sábado, 5 de setembro de 2015
terça-feira, 11 de agosto de 2015
"PÔR DO SOL"
Não me expandi na aventura!
sem ter do que desejava a certeza
para com elas não regar a incerteza
não chorei lágrimas de amargura.
Vi as flores no campo,
na verde paisagem florida
sobre elas borboletas voando
senti, fazendo contas à vida
a fresca aragem passando.
Por não saber cantar, é que chorei,
dos olhos libertei lágrimas ao fim da tarde
o que desejava encontrar, não encontrei
dentro do peito guardo a saudade!
(Edumanes)
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
"TENTAÇÃO"
O que é que eu digo à tentação!
por a ela tanto resistir
por que não estou a mentir
digo-lhe, que tem razão.
O que é que eu digo à tentação,
para não a magoar
pego na sua, delicada, mão
com jeito, para com ela dançar.
O que é que eu digo à tentação,
para ela à gargalhada sorrir
digo-lhe, que não tenho colchão
na cama, para com ela dormir.
O que é que eu digo à tentação,
para ela nunca se amuar
digo, a verdade ao coração
para dentro do peito sossegar,
O que é que eu digo à tentação,
para ela não ficar triste
digo-lhe, porque o amor existe
não precisa de fazer confusão.
O que é que eu digo à tentação,
digo-lhe, sempre a verdade
porque sendo ela a minha paixão
eu serei a sua eterna felicidade!
(Edumanes)
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
"BOA NOTÍCIAS, SEM IMAGENS"
As boas notícias são para aplaudir!
que bom era se fossem, mesmo, verdade
se, porventura, forem só a pensar no porvir
não corresponderão, todavia, à realidade.
Porque se aproxima a data das decisões,
de qualquer modo, há que esperar para ver,
não acredito que o diabo tenha boas intenções
porque, milagres só Deus tem esse poder.
Melhor será esperar que chegue a hora,
para ver quem se sente da pobreza orgulhoso
porque neste país, o que era péssimo até agora,
confusamente, passou a ser maravilhoso?
(Edumanes)
terça-feira, 4 de agosto de 2015
domingo, 2 de agosto de 2015
"CEIFA DO TRIGO"
A tiborna designa no Alentejo e em Olivença um pão acabado de cozer e a sair do forno que se rega com azeite de boa qualidade e é polvilhado com sal ou com açúcar.
Pouco mais valia talvez?
do que meio tostão furado
o que recebia de jorna
quando outrora o camponês
trabalhava para o latifundiário,
azeite, para temperar a tiborna
para o comprar não tinha guito
sabia que tinha de vergar a mola
por que não havia outra maneira
no verão à calma de ceifava o trigo.
Nem todas as portas tinham gateira
para se divertirem na brincadeira
os gatos saltavam pelo postigo.
Sem perder a descrença
para o trabalho ia cantando
sem conduto para a merenda
em silêncio reclamando
começava de manhãzinha
com esperança para o céu olhava
relógio para ver as horas não tinha
pela estrela da manhã se orientava!
(Edumanes)
sexta-feira, 31 de julho de 2015
"POR DO SOL EM MONSARAZ"
Devagar como o caracol!
para bem podermos chegar
a Monsaraz, iremos passear
para ver o por do sol.
Bom fim de semana,
sem pressa, devagarinho
com a mão, pega-se na alavanca
carrega-se no pedal com o pezinho
para no sítio certo meter a mudança.
Nunca se deve perder a esperança,
sigamos por onde deveremos seguir
sem se pisar a paisagem a florir
nas margens com abundância!
(Edumanes)
quarta-feira, 29 de julho de 2015
"BORBOLETAS VOANDO"
Portas sem postigo,
varandas sem janelas
o que terá acontecido
não se tem notícias delas!
Não terão ido se calhar,
numa espiga de trigo
sem idade nem tribo
borboletas a esvoaçar.
Onde não se sabe,
se numa flor pousar
naquele dia à tarde
saíram do casulo a voar.
Pois, não tendo a certeza,
só estou, mesmo, a imaginar
o homem para mais amealhar
continua ferindo a natureza!
(Edumanes)
terça-feira, 28 de julho de 2015
"BELDROEGAS"
Porque é que sinto?
o que sinto dizer não sei
por que não tinha cinto
cair as calças deixei!
Com os pés encharcados,
perdi as meias!
Não! As meias meias,
as meias solas dos sapatos.
Fica da outra banda,
atravesso o Rio Tejo
pela Ponte Vasco da Gama
tô indo p'ro Alentejo,
dessa maneira
o que é dos outros não invejo
sendo assim...
acabou-se a brincadeira?
Vou plantar beldroegas
para mim,
por causa das regras
terminou antes do fim!
(Edumanes)
segunda-feira, 27 de julho de 2015
"REGATO"
nenhum deles foi realidade
também não sei onde a deixei
só sei dizer que sinto saudade.
