"POEMA DESILUSÃO"

Para aquietar o sofrimento,
fui em busca da felicidade
mas, só em cada sentimento
o que encontrei foi falsidade!

Busquei nas pétalas da Rosa,
sem obter resultado aparente
imaginando ser a mais atenciosa
por das outras a achar diferente!

 Dirigi-me, então, à Orquídea,
com a esperança que ainda tinha
 de que me recebesse com simpatia
nem sequer me passou patavina!

Fiquei tão triste, tão triste,
não estava acreditando
surpreendido nada, eu, disse
para as suas pélatas olhando!
(Edumanes)

"COMO ERA A VIDA NO CAMPO"

Nos ramos da azinheira,

bolotas verdejando
com o vento nelas soprando
não pararam a noite inteira!

Inolvidável noitada,
quando o vento amainou
já a luz do Sol iluminava
a terra que Deus criou!

No campo de manhã cedo,
 começava a labuta
trabalhando à jeira
ninguém parava quedo
cada um para seu lado
na altura da sementeira
lavrando a terra, uns, com a charrua
outros, lavrando, com o arado!

No montado, em liberdade,
engordavam os porcos
os ricos comiam a carne
o pobres rapavam os ossos!
(Edumanes)

"TEM CHICHA DENTRO DELA"

Na falta do talego,

utiliza-se  a alcofa ou balça
se houvesse mais respeito
a vida tinha mais graça!

Mais respeito e não só,
como sacrificam os animais
sem por eles sentirem dó
com torturas infernais!

O líder de um partido político,
propagandista, lhes quer pôr cobro
mas, o que ele quer em troca disso
serão, mesmo, os votos do povo!

Até lá vai ser uma grande seca,
mas não é a seca por falta de chuva
nem a seca do maestro com a batuta
na mão, à frente da orquestra
fazendo pela vida;
porque é a seca da corrida
dos políticos à gamela!

(Edumanes)

"GOTAS DE ESPERANÇA!

Segundo as previsões,

fim de semana chuvoso

sem causar perturbações
 o que será maravilhoso!

A chuva que cai lá fora,
anunciando a mudança
 são gotas de esperança
na terra que de sede chora!

A chuva que cai lá fora,

são lágrimas de alegria
não são lágrimas de tristeza
caídas dos olhos quem chora,
porque, são gotas de vida
que dão vida à natureza!

A chuva que cai lá fora,
das nuvens, no Céu, vinda
com esperança que não finda
longa de tem sido a demora!

A chuva que cai lá fora,
há mais tempo podia ter vindo
 toda a vegetação já estará agora
de contentamento, sorrindo!

A chuva que cai lá fora,
poderá ser a sua salvação
isso é, se antes de ir embora
 evitar a morte da vegetação?
(Edumanes)

"EU VENCI O GIGANTE"

Foi pensando no mal que a mim, mesmo, fazia,

pus de parte esse vicio antes de me causar donos
desde então passei a viver com a saúde mais sadia
depois de ter sido fumador, durante, alguns anos!

Beneficiado foi sem duvida, não só o coração,
o estômago não está sendo mais esfumaçado
desde esse dia, mais de trinta anos já lá vão
ainda de quando em fez sonho com o cigarro!

O melhor que se deve fazer, será pô-lo de parte,
quando o mal que o tabaco tanto nos causa se sente
para se dizer não, a esse vicio, haja força de vontade
que essa força a tenhamos sempre, bem, presente!
(Edumanes)

"ELAS VOTAM PAN"

Na Universidade de Coimbra,

eles e elas não querem carne de vaca
depois que alguém os efeitos sinta
 dessa decisão, talvez, precipitada?

Passarão a consumir carne de porco, não é vaca,
não contagia, por não pertencer à família vacum
se para comer não tivessem, mesmo, mais nada
diferentes do que são seriam as ideias de cada um?

Não faço ideia de como seria o desassossego,
sem carne, não tivessem peixe para a caldeirada
alface, tomate, pepino e água do Rio Mondego
 seria essa, mesma, uma alimentação equilibrada?

Cuja resposta só, mesmo, depois de perguntar saberei,
ao líder do partido das pessoas, dos animais e da natureza
pelo qual, sobre o assunto em questão, esclarecido serei
mas tenho muitas duvidas que, ele, o faça com clareza?

