas, sem fim
para colocar no seu peito junto do coração
quem me dera tivesse nas mãos uma flor.

Por pensar assim na vida minha,
nas tristezas de que a alma padece
umas vezes triste, outras vezes alegre
não sabendo quantas serão ainda!

Mesmo querendo parecer que não,
 constantemente, em permanência
nos momentos de maior aflição
sempre tem vencido a paciência!

Não penso que sejam só cantigas,
acontece quando menos se espera
mando as tristezas para as urtigas
para receber as flores na primavera!
(Edumanes)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

"NÃ É OVELHA, É LEBRE"

Viajando pelo Alentejo,
sacudindo o pó das orelhas
o turista, pastoreando no brejo,
viu um rebanho de ovelhas!

Perguntou ao pastor, se ele tinha uma ovelha,
toda preta com a ponta do rabo branco,
já ontem essa pergunta me foi feita por outro aselha
respondeu o pastor, para o turista, cantando!

Atã! você de ovelhas nada percebe,
por isso nã sabe, mesmo, do que tá falando
aquela do rabo branco, nã é ovelha é lebre
como o outro, parvo, para ela tá olhando!
(Edumanes)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

"NA CHAMINÉ"

Aqui está um dia soalheiro,
sopra o vento na chaminé
 não sendo, portando, o primeiro
 de que não seja o último tenho fé!

Vem dos lados da boca do inferno,
atravessa o Rio Tejo para a outra banda
não sendo de admirar, porque é inverno
má de gramar na planície alentejana!

Porque, lá naquele descampado,
 no verão,  onde o sol mais aquece
só mesmo à sombra dum chaparro
na vida, bem viver mais apetece!
(Edumanes)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"NA HORA DA DESPEDIDA"!

Na hora da despedida!
previsto serem condecoradas
personalidades da vida política
com mérito foram alcançadas
pelo excelente serviço prestado
a bem do povo desta Nação
 a vida do bem comportado
não é tão fácil, assim, não!

Toda a vida foi pastor, 
toda a vida guardou gado
lá no campo ao rigor
encostado ao cajado
ao sol, ao  frio e à chuva
nunca foi condecorado
por nenhum senhor
 Presidente da República!

Todos merecem ser condecorados,
cada um no desempenhas das suas funções
se pela classe política estão sendo desprezados
 os pastores, não têm direito a condecorações!
(Edumanes)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

"O REGRESSO"

Por ter terminado a comissão de serviço de 2 anos, + mata-bicho de 4 meses, no norte de Moçambique, integrado no Batalhão de Caçadores 598, em defesa da permanência portuguesa e seus valores em África! Há meio século estava, eu, viajando de Metangula, via Vila Cabral, Catur, Nova Freixo, Nampula, destino  Nacala. Onde embarquei no Navio Vera Cruz, com destino à Metrópole. Faz amanhã dia 11 de Fevereiro 50 anos, 1966. Tendo chegado a Lisboa dia 1 de Março desse mesmo ano!

Recordo esse dia com tristeza,
pelos que foram e não voltaram,
em defesa da Nação Portuguesa.
Com alegria recordo com certeza
 pelos que como eu regressaram!
(Edumenes)