terça-feira, 11 de agosto de 2015

"PÔR DO SOL"

Não me expandi na aventura!
sem ter do que desejava a certeza
para com elas não regar a incerteza
não chorei lágrimas de amargura.

Vi as flores no campo,
na verde paisagem florida
sobre elas borboletas voando
senti, fazendo contas à vida
 a fresca aragem passando.

Por não saber cantar, é que chorei,
dos olhos libertei lágrimas ao fim da tarde
o que desejava encontrar, não encontrei
dentro do peito guardo a saudade!
(Edumanes)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

"TENTAÇÃO"

O que é que eu digo à tentação!
por a ela tanto resistir
por que não estou a mentir
digo-lhe, que tem razão.

O que é que eu digo à tentação,
para não a magoar
pego na sua, delicada, mão
com jeito, para com ela dançar.

O que é que eu digo à tentação,
para ela à gargalhada sorrir
digo-lhe, que não tenho colchão
na cama, para com ela dormir.

O que é que eu digo à tentação,
para ela nunca se amuar
digo, a verdade ao coração
para dentro do peito sossegar,

O que é que eu digo à tentação,
para ela não ficar triste
digo-lhe, porque o amor existe
não precisa de fazer confusão.

O que é que eu digo à tentação,
 digo-lhe, sempre a verdade
porque sendo ela a minha paixão
eu serei a sua eterna felicidade!
(Edumanes)

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"BOA NOTÍCIAS, SEM IMAGENS"

 As boas notícias são para aplaudir!
 que bom era se fossem, mesmo, verdade
  se, porventura, forem só a pensar no porvir
  não corresponderão, todavia, à realidade.

Porque se aproxima a data das decisões,
de qualquer modo, há que esperar para ver,
não acredito que o diabo tenha boas intenções
porque, milagres só Deus tem esse poder.

Melhor será esperar que chegue a hora,
para ver quem se sente da pobreza orgulhoso
porque neste país, o que era péssimo até agora,
confusamente, passou a ser maravilhoso?
(Edumanes)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

"RELAMPEJAR"

Seguindo a vontade!
vi a luz do relampejar
ouvi o ruído do trovão
apagou-se a claridade
toda a noite a navegar
nas ondas da tentação.

No meio da escuridão
comigo querendo falar,
ouvi a voz da louca paixão
nos ouvidos a segredar!
(Edumanes)

domingo, 2 de agosto de 2015

"CEIFA DO TRIGO"

A tiborna designa no Alentejo e em Olivença um pão acabado de cozer e a sair do forno que se rega com azeite de boa qualidade e é polvilhado com sal ou com açúcar.

Pouco mais valia talvez?
do que meio tostão furado
o que recebia de jorna
quando outrora o camponês
trabalhava para o latifundiário,
azeite, para temperar a tiborna
para o comprar não tinha guito
sabia que tinha de vergar a mola
por que não havia outra maneira
no verão à calma de ceifava o trigo.
Nem todas as portas tinham gateira
para se divertirem na brincadeira
os gatos saltavam pelo postigo.
 Sem perder a descrença
para o trabalho ia cantando
sem conduto para a merenda
em silêncio reclamando
começava de manhãzinha
 com esperança para o céu olhava
  relógio para ver as horas não tinha
  pela estrela da manhã se orientava!
(Edumanes)

sexta-feira, 31 de julho de 2015

"POR DO SOL EM MONSARAZ"

Devagar como o caracol!
para bem podermos chegar
a Monsaraz, iremos passear
para ver o por do sol.

 Bom fim de semana,
sem pressa, devagarinho
com a mão, pega-se na alavanca
carrega-se no pedal com o pezinho
para no sítio certo meter a mudança.

Nunca se deve perder a esperança,
sigamos por onde deveremos seguir
sem se pisar a paisagem a florir
nas margens com abundância!
(Edumanes)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

"BORBOLETAS VOANDO"

 Portas sem postigo,
varandas sem janelas
o que terá acontecido
 não se tem notícias delas!

 Não terão ido se calhar,
numa espiga de trigo
sem idade nem tribo
borboletas a esvoaçar.

 Onde não se sabe,
se numa flor pousar
naquele dia à tarde
saíram do casulo a voar.

Pois, não tendo a certeza,
só estou, mesmo, a imaginar
o homem para mais amealhar
continua ferindo a natureza!
(Edumanes)

terça-feira, 28 de julho de 2015

"BELDROEGAS"

Porque é que sinto?
o que sinto dizer não sei
por que não tinha cinto
cair as calças deixei!

Com os pés  encharcados,
perdi as meias!
Não! As meias meias,
as meias solas dos sapatos.

Fica da outra banda, 
atravesso o Rio Tejo 
pela Ponte Vasco da Gama
tô indo p'ro Alentejo,
dessa maneira
o que é dos outros não invejo
sendo assim...
acabou-se a brincadeira?
Vou plantar beldroegas
para mim,
por causa das regras
terminou antes do fim!
(Edumanes)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

"REGATO"

Tantos sonhos já sonhei,
nenhum deles foi realidade
também não sei onde a deixei
só sei dizer que sinto saudade.

Nas margens do regato colidiu,
o barcos que navegava a montante
seus raios dardejava o sol distante
 a jusante, na água clara reflectiu,

tão rápida como o pensamento,
desmaiava quando sentia prazer
sentindo-o no corpo sem se ver
suavemente, soprava o vento.
  
Lá para aquelas bandas,
onde o sol mais aquece
belas no mundo há tantas
coisas, que nos apetece.

No vento de levante,
não traz fresca maresia
porque nada garante
uma falsa garantia!
(Edumanes)

sábado, 25 de julho de 2015

"NA AREIA"

No campo vi girassóis!
fui à pesca das lulas
comi ensopado de caracóis
 na praia, vi as moças nuas.

As ondas vi, no mar, calmas,
vi gaivotas a voar
um caranguejo de alpercatas
vi na areia a esgravatar.

Vi uma lapa de calções,
sem bóia nas ondas a boiar
  junto à água, na areia a rebolar
caídos das rochas vi mexilhões!

Acontece cada uma,
é de se lhe tirar o chapéu
uma estrela viajando de pluma
 desceu à terra vinda do céu!
(Edumanes)