quarta-feira, 21 de maio de 2014

"NOVO PERFIL"

Cheiro nauseabundo!
passou por Portugal
viajando pelo mundo
 na Europa cheira mal?

Não quero cá esse maldito,
quero sim perfume especial
com esperança e fé acredito
 vamos ter um novo Portugal.

Cuja liberdade agradeço,
a esse fantástico mês de Abril
não sei por que o desconheço
qual será o seu novo perfil!

Que o seja de pura simpatia,
com amor, carinho, saúde e paz
Porque a felicidade é alegria
de vencer a tristeza seja capaz
 a vida não se vive num só dia.
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 20 de maio de 2014

"QUANDO EU ERA CRIANÇA"

Quando eu era criança.
não sabia o que era o mundo
mas tinha muita esperança
 não há fogo sem fumo.

Quando eu era moço!
de cana tinha uma flauta
em vez de um tremoço
que me faria mais falta.

Fiquei todo molhado,
dos pés até à cabeça
quando eu era catraio
vivia na incerteza.

Quando eu era rapaz,
trabalhava no campo
a caminhar, olhei para trás
caí dentro de um barranco.

Ainda continuo direitinho!
por muito ter vergado a mola
chouriço e pão com tintinho
e muito juizinho na carola

De um lado para o outro,
sem parar tenho andado
oriundo de humilde povo
o meu nome é Eduardo!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

"NÃO TEM FIM"

Amores perfeitos!
a poesia não tem fim
versos sem segredos
o poeta escreve sim.

Ama com o coração,
abraça com carinho
vive intensa emoção
como o passarinho
voa na imaginação?

Desejos perdidos,
lágrimas caídas no chão
os sonhos adormecidos
não mais despertarão?

Esperança perdida,
na rua da amargura
da roseira, rosa nascida
perfumada de ternura!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 17 de maio de 2014

"NO PAÍS DA BOA VONTADE"

Desprendido da imaginação!
na mais linda flor do mundo pousei
encontrei na poesia a inspiração
em sonhos nas nuvens voei...

No país da boa vontade!..
fiz a viagem mais fantástica
nos sonhos da liberdade
aterrei numa pista mágica
Com o amor e a felicidade.

Não real quando acordei,
foi num sonho feliz momento
sem ter asas, no pensamento
Como um passarinho voei...

Com doridas mágoas no coração,
como as pétalas murchas de uma rosa
dos olhos de quem por desgosto chora
 derramadas, ficam lágrimas no chão!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 16 de maio de 2014

"ESTREMEÇO SÓ DE AS OUVIR"

Pressinto o mundo a ruir!
das promessas em demasia
tantas mentiras num só dia
estremeço só de as ouvir.

Não é feliz quem quer,
 a tristeza não o deixa sorrir
se é que tem para onde ir
faça-o enquanto puder.

Do que se pensa está pior,
aldrabices, palavras são ditas
só se acontecer milagre salvador
que nos salve das garras malditas.

À beira do mar nação maravilhosa,
mais propriamente Península Ibérica
aqui neste cantinho sul da Europa,
governada por gente que não presta.

Estarão em segredo escondidas!
o que tanto na vida nos apoquenta
desejadas há muito as despedidas
da desorganizada tropa fandanga.
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 13 de maio de 2014

"O PEDINTE APELA AO VOTO"

Já começaram a lançar o engodo!
para apanhar o peixe desprevenido
 os políticos apelam ao voto do povo
 para o deixarem mais empobrecido.

Do centro - esquerda,
o pedinte, apela ao voto
já o cínico armou a esparrela
para nela cair o iludido povo,

Se o povo, ainda, acreditar,
na mentira, e não na verdade
vai de certeza mais caro pagar
se em falsos políticos votar.

Neles só votarão os loucos,
para virarem o país do avesso
sabem só os erros dos outros
referenciar como insucesso.

Querem votos para continuar,
aqui em Portugal, não no deserto
os seus erros como sejam sucesso
não se cansam de os apregoar!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

"A SORRIR E A CHORAR"

A sorrir e a chorar!
vim ao mundo para viver
  aprendi na terra semear
as sementes para colher.

No mundo a vida passageira,
 de todas as coisas é a mais bela
  não sendo louca nem aventureira
 sejamos felizes abraçados a ela!

De manhã vejo o sol nascer,
felicidade, não é imaginação
se o tempo passa a correr
que a vida não seja ilusão.

Os passarinhos a voar,
 verdes plantas a florir
no céu, o sol  a brilhar
vejo o mundo a evoluir.

