segunda-feira, 6 de junho de 2016

"À SOMBRA DA BANANEIRA"

À calma desabrigado,
sem do sol me proteger
 fui pastor, guardei gado
 o tempo passa a correr!

Lá não havia azinheira,
em Vila Cabral no passado
foi à sombra da bananeira
não à sombra do chaparro.

Nos arredores de Vila Cabral,
vejam como estava equipado
 para me proteger do temporal
o qual, sempre tão indesejado.

Quantos anos já lá vão,
 penso não ser preciso dizer
para comer sempre tem pão
 o padeiro quando quiser.

 Na tropa, soldado sapador,
era essa a minha especialização
sempre dos deveres cumpridor
fui para a padaria fazer pão!

Foi p´lo bem da Nação,
Ditosa, amada quem me dera
contra a penosa condição
de quem trabalhava na terra.

De Lisboa levei um empurrão,
até parar em Lourenço Marques
bastante mal aconchegado no porão
por culpa de quem fez disparates.

Só mesmo o chão duro,
é pior do que um catre vil,
sem colchão para o corpanzil
tinha esperanças no futuro!

Tanto fazia doer as costas,
como perturbava mais sono
vendiam pescada às postas
os pescadores do engano.

Com alegria para o povo,
foi a liberdade que chegou
de um momento para o outro
numa só noite tudo mudou!
(Edumanes)

5 comentários:

  1. Vila Cabral tinha uma certa semelhança com o Alentejo. Fazia calor durante o dia e era um gelo à noite. Lembras-te disso?

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    1. Bem me lembro disso sim,
      no tempo em que lá estive
      Vila Cabral era um jardim
      como o Alentejo, nunca te disse?

      Mas, só na primavera,
      quando há flores há perfume
      no verão há secura na charneca
      como na beleza da mulher há ciúme!

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  2. Olá Edu! O mais importante é que as coisas mudaram para melhor. Belo poema amigo.

    Abraços,

    Furtado.

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  3. De dia era quentinho e ardeu para alguns com menos sorte
    Apanhavam cacimbo à noite e lutaram até à morte
    Para outros foram umas férias passadas noutro Continente
    Comeram, beberam e passearam, com galões era assim aquela gente.

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