sexta-feira, 4 de abril de 2014

"A DOENÇA. . .VANTAJOSO NEGÓCIO"

 Só pensam na fortuna!
Com um simples supositório
Tudo pretendem menos a cura
 A doença vantajoso negócio!

 Brincam com a doença dos outros!
Esses usurpadores sem memória
Pensarão eles que são todos loucos
Como eles doentes da cachimônia!

Rentabilizar a saúde!
No turismo devemos apostar
Expliquem lá isso amiúde
Até aonde a querem levar!

Quantos mais enganam!
Outros mais pretendem enganar
Já não sabem por onde andam
Nem onde mais explorar!

Sempre tenho ouvido dizer!
Pessoa de bem, não enfadonha
Pensava eu quem governa ser
 Afinal, não têm vergonha!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

"CIDADÃO REVOLTADO"

Cidadão revoltado!
Sem dinheiro receber
 Trabalhei, andei descalço
Tenho razão para o ser.

Agora estou aposentado!
Chegou o governo cortador
Corta pensão e ordenado
No país aumenta o terror!

Já promete o IRS baixar!
Aproximam-se as eleições
Para os eleitores enganar
Depois das eleições ganhar
Corta ordenados e pensões!

Com o meu voto, não ganha não,
O meu voto não o dou um governo
Que a quem trabalha tira o pão!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 1 de abril de 2014

"FIM DA EVASÃO"

Com encapuzadas medidas!
Quase a chegar ao fim a evasão
Vão passando as noites e os dias
Todavia, continua a repressão!

Porque és honesto e pobre!
Avança na luta com cautela
Para não morreres de fome
 Não deixes roubar a gamela!

Não querendo ser identificado!
Os pobres continuará a explorar
Ditador com ideias do passado
Encapuzado pretende continuar!

Do presente, não seguro!
Com a austeridade irá continuar
Para o povo mais negro o futuro
Quem no intruso acreditar!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 30 de março de 2014

"MACAMBÚZIO"

O não domesticado Macambúzio!
Mal humorado pontapeia sem vezes
Pensa até ser a única besta no mundo
Quer comer a ração das outras rezes!

Em sentido contrário puxa a carroça!
Teimando não lavar a terra com o arado
Com a especial farinha de alfarroba
Continua a ser bem alimentado!

 Bem preso a resistente corda!
De cabresto tem de continuar
Como quem está preso na forca
 Burro sem forças não zurrar!

Quem da pesca sabe viver!
Engana os peixes com o engodo
Não se cansa quem corre por gosto
Sempre tenho ouvido dizer!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 25 de março de 2014

"FALSAS FINEZAS"

Não confio nas palavras do governo!
Hoje, falou de mansinho na televisão
Mais humilde, é o mesmo traiçoeiro
O que mais tem causado é confusão!

Com lágrimas de crocodilo nos olhos!
Disse; o Embusteiro, chegou o momento
Olhar para os mais pequenos abrolhos
É preciso, mesmo ter descaramento!

A próxima-se a data das eleições, isso sim!
Gente dessa laia que só pensa nos milhões
O governo,  à vida das pessoas quer por fim
Apoiante, dos mais prestigiados ratões?

Quando oiço essa gente desumana assim falar!
Contra todas essas falsas finezas, fico revoltado
Os ricos consomem, sempre os mesmos a pagar
Como sempre, o povo continua a ser explorado!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 24 de março de 2014

"MOLÉSTIA"

Herdada do Estado Novo!
Contagiando está o presente
Moléstia, virus perigoso
De um passado recente!

De um futuro duvidoso!
 Alguém continua a sonhar
Se o não é, parece ser louco
Sem ter asas quer voar!

Em sonhos não são reais!
No escuro as promessas
Os pesadelos são fatais
Acontecem nas sonecas!

Debaixo da terra germinou!
Nasceu de semente envenenada
Que alguém na terra semeou
Uma planta contaminada!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 22 de março de 2014

"BANDARRA, PROFETA SAPATEIRO"

NÃO PORTUGUÊS, MAS PORTUGAL - DISSE FERNANDO PESSOA.

QUANDO TUDO ACONTECEU...