Vim a este mundo para amar,
com amizade e amor no coração
do passado para o futuro a caminhar
na sinceridade encontrei a razão!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

"DITADURA NÃO"

Como era dantes já não é!
Tudo tem mudado no tempo
Mesmo com esperança e fé
Muitas coisas não entendo.

Mas, não é para entender.
Nem para perceber tão pouco
Quem pouco não paga fica a dever
Vai passar férias no calabouço!

Quem pouco tira é condenado.
Louvado quem muito mais rouba
Neste jardim à beira mar plantado
Há gente que sofre, gente que goza
Depende da pensão-ordenado!

Sou português, cidadão.
O digo com muito orgulho
Em liberdade me aventuro
Ditadura outra vez não!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 6 de maio de 2014

"A VIDA É UMA VIAGEM DE SURPRESAS"

Deixam ferido de mágoas o coração!
Certezas sem esperança, incertezas
Umas desejadas outras por vezes não
A vida é uma viagem de surpresas...

A vida não é o que às vezes se deseja,
Quando as surpresas são indesejáveis
Se forem respeitadas as leis da natureza
As surpresas da vida serão mais amáveis.

Abraçada pela felicidade enquanto durar,
Seja essa viagem do passado para o futuro
Não se sabe quando e onde ela irá findar
A vida é uma curta viagem pelo mundo!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 4 de maio de 2014

!PARA TODAS AS MÃES UM DIA FELIZ!!!

Porque, Deus, tem o poder!
A minha mãe com ele a levou
Toda a mãe é Santa Mulher
Sem a minha mãe triste estou.

Para o céu, jovem partiu, me deixou,
  Estou aqui minha mãe, em ti a pensar
O destino assim quisera, não mais voltou
Continuas no meu coração a morar!

Para todas as mães no mundo!
Amor, carinho e muitas felicidades
De bom tenham sempre de tudo
Minha mãe de ti tenho saudades!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

"O POETA APAIXONADO"

Lágrima caído no chão!
O poeta e a poesia
Na sua imaginação
 Não é tristeza é alegria.

O poeta, com paixão...
Escreve versos de amor
Em forma de coração
Viu as pétalas de uma flor.

Observa o céu estrelado,
De papel e lápis na mão
Escreve versos para o fado
Compõe letras para a canção
O poeta apaixonado...

O poeta...imagina...
Escreve com o «coração»
Dos olhos de uma menina
Caíram lágrimas no chão.

Com amor e paixão,
O poeta imaginou
Pegou em sua mão
Por ela se apaixonou!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

"CANTA O GRILO, COAXA A RÃ!

Amanhã é o dia primeiro de Maio!
Hoje fim do último dia do mês de Abril
Na floresta o cuco, a rola e o gaio
Cantam e encanta o seu perfil.

Faça frio, chuva ou calor,
Cantam cada um à sua maneira
Pousados nas pétalas de uma flor
Fazem tamanha barulheira.

Logo pela manhã!
No poleiro canta o galo
Zurra o burro no estábulo
Canta o grilo, coaxa a rã!

No inverno sem manta,
Coitadinho tem muito frio
Ao sol, fora do buraco, o grilo
Mais na primavera, canta.

Neste mundo alegria tanta,
Está sempre a mais a tristeza
Passo o rio para a outra banda
Vejo no Alentejo muita beleza.

Nascer e crescer em liberdade,
Naquela bela paisagem florida
Viver no campo bem à vontade
Com a felicidade toda a vida!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 27 de abril de 2014

"SILABAS ENDIABRADAS"

Nos bichos e nas sílabas endiabradas!
Aconteceu num momento de sorte
Nas pétalas das rosas desabrochadas
Para rimar com flores, encontrei o mote.

Nem no centro, nem no norte,
Nas paisagens do Alentejo litoral
Medonho sopra o vento forte
Tentando destruir Portugal.

As medidas alarmantes,
Aumentam as contestações
Cujas ideias deteriorantes
São perigosas intenções.

Na cabeça leva o véu,
A noiva para o altar
Brilham estrelas no céu
Noites escuras sem luar.

Pastam as cabras lá na serra,
De noite e de dia a relampejar
Sem cessar, cai a chuva na terra
Lá no monte os lobos a uivar.

Luzem os olhos dos gambuzinos,
Escondidas as matreiras raposas
Cuidam dos bois bravos os campinos
No campo há coisas maravilhosas.

Há gaiatas bem jeitosas,
Na idade de acasalar
Outras tantas enganosas
Que esperam encontrar.

Bem maduras aprendem a voar,
Lá vão elas sorrateiras à procura
Não se cansam de imaginar
Pelos caminhos da aventura.

