sexta-feira, 11 de setembro de 2015

"CORRIDA AOS TACHOS"


Aos tachos já começou a grande corrida,
não se sabe qual deles irá cortar a meta
qualquer um dos outros, menos a maldita
só ajuda quem mais têm encher a gamela!

Os injetores do azedume,
por demais, te tanta ganância
sempre os mesmos do costume
têm de pagar a extravagância.

Detentores do remédio,
mentem aos sete ventos
causam descontentamentos
os senhores do privilégio.

Esses grandes sabichões,
andam por aí apregoando
à caça dos muitos milhões
sorriem para o povo pensando
cortar ordenados e pensões!
(Edumanes)

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

"A ROSEIRA, A ROSA E ESPINHOS"

Há ódio, no lugar do amor,
em vez de beijos e carinhos
a roseira, a rosa e espinhos
onde não há paz há terror!

Quando não verdadeiro,
porque será amor fingido
num impulso derradeiro
o prazer liberta o gemido.

De repente desapareceu,
uma figura de pernas ao léu
de noite vi uma estrela no céu
 quando a pensar estava eu!

Naquela rua sem agasalho,
no meio de medonha escuridão
sem abrigo apanhando orvalho
mais sofreu o meu coração!

Sei muito bem onde estava,
não sendo nenhum aldrabão
Porque a sorte não esperava
deste país, sincero cidadão!
(Edumanes)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

"TERRA E CINZA"

Porque na realidade ela existe!
de nada adianta esconder a tristeza
dentro desta pequena Nação Portuguesa
não sei como cabe enorme vigarice.

Deveria ser interrompido,
no caminho, antes do mal acontecer
para que não nos perturbasse o ruído
 aqui onde temos o direito de viver.

Sempre bem vinda a felicidade,
porque ninguém é dono do mundo
embora haja quem pense nisso ainda
todavia, no fim da vida todo o moribundo
será transformado em terra ou em cinza
pondo fim ou não à sua ruindade?
(Edumanes)

domingo, 6 de setembro de 2015

"FUGINDO DA GUERRA!

As flores estão perdendo a cor!
sem perfume para poderem exalar
os homens estão destruindo o amor
porque o mundo está a desabar?

Se Deus, tão depressa, não nos acode,
quem é que irá pôs fim a tanta desgraça
as crianças continuam a morrer de fome
os poderosos com tanto luxo em casa.

Para evitarem um mal ainda mais devastador,
pensem positivo porque têm responsabilidades sim
ajudem  a construir para todos um mundo melhor
governantes dos países às guerras ponham fim!
(Edumanes)

sábado, 5 de setembro de 2015

"FUGINDO DO TERROR"

Sem se dialogar!
onde reina a força
o direito não tem lugar...
Quem pensa que não adianta
por que não vale a pena teimar
contra a força não há quem vença
nem a correr nem devagar!
(Edumanes)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

"PÔR DO SOL"

Não me expandi na aventura!
sem ter do que desejava a certeza
para com elas não regar a incerteza
não chorei lágrimas de amargura.

Vi as flores no campo,
na verde paisagem florida
sobre elas borboletas voando
senti, fazendo contas à vida
 a fresca aragem passando.

Por não saber cantar, é que chorei,
dos olhos libertei lágrimas ao fim da tarde
o que desejava encontrar, não encontrei
dentro do peito guardo a saudade!
(Edumanes)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

"TENTAÇÃO"

O que é que eu digo à tentação!
por a ela tanto resistir
por que não estou a mentir
digo-lhe, que tem razão.

O que é que eu digo à tentação,
para não a magoar
pego na sua, delicada, mão
com jeito, para com ela dançar.

O que é que eu digo à tentação,
para ela à gargalhada sorrir
digo-lhe, que não tenho colchão
na cama, para com ela dormir.

O que é que eu digo à tentação,
para ela nunca se amuar
digo, a verdade ao coração
para dentro do peito sossegar,

O que é que eu digo à tentação,
para ela não ficar triste
digo-lhe, porque o amor existe
não precisa de fazer confusão.

O que é que eu digo à tentação,
 digo-lhe, sempre a verdade
porque sendo ela a minha paixão
eu serei a sua eterna felicidade!
(Edumanes)

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"BOA NOTÍCIAS, SEM IMAGENS"

 As boas notícias são para aplaudir!
 que bom era se fossem, mesmo, verdade
  se, porventura, forem só a pensar no porvir
  não corresponderão, todavia, à realidade.

Porque se aproxima a data das decisões,
de qualquer modo, há que esperar para ver,
não acredito que o diabo tenha boas intenções
porque, milagres só Deus tem esse poder.

