quarta-feira, 10 de julho de 2019

"ESCALRACHO"

Quem, ainda, o pode fazer,
de o fazer não tenha preguiça
se é que, também, acredita
que verdade possa ser!

Com espírito de juventude,
mesmo sendo cansativo
de que faz bem à saúde,
andar a pé, pois eu acredito!

Lavrei a terra e separei o escalracho,
como em anos anteriores, fiz a sementeira
no passado Outono, lancei as sementes à terra
com, muitas, esperanças de que na primavera
pudesse como noutros anos fazer boa colheita
mas, não choveu, foi tudo por água abaixo!

 Encostado a uma rocha, estava eu, num dia de verão,
à beira do mar imenso, vendo as andas num vai e vem
pensando em tudo aquilo que já fiz e vi, na vida, porém
 se não tivesse visto nem feito tudo isso seria imaginação!
(Edumanes)

segunda-feira, 8 de julho de 2019

"GALO SEM POLEIRO"

 A vida é como um filme,
que tem princípio e fim
mas enquanto, ela, existe
do que pior antes assim!

  Poderá para uns ser mais triste,
para outros poderá ser mais alegre
também  haverá  quem não acredite
cada um, só,  tem o que merece!

Não vale a pena pensar,
se eu nasci para morrer
sem a todos contentar
o tempo passa a correr!

Ninguém ficará esquecido,
para de galo, poder, cantar
não valia a pena ter nascido
para sem vida ter de abalar!
(Edumanes)

sábado, 6 de julho de 2019

"DIZEM OS ENTENDIDOS NA MATÉRIA"

O futuro é incerto,
o obstáculo permanente
tudo serve de protesto
a saúde está doente!

A qual precisa de ser tratada,
para se pôr fim a tanta polémica
com a justiça a ser desacreditada,
sem rumo, definido, a educação
falhando continua na aritmética
por fim tudo acabará em nada
porque, a vida é uma ilusão!

Gozá-la enquanto se pode,
com admiração e respeito
seja o rico ou seja o pobre
nenhum estará satisfeito?

 Sendo normal a ambição,
ter mais olhos do que barriga
é sinal de que, ainda, há vida
 enquanto se sente o coração!
(Edumanes)

sexta-feira, 28 de junho de 2019

"CHAPARROS E FARDOS DE PALHA"

Fui passar uns dias ao Alentejo. Num lugar onde o silêncio permanece de noite e de dia. Nem tão pouco lá havia rede da Nós. Motivo pelo qual estive ausente da blogosfera.
Para todas as pessoas que estão seguindo este blogue, desejo um bom fim de semana!

sábado, 15 de junho de 2019

"REVOLUÇÃO AGRÁRIA"

Alentejo no seu abrigo,
de oliveiras rodeado
existem junto ao lago
 onde outrora havia trigo!

Também se ouvia falar,
de outra vila alentejana
de que tinha longe do mar
uma praia em Messejana!

Por alguém foi inventado,
na vida que não dura sempre
 quem à noite dorme sossegado
 dores, no corpo, não sente!

Com ela vivo contente,
mas, como não sei cantar
vou assobiando alegremente
sem ter pressa de chegar!

Vou andando devagarinho,
para mais tempo demorar
sei que de lá não irei voltar
por ser esse o meu destino!
(Edumanes)

quinta-feira, 13 de junho de 2019

A BEM DA NAÇÃO.

Santo António de Lisboa,
pede ajuda ao São João
e ao S. Pedro se for preciso,
com a voz que nos abençoa
para que o poder político
 ponha fim à corrupção!
(Edumanes)

terça-feira, 11 de junho de 2019

"RELÓGIO DE PAREDE"

A Rua da Betesga é a rua mais pequena de Lisboa!
Verdade ou Mentira?

Quem já visitou Lisboa e passou pela Pastelaria Suiça, na Praça de Dom Pedro IV! 