Quando falham ficam a chorar,
Não tiveram atenção à ranhura
 Voando alto demais sem reparar
Na distância do amor à  ternura!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

"40 ANOS DE LIBERDADE"

Símbolo da revolução!
Cravo vermelho uma flor
Quarenta anos de democracia
Continua lutando contra a dor
Esta desgovernada pobre Nação
Tanta felicidade, tanta alegria
Valeu a pena a revolução?

Têm sacado até mais não...
A democracia está na penúria
Só o povo tem a chave na mão
Para pôr fim a tanta balbúrdia!

Tudo pode mudar num só dia,
Sem ser preciso outra revolução
Só o voto pode salvar a democracia
Se o fizermos no dia da votação!

Livremente, de caneta na mão,
Votar numa revolução sem enganos
Para comer que não nos falte o pão
Nós podemos alterar os planos!

Se queremos continuar a viver em democracia,
Teremos que colocar a cruz no quadrado certo
Podemos fazê-lo em liberdade num só dia
Antes que nos mandem a todos para o inferno!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

"FELIZ PÁSCOA"

Estará ela no doce ovinho?
A doçura que todos desejam
Momento de amor e carinho
Quando os lábios se beijam!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 12 de abril de 2014

"ENTALADA NA GRETA"

Sem ternura e sem amor!
Sem vergonha, sem postura
Cada vez há menos valor
 Sempre a pagar a factura
Os mesmos do costume
Na árvore a folha seca
Flores sem perfume
Ficou entalada na greta
 A folha caída no chão
A coisa ficando preta
Pôs o pé num buraco
Sem esperança e sem fé
Foi grande o trambolhão
Caminhava pela vereda
Na pedra bateu com o pé
No chão ficou estatelado
Sem dinheiro na algibeira
 Levou um grande pontapé
Rebolou pela ribanceira
Na selva o chimpanzé!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

"SONHOS DE ESPERANÇA"

As gaivotas voando em liberdade!
Atravessam o rio para a outra banda
Ficaram perdidos na mocidade
Sonhos de esperança!
O pastor cantando
Encostado ao cajado
As ovelhas pastando
No verde prado!
Na terra, o verde milho
De corpo vergado
Mulheres mondando o trigo
Em Abril verde espigado!
Maio, loiro, em Junho ceifado
Transportado para a eira
Para ser debulhado
Pela máquina debulhadeira!
No verão, do sol intenso calor
Pelos homens, atado em molhos
Com o corpo banhado em suor
Das lágrimas caídas dos olhos!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 6 de abril de 2014

"PRENDIDA NA TEIA"

Menina apaixonada!
Beija, bem beijada é
Com carinho abraçada
Tem esperança e fé
Ama, é bem amada
A vida não a preocupa
A sorrir de alegria
Feliz na aventura
Para toda a vida
Prendida na teia
A moça despida
Deitada na areia
Estava a maré cheia
Na rocha não vi o búzio
Da pata, o Pato coxeia
O Pato, da Pata, viúvo!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

"A DOENÇA. . .VANTAJOSO NEGÓCIO"

 Só pensam na fortuna!
Com um simples supositório
Tudo pretendem menos a cura
 A doença vantajoso negócio!

 Brincam com a doença dos outros!
Esses usurpadores sem memória
Pensarão eles que são todos loucos
Como eles doentes da cachimônia!

Rentabilizar a saúde!
No turismo devemos apostar
Expliquem lá isso amiúde
Até aonde a querem levar!

Quantos mais enganam!
Outros mais pretendem enganar
Já não sabem por onde andam
Nem onde mais explorar!

Sempre tenho ouvido dizer!
Pessoa de bem, não enfadonha
Pensava eu quem governa ser
 Afinal, não têm vergonha!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

"CIDADÃO REVOLTADO"

Cidadão revoltado!
Sem dinheiro receber
 Trabalhei, andei descalço
Tenho razão para o ser.

Agora estou aposentado!
Chegou o governo cortador
Corta pensão e ordenado
No país aumenta o terror!

Já promete o IRS baixar!
Aproximam-se as eleições
Para os eleitores enganar
Depois das eleições ganhar
Corta ordenados e pensões!

Com o meu voto, não ganha não,
O meu voto não o dou um governo
Que a quem trabalha tira o pão!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 1 de abril de 2014

"FIM DA EVASÃO"

Com encapuzadas medidas!
Quase a chegar ao fim a evasão
Vão passando as noites e os dias
Todavia, continua a repressão!

Porque és honesto e pobre!
Avança na luta com cautela
Para não morreres de fome
 Não deixes roubar a gamela!