Em torno de 1500 nasce em Trancoso. - 1530 a 1540:  Compõe suas trovas. - 1541: Julgado pelo Tribunal do Santo Ofício, condenado com uma pena leve. Retorna a Trancoso onde vem a falecer em 1556. - 1603: As trovas do Bandarra são impressas pela primeira vez, em Paris, por obra de D. João de Castro (Paráfrase e Concordância de Algumas Profecias de Bandarra, Sapateiro de Trancoso). - 1644: As trovas são publicadas por segunda vez, em Nantes. - 1809: As trovas são reeditadas em Barcelona, por ocasião das Invasões Francesas.
Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo.
Não foi nem santo nem herói,
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português, mas Portugal.

Fernando Pessoa, sobre o Bandarra

Desta figura, Fernando Pessoa chegou a afiançar: "O verdadeiro patrono do nosso País é esse sapateiro Bandarra. Abandonemos Fátima por Trancoso (...). O Futuro de Portugal − que não calculo mas sei − está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra (...). O Bandarra, símbolo eterno do que o povo pensa de Portugal".

De tão evidente, o seguinte verso do Bandarra poderá ter sido um dos seus derradeiros auspícios, cumprido e perpetuado que se encontra:

Em dois sítios me achareis, 
Por desgraça ou por ventura: 
Os ossos na sepultura,
A alma nestes papéis.

Melhor do que eu, que nem a taluda sei profetizar, Bandarra sabia o que predizia. Grande profeta ou não, em uma das suas coplas parece confirmar a continuidade do pretérito português:

Sou sapateiro, mas nobre 
Com bem pouco cabedal: 
E tu, triste Portugal,
Quanto mais rico, mais pobre.

De profeta, nada tenho. Quanto a saber do destino da muito querida Pátria, basta-me o aforismo: mais vale um bom desengano, que toda a vida andar enganado. ■
Eduardo disse;
Ambição, não é loucura!
Para viver melhor pudera
Gastar muito porventura
Portugal, assim quisera!

Pobre, pensando ser rico!
Já naquele tempo acontecia
Bandarra, viveu na Monarquia
profeta, sapateiro de ofício!

sexta-feira, 21 de março de 2014

"DIA MUNDIAL DA ÁRVORE E DA POESIA"

Distraído eu andaria!
Não é nada de grave
Também é da poesia
 O dia Mundial da árvore
Aonde estava não a vi!
Partiu noutra aventura
Não encontra ternura
A sonhar anda por aí!
Herdada do passado
Já fez mal a muita gente
Não há um só culpado
Está falido o presente!
A caminho da  chalorda
Sem talento desvairado
Em Portugal um calhorda
Sem ter asas quer voar!
Nem tudo é encantador
Nem tudo é sossegado
Nem tudo é felicidade
Nem tudo é lapidado
Nem tudo é tristeza
Nem tudo é amizade
Nem tudo é riqueza
Nem tudo é lealdade
Nem tudo é pobreza
Nem tudo é humildade
Nem tudo é com certeza
Nem tudo é caridade
Nem tudo é justiça social
Nem tudo é realidade
Nem tudo é consensual
 Nem tudo é personalidade
Nem tudo na vida é amor
Nem tudo é respeitado
Nem tudo no jardim é flor
Nem tudo é comercializado
Nem tudo no mundo é beleza
Nem tudo pode ser condenado
Não condenem a mãe natureza!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 20 de março de 2014

" SEARA DE TRIGO E PAPOILAS"

Bem vinda a primavera!
Situado a sul do Rio Tejo
Do ano a estação mais bela
Está mais lindo o Alentejo!

Floridas no campo as papoilas!
A olhar para elas fiquei parado
A mandar o trigo vi as moçoilas
No Alentejo à beira do Rio Sado!

Acasalam os passarinhos!
Feno, levam no bico a voar
Para construir os seus ninhos
Num vai e vem sem parar!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 19 de março de 2014

"VERDES ARROZAIS"

     Não há petróleo, pode haver milagres!...
Barco, sem rumo, a navegar no alto da onda
 O que há mais em Portugal são disparates
No Alentejo,  passei por Nave Redonda
A caminho do Algarve, para Monchique
 Dei a volta, de regresso ao Alentejo
Para a Mimosa, passei por Ourique
 Em Alvalade do Sado vi o verde brejo
O qual no Alentejo, ainda, existe.
Petróleo, poluidor das belas maravilhas
Foram desbravados enormes matagais
 Pelo canal, da Barragem de Campilhas
  Corre água para regar os verdes arrozais!
(Eduardo Maria Nunes)