Murmúrio de água na clépsidra gotejante,
lentas gotas de som no relógio da torre,
fio de areia na ampulheta vigilante,
leve sombra azulando a pedra do quadrante,
-assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
Homem, que fazes tu? P´ra quê tanta lida,
tão doidas ambiçõe, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
é um punhado infantil de areia ressequida,
um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...
EUGÉNIO DE CASTRO