Não querendo ser identificado!
Os pobres continuará a explorar
Ditador com ideias do passado
Encapuzado pretende continuar!

Do presente, não seguro!
Com a austeridade irá continuar
Para o povo mais negro o futuro
Quem no intruso acreditar!
(Eduardo Maria Nunes)

domingo, 30 de março de 2014

"MACAMBÚZIO"

O não domesticado Macambúzio!
Mal humorado pontapeia sem vezes
Pensa até ser a única besta no mundo
Quer comer a ração das outras rezes!

Em sentido contrário puxa a carroça!
Teimando não lavar a terra com o arado
Com a especial farinha de alfarroba
Continua a ser bem alimentado!

 Bem preso a resistente corda!
De cabresto tem de continuar
Como quem está preso na forca
 Burro sem forças não zurrar!

Quem da pesca sabe viver!
Engana os peixes com o engodo
Não se cansa quem corre por gosto
Sempre tenho ouvido dizer!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 25 de março de 2014

"FALSAS FINEZAS"

Não confio nas palavras do governo!
Hoje, falou de mansinho na televisão
Mais humilde, é o mesmo traiçoeiro
O que mais tem causado é confusão!

Com lágrimas de crocodilo nos olhos!
Disse; o Embusteiro, chegou o momento
Olhar para os mais pequenos abrolhos
É preciso, mesmo ter descaramento!

A próxima-se a data das eleições, isso sim!
Gente dessa laia que só pensa nos milhões
O governo,  à vida das pessoas quer por fim
Apoiante, dos mais prestigiados ratões?

Quando oiço essa gente desumana assim falar!
Contra todas essas falsas finezas, fico revoltado
Os ricos consomem, sempre os mesmos a pagar
Como sempre, o povo continua a ser explorado!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 24 de março de 2014

"MOLÉSTIA"

Herdada do Estado Novo!
Contagiando está o presente
Moléstia, virus perigoso
De um passado recente!

De um futuro duvidoso!
 Alguém continua a sonhar
Se o não é, parece ser louco
Sem ter asas quer voar!

Em sonhos não são reais!
No escuro as promessas
Os pesadelos são fatais
Acontecem nas sonecas!

Debaixo da terra germinou!
Nasceu de semente envenenada
Que alguém na terra semeou
Uma planta contaminada!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 22 de março de 2014

"BANDARRA, PROFETA SAPATEIRO"

NÃO PORTUGUÊS, MAS PORTUGAL - DISSE FERNANDO PESSOA.

QUANDO TUDO ACONTECEU...

Em torno de 1500 nasce em Trancoso. - 1530 a 1540:  Compõe suas trovas. - 1541: Julgado pelo Tribunal do Santo Ofício, condenado com uma pena leve. Retorna a Trancoso onde vem a falecer em 1556. - 1603: As trovas do Bandarra são impressas pela primeira vez, em Paris, por obra de D. João de Castro (Paráfrase e Concordância de Algumas Profecias de Bandarra, Sapateiro de Trancoso). - 1644: As trovas são publicadas por segunda vez, em Nantes. - 1809: As trovas são reeditadas em Barcelona, por ocasião das Invasões Francesas.
Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo.
Não foi nem santo nem herói,
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português, mas Portugal.

Fernando Pessoa, sobre o Bandarra

Desta figura, Fernando Pessoa chegou a afiançar: "O verdadeiro patrono do nosso País é esse sapateiro Bandarra. Abandonemos Fátima por Trancoso (...). O Futuro de Portugal − que não calculo mas sei − está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra (...). O Bandarra, símbolo eterno do que o povo pensa de Portugal".

De tão evidente, o seguinte verso do Bandarra poderá ter sido um dos seus derradeiros auspícios, cumprido e perpetuado que se encontra:

Em dois sítios me achareis, 
Por desgraça ou por ventura: 
Os ossos na sepultura,
A alma nestes papéis.

Melhor do que eu, que nem a taluda sei profetizar, Bandarra sabia o que predizia. Grande profeta ou não, em uma das suas coplas parece confirmar a continuidade do pretérito português:

Sou sapateiro, mas nobre 
Com bem pouco cabedal: 
E tu, triste Portugal,
Quanto mais rico, mais pobre.

De profeta, nada tenho. Quanto a saber do destino da muito querida Pátria, basta-me o aforismo: mais vale um bom desengano, que toda a vida andar enganado. ■
Eduardo disse;
Ambição, não é loucura!
Para viver melhor pudera
Gastar muito porventura
Portugal, assim quisera!

Pobre, pensando ser rico!
Já naquele tempo acontecia
Bandarra, viveu na Monarquia
profeta, sapateiro de ofício!