(Edumanes)

"NA PRAIA DO ALMOGRAVE"

No momento em que tirei essa fotografia,
na praia, não vi a presença dessas criaturas
mas, pelos vistos, elas, estavam lá nesse dia

espero não ter perturbado as suas aventuras!

(Edumanes)

"DIA DE ANIVERSÁRIO"

No Aldeamento Muiei, distrito do Bié, capital Silva Porto-atualmente Kuito-Angola, 9 de Março de 1969, solteiro e bom rapaz, festejando o meu 27º.  com alguns dos meus amigos, dois dos quais são camaradas de profissão, O Paraizal, o Lourenço, com o seu filho bebé ainda de colo e sua mulher Dª. Lurdes, não visíveis na fotografia. Os restantes são militares do Exército integrados numa Companhia de Cavalaria, acantonada a cerca de 6 quilómetros.
Habitava numa casa de construção pau a pique, confortável, não era quente nem fria, mantinha uma temperatura agradável. Tinha de tudo menos WI-FI, por isso conversávamos uns com os outros. Porque se fosse como é atualmente, os convidados estariam cada um com o seu  iphone  nas mãos a pesquisar sabe-se lá o quê? Enquanto que eu estaria com a faca na mão à espera que terminassem as pesquisas para partir o bolo de aniversário.
No acima referido aldeamento, permaneci um ano  ao serviço  de Enquadramento de Melícias, o qual recordo com saudade, os seus habitantes gente humilde, o tempo que lá vivi.
Enquanto vejo o tempo fugir, deixando ficar para trás os enganos. Faz hoje quarenta 44 anos. Proveniente de Nova Lisboa-Angola, integrado no Quadro-Geral de Adidos, num avião da TAP, regressei a Lisboa, de onde no dia 12 de Maio de 1968, no Cais da Rocha  Conde de Óbidos tinha embarcado no Paquete Amélia de Melo, com destino a Luanda-Angola, à procura de melhor vida do que aquela que, aqui, tinha. levando, só e apenas comigo, tudo o que tinha numa pequena e única  mala de viagem.
Quando no dia 14 de Setembro de 1975, regressei como retornado muitos outros retornados já cá estavam reclamando de que tinham lá deixado ficar tudo. Mas, eu disso  não me queixava, porque fui para lá apenas com uma única mala de viagem e de lá regressei a Lisboa, com 6 mulheres, uma avó, duas mães e cinco filhas, 3 eram filhas da avó e duas eram filhas de uma das 3 filhas da avó, minhas filhas. Portanto, não me posso nem me devo queixar de que lá deixei ficar tudo, porquanto de lá trouxe mais do que para lá tinha levado!

"EM VIAGEM DE FÉRIAS"

Um pato português pôs um ovo em Espanha. As autoridades portuguesas exigem que as autoridades espanholas devolvam o ovo a Portugal. As quais se recusam fazê-lo, alegando que o ovo lhes pertence. De que lado estará a razão?

"PLANICIE DOURADA"

Se eu estivesse no Alentejo,
dormia a folga à sombra dos chaparros
como estou próximo do Rio Tejo
nele a navegar vejo os barcos!

Quem gosta duma que nunca teve,
vá lá e com os seus próprios olhos veja
em Outubro  à feira de Castro Verde
comprar uma pelica de pele de ovelha!

 Lá encontrará coisas maravilhosas,
que mais lhe despertarão interesse
como lá as fontes cheiram a rosas
dizem que a água não mata a sede!

Será aquela vila um jardim,
no coração do Baixo Alentejo
pois, acredito que o seja sim
para quem lá vive privilégio!

Como que numa barafunda
tudo o que não vejo imagino
no Alentejo água não abunda
poderão ser coisas do destino?

De um jogo de fortuna ou azar,
que não dependerá nunca nem agora
mais do que uma vez água transbordar
na Ribeira de Campilhas,  vi outrora!

Agora corre nela uma pinguinha,
mal dá para matar a sede a um pisco
o Alentejo já foi terra de muito trigo
onde  havia trigo, há olival e vinha
 por isso, nem tudo está perdido!

(Edumanes)