sexta-feira, 23 de setembro de 2016

"SEJA BEM VINDO"

 Por nada sendo eu louco,
de fome não estou bramindo
 me contento com pouco,
  como dantes me contentava
para não levar um açoite
em silêncio não refilava
roendo uma pêra doce...
Não estou mentindo,
a desgraça anda à solta
pelo mundo em liberdade...
Não eram de farinha de aveia,
quando eu tinha tenra idade
papas de farinha de milho e açorda
todos os dias era a minha ceia...
Neste Outono bem vindo,
porque,  a união faz a força
estejamos todos juntos sorrindo
esperando melhores condições de vida,
dando à Nação o nosso melhor contributo
quer queiramos ou não em passo de corrida
caminhando para o desconhecido futuro...
 Como de nada me adianta ter pressa,
 em passo lento vou andando
para quando chegar a primavera
 ouvir os passarinhos cantando...
No campo sempre àquela hora
 canta o galo alegremente,
para acordar a gente
ao romper da Bela Aurora...
Não quero ir daqui embora,
para um lugar desconhecido
sem protestar adormecido
irei quando chegar a hora!
(Edumanes)

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"DUM POBRE SE FAZ UM RICO"

Enquanto não houver uma limpeza,
na política, continua a mesma bodega
porquanto mais aumenta a pobreza
 no mundo a riqueza mais prospera!

À custa da exploração,
está mais do que visto
todos nascem em pelão
dum pobre se faz um rico!

Rico, mas não sincero,
a expensas da pobreza
de que mude eu espero
toda a vida na incerteza!
(Edumanes)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

"MORTE, SILÊNCIO, OU NADA"...

Morri, traidor!
Morri pela tua boca.
A infâmia, é honra que te sustem
E não a que me toca.
Outros infelizes,
Te acham sabedor,
Digno de louvor
Por uma Pátria traída.
Isto não dá vida
Aos que se doaram com Amor.
A (minha) Pátria, traidor,
Contigo não tem saída,
Nem com quem te faz maior.
Cair da janela, foi pouco
Para um trair tão louco,
Que, de Poder, teve anelos.
Lembra as glórias da vida,
Onde a justiça foi tida
Numa Pátria alvoroçada.
Portugal tem, na História,
Nobreza, saber, firmeza,
Mas nunca a falsa glória.

Aos Migueis de Vasconcelos,
Morte, silêncio, ou nada...
Santos Oliveira
16NOV2016
Poema, do Sargt Santos Oliveira, lembrando o acontecimento
de 16Nov1964, na Guerra do Ultramar,  Ilha do Cômo-Guiné.
Homenagem solidária aos Camaradas seus subordinados, no Pel. Indep. de Morteiros 912 e abrangendo todos os  militares da
Companhia de Caçadores 557, que, nessa noite, “foram” Massacrados, segundo as palavras falsas, intencionais e conscientemente proferidas, na Rádio de Argel.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

"FOI TUDO IMAGINAÇÃO MINHA"

Não sabia onde a encontrar,
nem grande nem pequena
castanhos me fazem sonhar
 lindos olhos de moça morena.

 Encontrei-a junto ao mar,
quando lá na orla me perdi,
pelo meu nome ouvi chamar
olhei, foi então quando a vi.

Deitada na areia para se bronzear,
 linda morena de corpo e pernas ao léu
olhos castanhos, não azuis da cor do céu
 olhando não a vi para as ondas do mar!

De todas ela é  a mais bonita flor,
para toda a vida dela não ter queixume
 com verdadeiros e loucos golpes de amor
 no meu corpo exalando o seu perfume!

Desgoverna o meu reino,
faz-me trinta por uma linha
não me faz a vida num inferno
comigo sempre tão meiguinha
  faz tudo bem como eu quero
tudo foi imaginação minha!
(Edumanes)

domingo, 18 de setembro de 2016

"PREOCUPADÍSSIMO"

BOM DIA E BOM DOMINGO,
PESSOAL MEU AMIGO!
A pesar de não ser nenhuma desgraça,
com a noticia fiquei preocupadíssimo,
a minha mulher está grávida!
Não fiquem aí a pensar
dêem as vossas respostas por escrito.
Em que tempo está o verbo estar?
(Edumanes)

sábado, 17 de setembro de 2016

"GALINHA GORDA"

 Na "Operação Marquês",
fazem trinta por uma linha
por ser bom negócio português,
não perdem o fio à meada
quanto mais gorda for a galinha
por muitos mais será cobiçada?

Promessa de político,
é presente envenenado,
que os cacem não acredito
andam à caça de Pokémons
Portugal, não estaria endividado
se houvessem políticos bons!
(Edumanes)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

"DIGA SE SOUBER"

Uma meia, meia feita,
outra meia, por fazer
diga lá, você, se souber
quantas meias vêm a ser?

Rios de prata pinta a lua,
de azul o céu pinta o mar
fita de coiro é apero
para os cornos amarrar
 dos bois ou das vacas à canga,
também conhecida por piarça
na província alentejana.
Gorjeta é milhadura
mas, não dada de graça
terra mole é atasquero,
monte de feno é frascáli
cesto é cabanejo
deitar fora é aventári
horta é hortejo
ir embora é abalari
por acaso é por adredo.
Quem com algo na vida se ilude
 sem tão pouco ser desprezo
 não se afoita quem tem cagufe!
(Edumanes)

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

"DO ALENTEJO A MONÇÃO"

A desratização da política,
já deveria ter sido efectuada
não se justifica tanta pirataria
sustentar sem produzir nada.

Do Alentejo a Monção,
a viagem que ainda não fiz
porque o destino assim o quis
já passei no Túnel do Marão.

Sem o perfume duma flor,
eu escrevo, assim, imaginando
neste mundo não alegre cantando
como seria triste viver sem amor.

Seria, tristemente, não sorrindo,
como que nada de bom existisse
não estou aqui a ninguém embaindo,
pois eu bem sei que o amor existe.

Se o ciúme não causar discussão,
 nos lábios bailam de noite e de dia
sorrisos de verdadeiro amor e paixão.
 Se a tristeza não apagar a luz à alegria
de felicidade se ilumina o coração!
(Edumanes)

domingo, 11 de setembro de 2016

"ÀS NUVENS SOBE"

Geringonça em movimento, lento, 
Para chegar ao fim da linha, sem descarrilar,
porque, os ricos abarbatam todo o fermento,
nada sobra para a massa do pão dos pobres levedar!

Fantasias me fizeram num sonho!
depenado da cama voar...
Tropecei no lavatório, dei um tombo
sonolento, fui cair dentro do alguidar?

Para das nuvens voltar a cair na terra,
as águas superficiais às nuvens sobem
 porquanto, uns semeiam a guerra,
por ela causada outros desgraças colhem!
(Edumanes)

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

"ASTRONAUTA"

Bom fim de semana,
não façam, mesmo, nada
esperando lá na cabana
pelo vosso astronauta!

Alentejano astronauta,
ontem, estava sonhando,
à noite, tocando uma flauta
sobre o Alentejo voando!

Foi aterrar no Algarve,
à sombra duma alfarrobeira
apareceu lá aquele alarve
fez estrondosa barulheira.

Com atenção olhou para ele,
disse olá, chibante, camarada
já deixaste o luxuoso palacete
onde fizeste a maior borrada.

De repente, todo ele se eriçou,
quase não teve tempo de descolar
em silêncio,  sozinho a resmungar
com o seu mau feitio lá ficou!
(Edumanes)