terça-feira, 22 de novembro de 2016

"FERMENTO"

O coração é tão frágil,
tem de ser bem protegido
quando se sente ofendido
acalmá-lo não é fácil!

De sede morreu a preguiça,
com a água até ao pescoço
quem na verdade não acredita
com a mentira morre por gosto!

Se a verdade magoa,
a mentira mais engana
de falsidade não se cansa
quem no mundo a apregoa!

Faz falta para a cura o remédio,
como para levedar a massa o fermento
 sejam a penas as palavras sem descrédito
porventura, arremessadas ao vento!

Enquanto ainda tem cura,
seja feito o tratamento
para se evitar o sofrimento
não se faça da vida aventura!
(Edumanes)

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

"LEDO"

De neve rodeado,
até me sinto mais ledo
 naquele cenário esbranquiçado
onde nasce o Rio Mondego!

Admirável paisagem,
mais vale estar, além, sozinho
do que mal acompanhado sentindo
no rosto a fresca aragem!

Foi apenas um sonho,
que houvera de acontecer
de alegria ainda disponho
por neste mundo viver!
(Edumanes)

domingo, 20 de novembro de 2016

"JÁ CHOVE"

Quem não tem pão,
não o come,
não chovia, mas já chove
gotas de água são!

Das nuvens caem na terra,
fazem crescer  a erva no prado
porque de muitas vidas dá cabo
acabem senhores com a guerra!

O chibante não vence,
uma bala pequenina
muito mais quer ainda
além do que lhe pertence!

Nasceu o soldado,
para na guerra combater
não acontece por acaso,
o que tem de acontecer!
(Edumanes)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

"O CIRCO"

Não fui visitar os leões,
hoje, não estava previsto
fui ao Parque das Nações
 mas, não entrei no circo!

Instado à beira do Rio Trancão,
 está o circo Victor Hugo Cardinal
para adultos e crianças animação
já são raros, aqui, em Portugal.

Porque alguns cabeças de abóbora,
a inveja não os deixa alegria construir
 por os palhaços do circo nos fazerem rir
 tanto a dor de cotovelo os incomoda!
(Edumanes)

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"VERDE NASCEU"

Sei que velho estou ficando,
 mas, não cansado de viver
com o espelho não me zango
 por nele as rugas da cara ver!

Nas noites sem ceia,
o sono desapareceu
semeei trigo e aveia
na terra, verde nasceu.

Não estou arrependido,
do que fiz, nem do que não fiz
por todo o tempo já vivido
no tempo me sinto feliz!

Viajante sem tostão,
neste mundo aprendiz
 foi por um triz que não fiz
no nariz um arranhão!
(Edumanes)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

"AROMA E AVE"

Eu digo, quando assoma
o astro criador:
-Deus me fizesse aroma
de alguma pobre flor!

E digo, quando passa
uma ave pelo ar:
-Deus me fizesse a graça
de asas para voar!

Aroma, da janela
me evaporava eu,
me respirava ela
e me elevava ao céu!

E quem, se eu fosse uma ave,
me havia de privar
a mim de luz suave
daquele seu olhar?
(João de Deus)

domingo, 13 de novembro de 2016

"DE FLOR EM FLOR"

De manhã cantava o Rouxinol,
o vizinho Gaio a cantar respondia
 de ervas se alimentando o Caracol
quando no horizonte o sol nascia.

Chorando triste estava sem amor,
o Sapo com uma lágrima no olho
tinha sido nomeado investigador
de contente saltava o Gafanhoto!

 Escondido numa valeta,
estava o  Rato roedor,
 a Srª. Dona Borboleta
voando de flor em flor.

Perturbando o sossego,
as asas do insecto zunindo
o Grilo comendo trevo
debaixo do rosmaninho
irrequieto não pára quedo
   nem dentro no buraquinho!  
(Edumanes)

sábado, 12 de novembro de 2016

"LAMPARINA"

Mote,

Tirado do pote,
ela consumia azeite
para a  noite iluminar
era sempre bem aceite
numa casinha pobre
alegria nela pairar!

Azeite consumia,
na história ela ficou
a lamparina iluminou
 tristeza e alegria!

Em casas portuguesas,
pobres, pobrezinhas
eram mais as incertezas
do que milagres mezinhas!

Como outrora eles continuam,
a correr sem parar atrás da ganância
para o caminho a quem tem esperança
barrarem, com arrogância actuam.

Imagino, não invento,
desconheço como irá terminar
para todos livre não sendo,
se a pobreza, portanto,
não é portadora de livre trânsito
não pode livremente circular!
(Edumanes)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

"LAMPARINA"

Coimbra tem mais encanto,
na hora da despedida
para da lamparina mergulhar a torcida
de azeite um pote em cada canto.

 A juventude perdida,
por onde é que ela andará
quem parte mais não voltará
tudo acaba no fim da vida.

Nasci no Monte do Vale Burro,
em criança para os Vales fui recambiado
até aos 20 anos, com esperança no futuro
trabalhei no Monte do Pego do Alto.

Trabalhei no campo ao rigor,
enfrentando tempestades
sem carinho e sem amor
de quem partiu com saudades.

Quando era criança,
tanto eu chorei e sofri,
sem perder a esperança
na vida sempre venci!
(Edumanes)

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

"O GATINHO E O POTE"

Sem açúcar é amargo, gosto dele docinho!
Estava eu com uma colher de chá na mão 
mexendo, para dissolver a açúcar no café,
ora para a direita, ora para a esquerda,
dentro da chávena, com esperança e fé.
 Da mão se escapuliu a colher foi cair no chão
 mas foi com rapidez que do chão a apanhei
tendo feito tombar a chávena sem querer
em cima da mesa, se entornou o café...
Com fome debaixo da mesa miava o gatinho,
coitadinho, sem ter nada para comer,
Tanto azar num só dia tinha de acontecer.
O gatinho saltou para cima da tampa do pote,
com o embate, a tampa saltou fez tombar o pote
todo a azeite que continha, no chão se derramou,
logo apareceu a gata a correr, para salvar o seu gatinho.
Escorregou no azeite espalhado pelo chão da cozinha,
saiu disparada pela janela, foi cair em cima do tejadilho
dum carro que àquela hora na rua circulava, só visto!
O condutor se assustou, perdeu o controlo do carro
 foi embater numa árvore que do carro não se desviou,
o qual ficou virado com as quatro rodas para o céu!
A olhar para tudo aquilo até quase que fiquei gago
 da cabeça uma lufada de vento me fez voar o chapéu.
  Apesar daquele, tão, aparatoso, ocorrido, incidente
 por sorte,  felizmente, ninguém ficou ferido,
espero que o futuro para melhor seja diferente
mas disso não estou muito convencido?
(Edumanes)