Do Rossio para a Praça da Figueira, tenha passado pela referida rua talvez?

segunda-feira, 10 de junho de 2019

"DIA 10 DE JUNTO DE 2019"

Hoje Dia de Camões, pensei,
que pudesse escrever um poema
mas, os versos não os encontrei
junto com o mote perdi o tema!

Tenho de os ir procurar,
aqui sentado não ficarei
na esperança dos encontrar
até onde for preciso irei,
não prometo posso falhar
de que com eles voltarei!

Bom feriado, Dia de Camões,
e, também, das Comunidades
que nunca lhes falte os tostões
com saúde, muitas felicidades!
(Edumanes)

sábado, 8 de junho de 2019

"AS LEIS DE SALAZAR"

Portaria 69035
Dos vadios

No filme de 1933, “A Canção de Lisboa”, a personagem Vasquinho, definia a sua vida de estudante cantando: ”De capa ao ar, cabeça ao léu, sem me ralar vivia eu, a vadiar, e tudo mais eram cantigas”. Contudo, o Código Penal em vigor decretava prisão até seis meses para quem fosse considerado vadio.

Vadio era “aquele que não tem domicílio certo em que habite, nem meios de subsistência, nem exercita habitualmente alguma profissão ou ofício, ou outro mister em que ganhe a sua vida”.

Das professoras primárias

Por sua vez, quem ganhasse a vida exercendo funções de professora primária, estava proibida de casar sem autorização do Ministro da Educação. No decreto-lei da década de 50 que estabelecia esta regra podia ler-se:

“O casamento das professoras não poderá realizar-se sem autorização do Ministro da Educação Nacional, que só deverá concedê-la nos termos seguintes:

1º Ter o pretendente bom comportamento moral e civil;

2º Ter o pretendente vencimentos ou rendimentos, documentalmente comprovados, em harmonia com os vencimentos da professora.”

Regulação do casamento das professoras primárias
Solicitação de autorização do Ministro da Educação para contrair matrimónio
Dos isqueiros e acendedores

Mas, atente-se que se o futuro marido da professora primária fosse fumador, teria de acender os cigarros com fósforos, ou então adquirir uma licença de isqueiro.

Isto porque em Novembro de 1937, o Decreto-lei nº 28219 estabelecia que, qualquer cidadão, para poder utilizar isqueiros (ou outro tipo de acendedores) em público, tinha que possuir uma licença, passada pela Repartição de Finanças.

A licença servia apenas para um isqueiro e para o seu respectivo portador, que não o podia emprestar. Os fiscais de isqueiros e a Polícia podiam apreender o acendedor e multar quem não tivesse este documento. Este Decreto-lei viria a ser abolido em 1970.

Licença para uso de acendedores e isqueiros (frente)
Licença para uso de acendedores e isqueiros (verso)

Dos trajes de praia

Mas, mais ainda: se o dito futuro marido da professora quisesse fumar na praia, acompanhado da sua noiva, ambos teriam de levar um fato de banho à medida. Isto porque, em 1941, chegaram a Portugal muitos refugiados da Segunda Guerra Mundial, que não estavam habituados ao pudor e conservadorismo do Portugal Salazarista. Consequentemente, o Ministro do Interior ditou:

“Factos ocorridos durante a última época balnear mostraram a necessidade de se estabelecerem, com a precisão possível, as normas adequadas à salvaguarda daquele mínimo de condições de decência que as concepções morais e mesmo estéticas dos povos civilizados ainda, felizmente, não dispensam”

A 5 de maio desse ano, nasce o decreto-lei 31:247, que integrava “várias disposições sobre o uso e venda de fatos de banho”, instituindo e estabelecendo “o sistema de fiscalização e sanções a aplicar aos transgressores”. Assim, homens e mulheres passariam a obedecer a regras específicas na forma de vestir na praia:

Os homens deveriam utilizar “fato inteiro em que o pano anterior se prolonga cobrindo toda a frente do calção, de costura a costura lateral. O calção deve ser justo à perna, de corte direito e terá um comprimento de perna mínimo de dois centímetros. A frente do fato, qualquer que seja a forma do decote, deve cobrir a parte anterior do tronco, tapando os mamilos. As costas podem ser decotadas até à cintura”.