Melhor será esperar que chegue a hora,
para ver quem se sente da pobreza orgulhoso
porque neste país, o que era péssimo até agora,
confusamente, passou a ser maravilhoso?
(Edumanes)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

"RELAMPEJAR"

Seguindo a vontade!
vi a luz do relampejar
ouvi o ruído do trovão
apagou-se a claridade
toda a noite a navegar
nas ondas da tentação.

No meio da escuridão
comigo querendo falar,
ouvi a voz da louca paixão
nos ouvidos a segredar!
(Edumanes)

domingo, 2 de agosto de 2015

"CEIFA DO TRIGO"

A tiborna designa no Alentejo e em Olivença um pão acabado de cozer e a sair do forno que se rega com azeite de boa qualidade e é polvilhado com sal ou com açúcar.

Pouco mais valia talvez?
do que meio tostão furado
o que recebia de jorna
quando outrora o camponês
trabalhava para o latifundiário,
azeite, para temperar a tiborna
para o comprar não tinha guito
sabia que tinha de vergar a mola
por que não havia outra maneira
no verão à calma de ceifava o trigo.
Nem todas as portas tinham gateira
para se divertirem na brincadeira
os gatos saltavam pelo postigo.
 Sem perder a descrença
para o trabalho ia cantando
sem conduto para a merenda
em silêncio reclamando
começava de manhãzinha
 com esperança para o céu olhava
  relógio para ver as horas não tinha
  pela estrela da manhã se orientava!
(Edumanes)

sexta-feira, 31 de julho de 2015

"POR DO SOL EM MONSARAZ"

Devagar como o caracol!
para bem podermos chegar
a Monsaraz, iremos passear
para ver o por do sol.

 Bom fim de semana,
sem pressa, devagarinho
com a mão, pega-se na alavanca
carrega-se no pedal com o pezinho
para no sítio certo meter a mudança.

Nunca se deve perder a esperança,
sigamos por onde deveremos seguir
sem se pisar a paisagem a florir
nas margens com abundância!
(Edumanes)

quarta-feira, 29 de julho de 2015

"BORBOLETAS VOANDO"

 Portas sem postigo,
varandas sem janelas
o que terá acontecido
 não se tem notícias delas!

 Não terão ido se calhar,
numa espiga de trigo
sem idade nem tribo
borboletas a esvoaçar.

 Onde não se sabe,
se numa flor pousar
naquele dia à tarde
saíram do casulo a voar.

Pois, não tendo a certeza,
só estou, mesmo, a imaginar
o homem para mais amealhar
continua ferindo a natureza!
(Edumanes)

terça-feira, 28 de julho de 2015

"BELDROEGAS"

Porque é que sinto?
o que sinto dizer não sei
por que não tinha cinto
cair as calças deixei!

Com os pés  encharcados,
perdi as meias!
Não! As meias meias,
as meias solas dos sapatos.

Fica da outra banda, 
atravesso o Rio Tejo 
pela Ponte Vasco da Gama
tô indo p'ro Alentejo,
dessa maneira
o que é dos outros não invejo
sendo assim...
acabou-se a brincadeira?
Vou plantar beldroegas
para mim,
por causa das regras
terminou antes do fim!
(Edumanes)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

"REGATO"

Tantos sonhos já sonhei,
nenhum deles foi realidade
também não sei onde a deixei
só sei dizer que sinto saudade.

Nas margens do regato colidiu,
o barcos que navegava a montante
seus raios dardejava o sol distante
 a jusante, na água clara reflectiu,

tão rápida como o pensamento,
desmaiava quando sentia prazer
sentindo-o no corpo sem se ver
suavemente, soprava o vento.
  
Lá para aquelas bandas,
onde o sol mais aquece
belas no mundo há tantas
coisas, que nos apetece.

No vento de levante,
não traz fresca maresia
porque nada garante
uma falsa garantia!
(Edumanes)

sábado, 25 de julho de 2015

"NA AREIA"

No campo vi girassóis!
fui à pesca das lulas
comi ensopado de caracóis
 na praia, vi as moças nuas.

As ondas vi, no mar, calmas,
vi gaivotas a voar
um caranguejo de alpercatas
vi na areia a esgravatar.

Vi uma lapa de calções,
sem bóia nas ondas a boiar
  junto à água, na areia a rebolar
caídos das rochas vi mexilhões!

Acontece cada uma,
é de se lhe tirar o chapéu
uma estrela viajando de pluma
 desceu à terra vinda do céu!
(Edumanes)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

"O REMÉDIO É ESPERAR"

Esperando um beijo!
não havia meio de chegar
ansioso, estava o desejo
para a quem o dar.

Se calhar teria,
ficado sem saber
atolado no prazer
ao romper do dia?

Senão há volta a dar,
não adianta esmorecer
o remédio é esperar
até o desejo acontecer.

