domingo, 5 de julho de 2020

"CADA UM COM O QUE TEM"

Montada no seu  jumento, alado,
estrada fora, vai Ti Anica do Loulé
nas cangalhas leva os potes de barro
no rosto leva alegria, esperança e fé.

Vai carregado mas não reclama,
humilde, à sua dona, ele, obedece
por ser como é, na aldeia tem fama
de ser tratado como, bem, merece!

Ti Anica se sente, tão, orgulhosa,
não há melhor do que o seu burrinho
por ser para ela a besta mais valiosa
trata do jumento com todo o carinho!
(Edumanes)

quarta-feira, 1 de julho de 2020

"AO CALOR DO SOL ARDENTE"

Um grupo de mulheres alinhadas,
de corpo curvado ceifando o trigo
o dia inteiro, mal remuneradas
sobre o olhar atento do manageiro!

Na árida planície dourada,
pairava uma revolta silenciosa
de esperança se iluminava
ao romper da bela aurora.

No campo começava a labuta,
de manhã cedo, até, ao anoitecer
sobre a terra um manto de verdura
verdes searas se viam crescer.

Já não sinto a força que sentia,
como corria, também, já não corro
porque já não faço aquilo que fazia
sinto que a velhice é um estorvo!
(Edumanes)

segunda-feira, 29 de junho de 2020

"POR SER HABITO"

Só o senhor contente,
é que não está zangado
toda a vida sorridente
 por todos  é respitado.

Para contentar toda a gente
 cada um, bem, à sua vontade
nesta sociedade tão direfente
 nela abunda a desigualdade.

Menor será o prejuizo,
se o São Pedro ajudar
tanto o pobre como o rico
nunca deixarão de reclamar!
(Edumanes)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

(OS MACACOS DESCERAM À CIDADE)

© Reuters A cidade de Lopburi, na Tailândia, encontra-se em suspenso devido a lutas entre grupos de macacos que levam os moradores a não poderem sair das suas casas. Tudo se deve ao crescimento vertiginoso da população de macacos, que são alimentados pelos locais com porções de fast-food para facilitar a convivência na cidade, agora sem turistas devido à pandemia de covid-19. 
Os habitantes de Lopburi reclamam que vivem numa redoma, enquanto a população de macacos vive livremente pela cidade. Os mesmos foram sendo aceites pelas autoridades locais devido à chegada cada vez maior de turistas nos últimos anos, que alimentavam os macacos com bananas e tiravam selfies com os mesmos.
Sem os turistas, os macacos desceram à cidade e tornaram-se agressivos e agora está a ser pensada uma campanha de esterilização. Sem o turismo, que levava inúmeros cachos de bananas aos macacos, os grupos de animais tornaram-se violentos. São cada vez mais: estima-se que a população duplicou nos últimos três anos.
Na cidade os grupos de macacos lutam por comida e os habitantes locais têm tentado alimentar os animais para se protegerem. No entanto, uma dieta à base de açúcar tem levado a que os símios tenham começado a procriar ainda mais.

domingo, 7 de junho de 2020

"À SOMBRA DA AZINHEIRA"

Não te deixas ver,
transparente vai embora
corona deixa-me viver
não me batas à porta.

Com essa tua galhofa,
andas pelo mundo a viajar
deixa-me dormir a folga
não me venhas incomodar.

Volta para a tua casa,
de onde não devias ter saido
só tens causado desgraça
no mundo, em todo o sítio!

Não fazes cá, nenhuma, falta,
quem nos apoquenta já cá temos
vai embara deixa divertir a malta
seu casmurro vê se entendes!

Desculpa se te ofendi,
não era essa a minha intenção
vai já, por favor, embora daqui
não nos causes mais aflição!
(Edumanes)

sexta-feira, 5 de junho de 2020

"ESCRAVIDÃO"

(Foto: Família e suas escravas domésticas no Brasil, Revert Henry Klumb, 1860/Wikimedia Commons)
O Direito Romano, que “legitimou” a escravidão antiga, negava ao escravo a condição humana. O escravo era coisa, não pessoa. E, como coisa, podia ser comprado ou vendido, doado ou emprestado, alugado ou hipotecado, espancado ou morto, segundo o arbítrio de seu proprietário. O “argumento” da não humanidade ou de uma humanidade de segunda classe voltou a ser invocado para “legitimar’ o escravismo colonial moderno, instaurado na América após a conquista europeia.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

"NASCER, VIVER E SORRIR"


Hoje dia um de Junho,
comemora-se o dia da criança
de que melhor seja o mundo
enquanto há esperança!

Seja sempre, bem, protegida,
para que tudo aquilo que se deseja
se possa alcançar em defesa da vida
que não se destrua a natureza!
(Edumanes)

sexta-feira, 1 de maio de 2020

"ILUSÃO"

 Enquanto o Coronavirus
desaconselha a união,
o descontentamento
favorece o populismo,
cada vez há menos força.

Já o estou sentindo,
na minha perna direita
não ignoro a realidade
era bom que fosse mentira
mas, porque não minto
estou dizendo a verdade.

Não me queixo da vida,
talvez seja da idade?
Ainda tenho esperança
que volte à normalidade
continuarei a ter confiança
enquanto a perna esquerda
me garantir estabilidade!
(Edumanes)

quarta-feira, 29 de abril de 2020

"FORMAS DO DESEJO"

Na olaria, o oleiro,
faz objetos de barro
chamam-lhe  paneleiro
mas, isso está errado.

 Mais valia ficar calado,
 quem fala do que não sabe
sem pontaria e sem arte
não acerta uma no cravo.

A palavra, fique em casa
não significa ficar na prisão
a pandemia gera desgraça
os boateiros geram confusão.

Dizer não é uma afirmação,
o que poderá ter acontecido
nesta altura, qual será, duvido
todavia, da sua boa intenção!
(Edumanes)

domingo, 26 de abril de 2020

"A IMAGEM NÃO MENTE"

Sem poupanças,
para comprar rebuçados
na República das Bananas
à espera duma melhadura
cada macaco no seu galho.
Aplaudindo em campanha
para que seja diferente
o candidato a presidente
da República dos Macacos.
Sendo, de média estatura
o seu perfil não engana
quem não quiser ser enganado
então, que abra a pestana!
(Edumanes)