quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"VERDE NASCEU"

Sei que velho estou ficando,
 mas, não cansado de viver
com o espelho não me zango
 por nele as rugas da cara ver!

Nas noites sem ceia,
o sono desapareceu
semeei trigo e aveia
na terra, verde nasceu.

Não estou arrependido,
do que fiz, nem do que não fiz
por todo o tempo já vivido
no tempo me sinto feliz!

Viajante sem tostão,
neste mundo aprendiz
 foi por um triz que não fiz
no nariz um arranhão!
(Edumanes)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"AROMA E AVE"

Eu digo, quando assoma
o astro criador:
-Deus me fizesse aroma
de alguma pobre flor!

E digo, quando passa
uma ave pelo ar:
-Deus me fizesse a graça
de asas para voar!

Aroma, da janela
me evaporava eu,
me respirava ela
e me elevava ao céu!

E quem, se eu fosse uma ave,
me havia de privar
a mim de luz suave
daquele seu olhar?
(João de Deus)

domingo, 13 de novembro de 2016

"DE FLOR EM FLOR"

De manhã cantava o Rouxinol,
o vizinho Gaio a cantar respondia
 de ervas se alimentando o Caracol
quando no horizonte o sol nascia.

Chorando triste estava sem amor,
o Sapo com uma lágrima no olho
tinha sido nomeado investigador
de contente saltava o Gafanhoto!

 Escondido numa valeta,
estava o  Rato roedor,
 a Srª. Dona Borboleta
voando de flor em flor.

Perturbando o sossego,
as asas do insecto zunindo
o Grilo comendo trevo
debaixo do rosmaninho
irrequieto não pára quedo
   nem dentro no buraquinho!  
(Edumanes)

sábado, 12 de novembro de 2016

"LAMPARINA"

Mote,

Tirado do pote,
ela consumia azeite
para a  noite iluminar
era sempre bem aceite
numa casinha pobre
alegria nela pairar!

Azeite consumia,
na história ela ficou
a lamparina iluminou
 tristeza e alegria!

Em casas portuguesas,
pobres, pobrezinhas
eram mais as incertezas
do que milagres mezinhas!

Como outrora eles continuam,
a correr sem parar atrás da ganância
para o caminho a quem tem esperança
barrarem, com arrogância actuam.

Imagino, não invento,
desconheço como irá terminar
para todos livre não sendo,
se a pobreza, portanto,
não é portadora de livre trânsito
não pode livremente circular!
(Edumanes)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

"LAMPARINA"

Coimbra tem mais encanto,
na hora da despedida
para da lamparina mergulhar a torcida
de azeite um pote em cada canto.

 A juventude perdida,
por onde é que ela andará
quem parte mais não voltará
tudo acaba no fim da vida.

Nasci no Monte do Vale Burro,
em criança para os Vales fui recambiado
até aos 20 anos, com esperança no futuro
trabalhei no Monte do Pego do Alto.

Trabalhei no campo ao rigor,
enfrentando tempestades
sem carinho e sem amor
de quem partiu com saudades.

Quando era criança,
tanto eu chorei e sofri,
sem perder a esperança
na vida sempre venci!
(Edumanes)

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

"O GATINHO E O POTE"

Sem açúcar é amargo, gosto dele docinho!
Estava eu com uma colher de chá na mão 
mexendo, para dissolver a açúcar no café,
ora para a direita, ora para a esquerda,
dentro da chávena, com esperança e fé.
 Da mão se escapuliu a colher foi cair no chão
 mas foi com rapidez que do chão a apanhei
tendo feito tombar a chávena sem querer
em cima da mesa, se entornou o café...
Com fome debaixo da mesa miava o gatinho,
coitadinho, sem ter nada para comer,
Tanto azar num só dia tinha de acontecer.
O gatinho saltou para cima da tampa do pote,
com o embate, a tampa saltou fez tombar o pote
todo a azeite que continha, no chão se derramou,
logo apareceu a gata a correr, para salvar o seu gatinho.
Escorregou no azeite espalhado pelo chão da cozinha,
saiu disparada pela janela, foi cair em cima do tejadilho
dum carro que àquela hora na rua circulava, só visto!
O condutor se assustou, perdeu o controlo do carro
 foi embater numa árvore que do carro não se desviou,
o qual ficou virado com as quatro rodas para o céu!
A olhar para tudo aquilo até quase que fiquei gago
 da cabeça uma lufada de vento me fez voar o chapéu.
  Apesar daquele, tão, aparatoso, ocorrido, incidente
 por sorte,  felizmente, ninguém ficou ferido,
espero que o futuro para melhor seja diferente
mas disso não estou muito convencido?
(Edumanes)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"COISAS DO DESTINO"

Sejam ou não sejam surpresa,
todavia, são notícias relevantes
na América e na Nação Portuguesa
não deixam de ser importantes.

O tão procurado presumível assassino,
de Aguiar da Beira, resolveu, finalmente,
entregar-se às autoridades policiais declarando
estar, dos crimes de que é acusado, inocente
pelo bom comportamento estará pensando
se calhar de que poderá ser condecorado?
 Mas, não como, na América, o destino
que deu a vitória a "Pato Donaldo"?

Ele venceu as presidenciais,
como futuro presidente discursou
prometendo mais escolas e hospitais
à união dos americanos apelou.

Sem duvidas  a vitória final,
com arte e manha conquistou
durante a campanha eleitoral
bem ele à sua maneira falou!

Mas, e porque o povo gostou,
do seu bem estilo de americano
 se calhar foi por isso que nele votou
oxalá não tenha sido por engano?
(Edumanes)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

"ONDE A TERRA ACABA"

O calor já se foi embora,
com esperança e fé
de que p'ro ano estará de volta,
faltam 3 dias p'ra  São Martinho chegar
com uma mão cheia de castanhas para assar
e para beber dois almudes de água-pé!

Enquanto as ondas não se acalmam,
o mar continua alteroso
neste mundo quem prospera é o ganancioso
porque as vozes dos humildes se calam.

Entre as ondas desapareceu,
lá muito longe um barco  navega
na areia da praia alguém escreveu
onde a terra acaba e o mar começa
se deslumbra o azul da cor do céu!
(Edumanes)

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

"ÁGUA PURA"

Colhi uma flor,
no Vale da Ternura
vi correr água pura
no Rio do Amor,
 em cada margem
 verde paisagem.
 Vi ainda muito mais
 lindos olhos de menina 
brilhantes como cristais.
 Vi por lá, também, ainda
lá mais para cima no monte
com dois repuxos uma fonte
brotando água cristalina!
(Edumanes)

domingo, 6 de novembro de 2016

PENSO EU!

A Pitinha tem um grilinho,
 foi com ele para o campo
viu borboletas voando
com medo o coitadinho
na pitinha dela se escondeu
de que a Pitinha está adorando
o grilinho na sua pitinha, penso eu!
(Edumanes)