Companheira da lembrança,
dentro do peito tem a saudade
por que não perdeu a esperança
guarda no coração a felicidade!
(Edumanes)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

"NO RIO MIRA"

A vida é para ser vivida!
sempre da melhor maneira
de quem, ainda, acredita
mantém acesa a lareira.
Pois, não admira
fui na mira das ostras
pescar no Rio Mira,
rio acima, rio abaixo
vi três garotas,
 num barco a navegar
sem bandeira no mostro
a elas eu ajuda pedi.
Me mandaram mergulhar
emergi sem ceroulas
olharam para mim a mangar
porque há dias assim.
Por segundos a voz perdi
de tanta fortuna falar ouvir
fiquei gago...três para mim!
Pelas pernas abaixo eu vi
se mijaram de tanto rir.
(Edumanes)

terça-feira, 21 de julho de 2015

"NA MÃO"

Nas ondas a sonhar!
estou agora recordando
naquela noite de luar
acordei navegando.

No mar imenso sem fim,
para onde o destino me levou
 uma rosa perfumada no jardim
com ela na mão me deixou.

A desabrochar na roseira,
a vida é bela sem queixume
com suave aragem passageira
 me exalou o seu perfume!
(Edumanes)

domingo, 19 de julho de 2015

"SAUDADE"

Coração,  ausência sente!
de quem para não mais voltar
partiu para sempre.

 Tão longe de mãos atadas,
 sem a poder acariciar
com os olhos de tanto chorar
arrasados em lágrimas!

Algures, junto ao açude,
ouvi a saudade chorando
vi sobre o mar a baixa altitude
 um bando de aves voando!
(Edumanes)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

"NUMA NOITE DE LUAR"

Tão apressado, tropecei!
escorreguei no desejo
com ele me acorcovei.

Bem no fundo do prazer,
nos lábios sinto um beijo
de faminto, o ouvi gemer.

Mergulhei com esperança,
nas loucas ondas do mar
emergi em segurança
junto de uma sereia a boiar.

Não estou não ficando louco,
também não estou a inventar
louca percorrendo todo o corpo,
sensação, querendo nele acoitar.

Adormecido na ternura do amor,
quem me dera o sonho fosse realidade
nas pétalas perfumadas duma flor
imaginando a felicidade!
(Edumanes)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

"ESTÃO P'RAÍ FALANDO"

Há menos galhofa!
sem metal tilintando
agora é só mini volta
estão p'raí falando.

Não será sortilégio,
atrás da bicicleta à nora
não passa como outrora,
no Cercal do Alentejo.

Tanta desgraça não quisera,
mais, neste mundo acontecer
a volta a Portugal em bicicleta
no futuro assim poderá ser?
(Edumanes)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

"DENTRO D'UM CORNO"

Para se deitar à noitinha!
no vil catre uma enxerga de palha
quando para comer nada tinha 
toda a noite o estômago ralhava.

Nos pés calçava as chancas,
assim o sustendo do povo
meia dúzia de azeitonas
levava dentro d'um corno.

P'ro trabalho ia cedinho,
cantando alegremente,
com esperanças no futuro
pão e uma nesga de toucinho
naquela terra de rica gente
 gente rica tinha de tudo!
(Edumanes)

terça-feira, 14 de julho de 2015

"TOMBOU"

Se ao menos quisesse!
para encher o gorpelha
quem pegasse não tivesse
no cabo da forquilha.

Pior do que centopeia,
prometedor esfaimado
colhe quem semeia
a pregar no proletariado.

Por demais no saco embutir,
 não rebentou pelas costuras, tombou
para não ver de barriga cheia sorrir
alguém que com fome já chorou!
(Edumanes)

domingo, 12 de julho de 2015

"BOCADINHOS DE ESPERANÇA"

Dos montes onde outrora!
pelas chaminés deitavam fumo
muitos deles em ruínas agora
quantos não sei, muitos presumo
dispersos pelo campo à noitinha
no inverno chuvoso e friorento
ardia a lenha na lareira
pão com azeitonas o sustento
assada na braseira
às vezes metade d'uma sardinha
 não duvidem, foi mesmo assim
eu cá, não invento tristezas
porque são dolorosas sim
quando muitas incertezas
 tantas pareciam não ter fim!
Por veredas e caminhos
palmilhava léguas e léguas
para encontrar os carinhos
que faziam minhas esperas
eram de esperança bocadinhos
encontrá-los tanto eu quisera!
(Edumanes)

"NA PERNA"

Por que não sou egoísta!
estou, sim, sendo sincero
 tenho guelra e não crista
tudo o que eu mais quero
é que sejas feliz na vida.

Recuperei duma queda,
sem ser para - quedista
vi na perna da moça bela
uma tatuagem grafista.

Quando olhava para ela,
derrapei num buraco
 no chão bati com a testa
  na cabeça ouvi cantar o galo!
(Edumanes)