Por nada sendo eu louco,
de fome não estou bramindo
me contento com pouco,
como dantes me contentava
para não levar um açoite
em silêncio não refilava
roendo uma pêra doce...
Não estou mentindo,
a desgraça anda à solta
pelo mundo em liberdade...
Não eram de farinha de aveia,
quando eu tinha tenra idade
papas de farinha de milho e açorda
todos os dias era a minha ceia...
Neste Outono bem vindo,
porque, a união faz a força
estejamos todos juntos sorrindo
esperando melhores condições de vida,
dando à Nação o nosso melhor contributo
quer queiramos ou não em passo de corrida
caminhando para o desconhecido futuro...
Como de nada me adianta ter pressa,
em passo lento vou andando
para quando chegar a primavera
ouvir os passarinhos cantando...
No campo sempre àquela hora
canta o galo alegremente,
para acordar a gente
ao romper da Bela Aurora...
Não quero ir daqui embora,
para um lugar desconhecido
sem protestar adormecido
irei quando chegar a hora!
(Edumanes)