sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

"SEM PRESSA"

Daqui olhei para o Rio Tejo,
do outro lado não vi nascer o sol
imaginei o caminho p'ro Alentejo
tão apressado como o caracol!

Para que eu o pudesse ver,
se nenhuma nuvem o tapou
 no céu de manhã o vejo nascer
 a sonhar, acordado, não estou.

Deixa o trabalho voar no vento,
dorme a folga à sombra do chaparro
causou fenómeno no Entroncamento
ao passar, o alentejano apressado.

Falar do povo que conheço,
do Alentejo sou oriundo
meter a colher onde não devo
falar só por falar, não costumo!

Não faço nenhuma promessa,
 sem antes saber se a posso cumprir
seguidores do blog, Nasci no Alentejo
no tempo possamos continuar a sorrir
para amigas e amigos, sem pressa
um bom fim de semana desejo!
(Edumanes)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"MANGONHA"

Digo sempre a verdade
em defesa desta Nação
porque amo a liberdade
proveniente da revolução.

Descansa o angolano,
debaixo do embondeiro
à sombra do chaparro
sem ser mangonheiro
descansa o alentejano,
bebe água pelo cocharro
p'ro trabalho vai cantando.

 Levanta-se da tarimba,
coloca água dentro da bacia
de manhã, muito cedo ainda,
com as mãos lava a fronha
lá no campo ao romper do dia
 corta o feno com a gadanha.

Trabalhar não é vergonha,
come açorda com dente d'alho
quem for alérgico ao trabalho
passava a vida na mangonha!
(Edumanes)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

"PELA FORÇA DO VENTO!

 Será, talvez, o perfume das flores!
mais leve, por isso é que voa no vento
 de inutilidade tantos atrapalhadores
 não sei o que fazem no parlamento?

Atrás delas o sol escondido,
nas nuvens voam promessas
nenhum cumpre o prometido
 escurecidas noites nas vielas.

Ruas estreitas, largas avenidas,
árvores caídas pela força do vento
no campo verdes plantas floridas
no mundo continua o sofrimento,

 Porquanto não há volta a dar,
dizer não sei, quem o não deseja
a seu bem querer mais descontrolar
de tanta extravagância boceja!
(Edumanes)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"O PERFUMES DAS FLORES"

Se eu tivesse o que não tenho!
não sei se seria diferente a minha vida
senão pudesse fazer tudo o que penso
a escrever agora aqui não estaria.

 Não digo tudo o que penso,
 se foi ou não efectuado estudo
o perfume das flores voa no vento
o que penso não escrevo tudo.

Por quem terá sido, dizer não sei,
também se o li, onde não me recordo
que isso acontecesse nunca imaginei
batalharei contra tudo o que discordo.

Com os versos na imaginação os deixei,
distantes dos meus tempos de criança,
devagar ou correr, até onde puder irei,
porquanto na vida, na vida há esperança!
(Edumanes)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

"À SEGUNDA-FEIRA, FAVOS DE MEL"

 Palavras em rima escrevendo!
coisa fácil, de resolver, não impossível
de todo aquele que tenho disponível
a engendrar passo algum tempo.

Parado não tenha pachorra,
de ficar para onde não sei a olhar
no fundo do pote ficou a borra
depois de todo o azeite tirar.

  Vi o talego sem farnel,
de barriga vazia, não cheia
à segunda-feira favos me mel
 tirados, vi, de uma colmeia!

