Será, portanto, privilégio,
onde o calor mais aquece
daqui, eu, vejo o Rio Tejo
e algo mais que acontece.
Abro a janela entra o vento,
como prisioneiro sem liberdade
enquanto se mantém cá dentro
lá fora amaina a tempestade.
Pia o pintainho, com sede, incomodado,
como um galo sem poleiro envelhecido
cada dia que passa ficando mais depenado
e com menos água para molhar o bico.
No verão a água escasseia,
quando no inverno pouco chove
recuso-me, falar da vida alheia
porque, a tristeza me comove!
Porque, hoje não é dia de tristezas,
para festejar a final da Taça de Portugal,
já ontem para beber fui comprar as cervejas
esqueci-me do camarão, mas não faz mal.
Bebo as cervejas pensando nos caracóis,
porque me esqueci de trazer o camarão
mesmo não sendo apaixonado por futebóis
não deixo, todavia, de aplaudir o Campeão!
(Edumanes)