Até conhecer o futuro,
do passado vou falando
das verdades não fujo
se devagar vou andando.
Lavrei a terra com o arado,
com as mãos, do frio, dormentes
de tudo isso bem estou lembrado
na terra lancei as sementes!
No verão ficou o suor,
do corpo na terra caído
guardei gado fui pastor
com a foice ceifei trigo!
Fui, de trigo, semeador,
só não fui manajeiro
da palha fui carregador
da eira para o palheiro!
Alguns metros distava,
enfardada ou a granel,
ao fim da tarde se olhava
para um talego sem farnel
(Edumanes)