À espera de reaver a inspiração,
sem saber onde estava a poesia
com a caixa dos pirolitos vazia
não sabia mais o que escrever
nada me ocorria na imaginação
para o espaço a seguir preencher!
Por causa do cabo da enxada
que me perturba o sossego
se aqui já não faço nada
vou à procura de emprego.
Nas mãos faz-me calos,
e mais ainda vergar a mola
quem trabalha são os parvos
a troco de mísera esmola.
Para a caldeirada temperar,
sem alho e sem azeite na dispensa
quem não tem esperto nos cabeça
está sujeito toda a vida jejuar?
Passa a vida de pau para o ar,
sem deitar uma, única, pinga de suor
sopre o vento chova, faça frio ou calor
quem nasceu para bem a vida gozar!
(Edumanes)