Nas margens do regato colidiu,
o barcos que navegava a montante
seus raios dardejava o sol distante
a jusante, na água clara reflectiu,
tão rápida como o pensamento,
desmaiava quando sentia prazer
sentindo-o no corpo sem se ver
suavemente, soprava o vento.
Lá para aquelas bandas,
onde o sol mais aquece
belas no mundo há tantas
coisas, que nos apetece.
No vento de levante,
não traz fresca maresia
porque nada garante
uma falsa garantia!
(Edumanes)
sábado, 25 de julho de 2015
"NA AREIA"
No campo vi girassóis!
fui à pesca das lulas
comi ensopado de caracóis
na praia, vi as moças nuas.
As ondas vi, no mar, calmas,
vi gaivotas a voar
um caranguejo de alpercatas
vi na areia a esgravatar.
Vi uma lapa de calções,
sem bóia nas ondas a boiar
junto à água, na areia a rebolar
caídos das rochas vi mexilhões!
Acontece cada uma,
é de se lhe tirar o chapéu
uma estrela viajando de pluma
desceu à terra vinda do céu!
(Edumanes)
sexta-feira, 24 de julho de 2015
"O REMÉDIO É ESPERAR"
Esperando um beijo!
não havia meio de chegar
ansioso, estava o desejo
para a quem o dar.
Se calhar teria,
ficado sem saber
atolado no prazer
ao romper do dia?
Senão há volta a dar,
não adianta esmorecer
o remédio é esperar
até o desejo acontecer.
Companheira da lembrança,
dentro do peito tem a saudade
por que não perdeu a esperança
guarda no coração a felicidade!
(Edumanes)
quarta-feira, 22 de julho de 2015
"NO RIO MIRA"
A vida é para ser vivida!
sempre da melhor maneira
de quem, ainda, acredita
mantém acesa a lareira.
Pois, não admira
fui na mira das ostras
pescar no Rio Mira,
rio acima, rio abaixo
vi três garotas,
num barco a navegar
sem bandeira no mostro
a elas eu ajuda pedi.
Me mandaram mergulhar
emergi sem ceroulas
olharam para mim a mangar
porque há dias assim.
Por segundos a voz perdi
de tanta fortuna falar ouvir
fiquei gago...três para mim!
Pelas pernas abaixo eu vi
se mijaram de tanto rir.
(Edumanes)
terça-feira, 21 de julho de 2015
"NA MÃO"
No mar imenso sem fim,
para onde o destino me levou
uma rosa perfumada no jardim
com ela na mão me deixou.
A desabrochar na roseira,
a vida é bela sem queixume
com suave aragem passageira
com suave aragem passageira
me exalou o seu perfume!
(Edumanes)
(Edumanes)
domingo, 19 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
"NUMA NOITE DE LUAR"
escorreguei no desejo
com ele me acorcovei.
Bem no fundo do prazer,
nos lábios sinto um beijo
de faminto, o ouvi gemer.
Mergulhei com esperança,
nas loucas ondas do mar
emergi em segurança
junto de uma sereia a boiar.
Não estou não ficando louco,
também não estou a inventar
louca percorrendo todo o corpo,
sensação, querendo nele acoitar.
Adormecido na ternura do amor,
quem me dera o sonho fosse realidade
nas pétalas perfumadas duma flor
imaginando a felicidade!
(Edumanes)
(Edumanes)
quinta-feira, 16 de julho de 2015
"ESTÃO P'RAÍ FALANDO"
Há menos galhofa!
sem metal tilintando
agora é só mini volta
estão p'raí falando.
Não será sortilégio,
atrás da bicicleta à nora
não passa como outrora,
no Cercal do Alentejo.
Tanta desgraça não quisera,
mais, neste mundo acontecer
a volta a Portugal em bicicleta
no futuro assim poderá ser?
(Edumanes)
quarta-feira, 15 de julho de 2015
"DENTRO D'UM CORNO"
Para se deitar à noitinha!
no vil catre uma enxerga de palha
quando para comer nada tinha
toda a noite o estômago ralhava.
Nos pés calçava as chancas,
assim o sustendo do povo
meia dúzia de azeitonas
levava dentro d'um corno.
P'ro trabalho ia cedinho,
cantando alegremente,
com esperanças no futuro
pão e uma nesga de toucinho
naquela terra de rica gente
gente rica tinha de tudo!
(Edumanes)
terça-feira, 14 de julho de 2015
"TOMBOU"
Se ao menos quisesse!
para encher o gorpelha
quem pegasse não tivesse
no cabo da forquilha.
Pior do que centopeia,
prometedor esfaimado
colhe quem semeia
colhe quem semeia
a pregar no proletariado.
Por demais no saco embutir,
não rebentou pelas costuras, tombou
para não ver de barriga cheia sorrir
alguém que com fome já chorou!
(Edumanes)
domingo, 12 de julho de 2015
"BOCADINHOS DE ESPERANÇA"
Dos montes onde outrora!
pelas chaminés deitavam fumo
muitos deles em ruínas agora
quantos não sei, muitos presumo
dispersos pelo campo à noitinha
no inverno chuvoso e friorento
ardia a lenha na lareira
pão com azeitonas o sustento
assada na braseira
às vezes metade d'uma sardinha
não duvidem, foi mesmo assim
eu cá, não invento tristezas
porque são dolorosas sim
quando muitas incertezas
tantas pareciam não ter fim!