Para as mulheres, “o fato de banho deve ser inteiro e ter saiote fechado. O calção interior é justo à perna, de corte direito e deve ter o comprimento de perna mínimo de dois centímetros. O saiote, que pode ser independente do corpo do fato, terá o comprimento necessário para exceder, pelo menos de um centímetro, a extremidade inferior do calção depois de vestido. A frente do fato deve cobrir a parte anterior do corpo, não podendo o decote ser exagerado, a ponto de descobrir os seios. As costas poderão ser decotadas até dez centímetros acima da cintura, sem prejuízo do corte das cavas que devem ser, quanto possível, cingidas às axilas”.

Em ambos os casos não era permitido o uso de fatos que se tornassem “imorais pela sua transparência”. As raparigas até aos 10 anos e os rapazes até aos 12 estavam dispensados das normas supracitadas, excepto “nos casos de desenvolvimento precoce”.

Decreto-lei 31:247, de 5 de maio Decreto-lei 31:247, de 5 de maio de 1941
Do mobiliário da sala de aula

No final da época balnear, quando a professora regressasse à sala de aulas, a sala deveria estar correctamente configurada: “por detrás e acima da cadeira do professor um crucifixo, como símbolo da educação cristã determinada na Constituição”.  A introdução do crucifixo nas escolas é decretada pelo Lei n° 1941 de 11 de Abril de 1934.

O crucifixo na escola primária O crucifixo na escola primária
Mas Salazar não se ficou por aí. No decreto n.º 25:305/1934, de 9 de maio, destinado a fixar o mobiliário mínimo para o funcionamento de cada sala de aula de instrução primária determina que em cada uma deverá haver “devidamente emoldurado, o retrato do Chefe do Estado e, resguardada em redoma conveniente, uma bandeira nacional”.

Sala da Escola primária Adães Bermudes, Alcobaça, em 1938 Sala da escola primária Adães Bermudes, Alcobaça
Dos livros e estudos

No entanto, não se pense que a sala de aula estaria cheia de alunos dos mais variados estratos sociais. Nesta época, só os filhos das famílias mais abastadas tinham oportunidade de estudar, daí que ainda hoje a maior taxa de analfabetismo esteja entre a população mais idosa. Outras particularidades são, por exemplo, o facto de na província os alunos terem de pedir a benção ao professor e, em Lisboa, dar os bons dias em coro.

Num livro de leitura da primeira classe podia ler-se, antes da aula:

“Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amén.

Professor: Jesus, divino Mestre,

Todos: Iluminai a minha inteligência, dirigi a minha vontade, purificai o meu coração, para que eu seja sempre cristão fiel a Deus e cidadão útil à pátria.

Todos: Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória”

E depois da aula:

“Professor: Graças vos damos, Senhor,

Todos: Por todos os benefícios que nos tendes concedido. Amén.

Professor: Abençoai, Senhor,

Todos: A Vossa Igreja, a nossa pátria, os nossos Governantes, as nossas famílias e todas as escolas de Portugal. Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amén”

sexta-feira, 7 de junho de 2019

"PULGA NO LENÇOL"

Se eu tivesse a liberdade,
que a pulga tem no lençol
sem as magoar, com jeitinho
as moças todas, se eu pudesse
apalpava com amor e carinho
esta é dura aquela é mole!

 Mas, para ter a certeza,
 sem beliscar a intimidade
 se eu tivesse a oportunidade
que a pulga tem na enxerga
apalpava as moças todas
 esta é arisca aquela meiga!

 Para o fazer com firmeza,
 sem ter duvidas confirmar
em cada uma a sua beleza
 só depois de todas apalpar!
(Edumanes)