Lindos olhos vi numa mulher!
de noite vi no céu azul a lua cheia
na boca coloquei o fecho ecler
para não falar da vida alheia,

por ela me apaixonei,
olhou para mim de relance
desse olhar nasceu o romance
com ternura a abracei!
(Edumanes)

domingo, 25 de janeiro de 2015

"A PINHA"

Cidadão, alentejano!
terá partido do Alentejo
nas pegadas do gás propano
descobriu senão me engano
o Vale Pinto no Ribatejo.
Mas, que pinta tinha ela
com a cara bem pintada
 perfumada estava mais bela
da cor de uma rosa encarnada
num vaso uma roseira plantada
colocado no parapeito da janela.
Terá o pinhão caído da pinha?
 A pinha é filha do pinheiro,
o pinheiro nasceu do pinhão
sendo o pinhão filho da pinha
qual terá nascido primeiro
terá sido o ovo ou a galinha?
(Edumanes)

sábado, 24 de janeiro de 2015

"FAISÃO"

Na memória guardada!
não declarada intenção
vive a pessoa apaixonada
com segredos no coração?

Sem resposta fiquei,
a falar com os meus botões
a mim mesmo perguntei
porque tanto ladram os cães.

 Alguma razão tem de haver,
mesmo que ele seja muito gordo
para todos não chega um só faisão
que Deus proteja da miséria o povo
quando o amor não se entender
mais faz sofrer o coração.

Já foi terra que deu trigo,
o Alentejo soalheiro no verão
por lá procuram ouro escondido
sem saber se o encontrarão.

Para se pouparem uns tostões,
de fonte segura não é o relatório
teimam continuar as investigações
porque sonham com o petróleo!
(Edumanes)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"DA COR DOS MEUS"

Oriundo de humilde povo,
da província alentejana
feito de carne e osso
não de matéria vulcânica.

Por eles me apaixonei,
dois olhos do cor dos meus vi
devagar irei andando por aí, 
até quando, dizer, não sei,

Não os vi de pernas ao leu,
nem na praia os encontrei
são castanhos bem eu sei
não azuis da cor do céu!
(Edumanes)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

"NAS NUVENS A VOAR"

Amor e carinhos maternais!
se com duas mães há crianças
crianças haverá com dois pais
 outras haverá sem esperanças?

Infelizmente, há coisas brutais,
nos surpreendem a qualquer hora
há imensos campos de arrozais
com fome tanta criança chora.

Dores que magoam o coração,
caem lágrimas dos olhos a chorar
das árvores folhas caídas no chão
quando o dia mais triste chegar.

Com o tempo, no tempo desfeitas,
a vida em cinza será transformada
no céu nuvens negras ou cinzentas
deixam cair na terra gotas de água.

Elas correm velozmente,
às vezes parecem loucas
escondem o sol da gente
muitas vezes, não poucas.

Sem ser poeta, sem imaginação,
engendrei escrever um poema,
mais forte bateu o meu coração
da calhandra que voava uma pena
 desprendida das asas caiu no chão.

 Corri mas a tempo não cheguei,
para do chão aquela pena apanhar
para onde o vento a levou não sei
com pena da pena continuo a sonhar
a olhar para a pena especado fiquei
com pena da pena nas nuvens a voar!
(Edumanes)

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"TRIGO LOIRO"

De ter ceifado o trigo loiro!
no Alentejo, bem me lembro
de ter ouvido medonho estoiro
lembranças disso inda tenho.
Mas, não foi lá no Alentejo, não,
foi entre Metangula e Nova Coimbra
 para o Rio Lunho perigosa deslocação
na picada o rebentamento de uma mina,
pela roda da frente do Unimog, accionada
felizmente, nenhuma morte ela causou
o pneu em pequenos pedaços voou
no vento com a poeira esvoaçada!
De uma coisa tenho a certeza
de momento o silêncio alterará
a vida é como uma roleta
tanto rola até que pára...
  Se chover, para a não molhar
com o gorro se protege a tola
 melhor sorrir do que choramingar,
mas, nunca de maneira qualquer
para não causar perturbação
segredos guardados estarão
no coração de uma mulher?
Antecipadamente, se acontecer,
a vida foi, simplesmente, risonha ilusão
só não sei se valerá a pena para aquecer
correr atrás duma fugitiva paixão?
(Edumanes)