Por veredas e caminhos
palmilhava léguas e léguas
para encontrar os carinhos
que faziam minhas esperas
eram de esperança bocadinhos
encontrá-los tanto eu quisera!
(Edumanes)
"NA PERNA"
estou, sim, sendo sincero
tenho guelra e não crista
tudo o que eu mais quero
é que sejas feliz na vida.
Recuperei duma queda,
sem ser para - quedista
vi na perna da moça bela
uma tatuagem grafista.
Quando olhava para ela,
derrapei num buraco
no chão bati com a testa
na cabeça ouvi cantar o galo!
(Edumanes)
sexta-feira, 10 de julho de 2015
"O RICO E O POBRE"
Todos os dias, jornais, rádios e televisões, nos intoxicam com a crise grega, não se cansam de, tanto, bater, continuamente, na mesma tecla. Todos os países da "desunião" estão contra o governo grego, por estar do lado do seu povo e lutar em defesa dos seus direitos. Será que merece ser condenado por causa isso? Ao contrário do governo português, que nada de nada fez em defesa do povo português. Concordou com todas as medidas de austeridade impostas pela maldita Tróika. Foi mais fácil cortar ordenados e pensões e dizer custe o que custar, do que tentar defender pelo menos aqueles com menos recursos financeiros. Será que todos os governos dos países da União Europeia estão certos e só o governo grego é que está errado por defender os direitos do seu povo contra os "vândalos" credores desumanos e não aceitar de qualquer maneira tudo aquilo que eles querem que ele aceite? Porque será que a maioria defende os ricos e não os pobres? Até mesmo os pobres, pobres de "espírito" defendem os ricos! Só podem, mesmo, é estar cegos, de ilusões, pelas falsas promessas, nas campanhas eleitorais para caçarem votos! É desumano tirar a quem tem menos para dar a quem mais já tem. A riqueza provém do trabalho dos pobres, porque os ricos exploram, por isso é que eles estão ricos. Ninguém enriquece do seu próprio suor, mas sim à custa do suor de muitos outros. Não me parece que o governo grego seja assim tão estúpido ao ponto de não saber com o que pode contar. Tenho a impressão de que nem tudo estará perdido, cujo seu esforço será compensado. Todo aquele que luta, humildemente, pelos seus direitos, não deve por isso ser condenado, deve ser sim visto como pessoa de bem! Era isso que alguns governos deveriam ser e não são! Não estou defendendo o governo grego, estou sim do lado de todos aqueles que lutam por justa causa!
quinta-feira, 9 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
"ROSAS VERMELHAS"
Dentro d'um canteiro!
a dois palmos do chão
no jardim da paixão
vive o caracol, jardineiro.
A seu lado a verde roseira,
lindas rosas vermelhas tem
junto dela numa flor também
pousou a cigarra cantadeira,
cantando cantigas de amor.
Foi convidado, o grilo pianista
com o gafanhoto galanteador
a charmosa joaninha, vocalista
também o melro ensaiador,
com a estilista, borboleta
a lagartixa apresentadora
chegou o papagaio guitarrista.
Reunidas todas as condições
formaram uma orquestra
acenderam-se os lampiões,
assim que começou a festa.
Louva-a-deus, incomodada
pediu silêncio no auditório,
na poltrona bem acomodada
tendo continuado o falatório.
Com tenção ouvia a bicharada
muda de cor constantemente
de transparente não tem nada
o senhor camaleão presidente!
(Edumanes)
segunda-feira, 6 de julho de 2015
"UM CARANGUEJO NA AREIA!
Nuns lindos olhos encontrei!
a esperança que andava perdida
não digo de quem são mas sei
que são duma moça bonita.
Só não sei onde ela mora,
não me quis dizer onde habita
procurando ela ando à nora
agora, não sei onde está metida.
Continuando as investigações
para o seu paradeiro descobrir
segundo, recebidas, informações
a caminho da praia ia a fugir.
Oh! Pernas para que te quero,
atrás dum desejo fui a correr
na areia por causa dum beijo
onde estaria fiquei sem saber.
Tropecei num caranguejo,
que se meteu à minha frente
bati com a tola num seixo
a sangrar, fiquei de repente
não do pé, mas sim do joelho.
Há dias de muito azar,
daquela praia fui a sorte
para o campo procurar
porque subi numa azinheira
cai em cima dum cavalo a trote
arre macho disse na brincadeira.
Não era macho, não era mula,
porque era burro
também não foi aventura
nem aconteceu no escuro.
A correr me deitou abaixo,
lá fiquei estatelado no chão
com muitas dores num braço
aflito batia o meu coração.
O mariola do burro ouviu,
deu dois coices no vento
desapareceu naquele momento
nunca mais ninguém o viu!
(Edumanes)
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