domingo, 18 de janeiro de 2015

"FUI HOJE AO ALENTEJO"


Fui hoje ao Alentejo e vi paisagens
De fome, de secura, de desalento
Nenhuma alma dali sonha as viagens
Que ao brilho de um sol d’oiro faz o vento
De fome, de secura, de desalento

Meu Deus que gente é esta, que degredo
Vive este povo ao Sul, que nada clama
Há rugas de azinheiras nos seus dedos
Mas não há nossas senhoras sobre a rama
Deste meu povo ao Sul, que nada clama

Olhem que céu azul com nuvens de poejo
Que veio morar aqui no Alentejo
Enxada a querer tirar do coração
A terra onde me sofro e me revejo;
Malteses meus irmãos, baixem-me o sol de agosto
Venham cantar-me modas ao sol-posto
A este povo honesto é que eu pertenço
A este mar de orgulho de amor imenso

Fui hoje ao Alentejo e vim chorando
Eu que sou feita em pedra da mais dura
Meu povo, minha esperança em fogo brando
Quando é que fazes tua, a tua altura
Quando é que fazes tua a tua altura

Fui hoje ao Alentejo e percebi
Porque é que de Além-Tejo há só o nome
Porque é que há tantos deuses por aí
Enquanto tanta gente aqui tem fome
Porque é que de Além-Tejo és só o nome

Autor da Letra: Eduardo Olí­mpio
Autor da Música: Paco Bandeira
Repertório: Luí­sa Basto.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

"PAPOILA"

A morte é inimiga da vida?
porque se o não fosse não a matava
na seara de trigo encontrei florida
a papoila que procurava!

 De cor vermelha, tão linda a papoila é!
da cor do sangue que nos corre nas veias
diferente das ondas que enchem a maré
batem nas rochas, desmaiam nas areias.

Não vale a pena as enfrentar,
bravas ninguém as consegue deter
mas, preciso é na felicidade acreditar
 enquanto a morte nos deixa viver.

porque será que o tempo,
corre assim com tanta pressa
devagar, devagarinho me contento
gosto de viver, a vida é bela!
(Edumanes)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

"VIVO OU MORTO"

Não de todo afoito!
meio frango vivo
ou meio frango morto
qual deles pesa mais
nas verdades acredito
assustam-me temporais.
(Edumanes)

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

"FOLHAS SECAS, CAÍDAS NO CHÃO

Não irei de nada mais reclamar!
nem a chorar, nem tão pouco a sorrir
  se o mundo, maravilhoso, acabar
como é que será o porvir?
Não estarei cá para contar
nem para cantar ouvir...
Das flores cairão as pétalas
das árvores as folhas secas no chão
fechar-se-ão as portas e as janelas
para sempre à imaginação...
Não se pintam mais paisagens
nem nas telas nem em vão;
não se farão mais viagens
nem de barco nem de avião?
 Das asas dos passarinhos
não cairão mais penas no chão
nas árvores não farão mais os ninhos
porque sem as folhas não têm protecção!
não lerei mais poemas com versos de amor
escritos pelos poetas com lágrimas de paixão
 não estarei cá, sem vida, para colocar uma flor
no peito, de quem amei, junto do coração!
(Edumanes)

domingo, 11 de janeiro de 2015

"A ROSEIRA TEM ESPINHOS"

De quem ama tem ciúme!
a mulher gosta de beijinhos
as rosas têm perfume
a mãe roseira tem espinhos.

Não é mentira, é verdade,
para se defender não os usa
todas as pétalas de igualdade
  protegê-las nunca se recusa.

 Perfumada, sem vaidade,
a rosa perfuma quem a ama
desabrochada em liberdade
obediente, de nada reclama
 lá no jardim da felicidade!
(Edumanes

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

"NA APANHA DA AZEITONA"

Enquanto a vida durar!
para não se morrer de fome
na terra temos que semear
para tudo é preciso ter sorte
passou-se para lá da estrema
porque a noite estava escura
era pouco, mas bem valeu a pena.
Pelo sustento, em silêncio lutava
no chão ou em cima do cavalete
para do frio proteger a mona
usava na cabeça um barrete.
Na apanha da azeitona
estava um frio de rachar
com ou sem amor à camisola
pois, tinha que vergar a mola
para uns trocados ganhar!
(Edumanes)

sábado, 3 de janeiro de 2015

"NAS ALTURAS"

Passei pela praia grande do Porto Covo!
em Vila Nova de Milfontes disse adeus ao Ano velho
 para todos desejo continuação de bom Ano Novo
bom dia e muita alegria, já voltei do Alentejo.
2015, ano de esperança e fé!
sem nenhuma nuvem estranha
entre a terra e o céu azul, de pé
no ninho lá nas alturas a cegonha!
(Edumanes)

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

"FELIZ ANO NOVO

 Para 2015, eu desejo!
antes de seguir viagem
com destino ao Alentejo,
escrevo aqui esta mensagem
para vos desejar feliz Ano Novo,
haja mais ajuda para quem precisa
nenhum governante seja mouco
para com lealdade e justiça
 ouvir a voz do povo!
(Edumanes)

domingo, 28 de dezembro de 2014

"ENTORPECIDAS"

Lançadas, foram à toa!
palavras na água do Rio Tejo
navegaram numa velha canoa
com destino ao Alentejo.

Atracou no cais de Alcochete,
voaram na direcção de Pegões
atraídas pelo íman de um alfinete
movido no vácuo das emoções.

 Naquelas imensas planícies,
 onde os interesses foram tantos
corriam lebres, voam as perdizes
   galgos a correr pareciam tontos.

 Para temperar a bela açorda,
 a correr logo foram comprar azete
 ao lagar assim que chegaram a Moura
 para por no cafei tiraram o (i) o lete!

Encontraram no chão o colchete,
quando passavam naquela zona
da oliveira em cima do barrete
deixou cair uma verde azeitona.

Foi medonho o estardalhaço,
ficaram entorpecidas no escuro
corria sem parar a água no regato
com ela as esperanças do futuro!
(Edumanes)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"ESTÁ INDO EMBORA"

 Haja sempre saúde, paz e alegria!
para o ano que vem não seja mais ruim
mantendo a tradição reunida a família
este ano a ceia de Natal foi assim!

O Ano Velho está indo embora!
para dar de esmola a este povo
com migalhas, talvez, na sacola
já está vindo por aí o Ano Novo.

Traz o Ano Novo as algibeiras!
cheias de descontentamento
continuam de qualquer maneira
nuvens negras a pairar no vento!

Incomodam ruídos confusos,
dobradiças ferrugentas de portas
enquanto na terra troteiam os burros
 continuam a voar no céu as gaivotas
porque no mar navegam os búzios
bravas ondas batem nas rochas!
(Eduardo Maria Nunes)